A vida vence as barreiras da deficiência física

Elisângela Cardoso Soares, 29 anos, é um verdadeiro exemplo da capacidade humana de superação. Paraplégica desde 1995, devido a um acidente automobilístico, ela conseguiu vencer os obstáculos rumo à inclusão social, conseguindo ter uma filha, mesmo após o acidente. Competente e ativa, Elisângela é mãe, esposa e dona-de-casa. Sem dúvida, um exemplo não só para as mulheres portadoras de deficiência, mas também para as mulheres ditas normais, que impõem obstáculos nas pequenas barreiras da vida. PORTAL INFONET – Qual foi sua reação quando soube que não mais andaria após o acidente? ELISÂNGELA CARDOSO – De repente o mundo desabou, não sabia o que iria acontecer. Fora isso, tive algumas complicações clínicas de ordem neurológica. Por um erro médico, tive que fazer outra cirurgia fora do Brasil e, com isso, tive um bom acompanhamento em um centro de reabilitação francês. INFONET – Voltando ao Brasil, que dificuldades você encontrou? EC – Todas possíveis. Desde a falta de acessibilidade a, principalmente, falta de informações. Aqui no Brasil a realidade é outra, principalmente quando se é portador de deficiência. INFONET – Você acha que este quadro tem mudado? EC – Sim, mas com certeza ainda tem muito a ser feito. Algumas iniciativas dos nossos representantes, criando leis, por exemplo, beneficiam os portadores de necessidades especiais. A lei do passe livre, isenção do IPI, isenção do ICMS, passagem aérea gratuita para fazer exames em outro Estado, reserva de vagas em concurso público… Enfim, iniciativas como estas mostram que a sociedade está mais crescente a ajudar as pessoas especiais. Também temos pessoas que têm projetos “ousados”, como as que criaram o Centro Integrado de Esportes Paratletas – CIEP -, demonstrando a importância de incluir os portadores de necessidades especiais nos esportes, como uma forma de incluí-los na sociedade. Se os poderes públicos cumprissem todas as leis, isso facilitaria a nossa vida. INFONET – Você teve uma filha após o acidente. O que isso representou para você? Surgiram muitos comentários, uma vez que poucas pessoas sabem que um deficiente pode ter filhos, principalmente um portador de lesão medular? EC – Os comentários surgiram de todas as formas, principalmente entre amigos e familiares. Eu já estava preparada, mas o conhecimento que adquiri na França e no hospital Sarah de Salvador, me ajudou psicologicamente. INFONET – E seu esposo? Alexandre, como você enfrenta os preconceitos? ALEXANDRE – Inicialmente, o maior preconceito foi da própria Elisângela, pois ela se mostrava muito insegura por ser portadora de deficiência. Só com a paciência e dedicação de sempre, eu falava para ela e continuo falando, que ela só é diferente por ser especial e, como todas as pessoas especiais, merece mais atenção. INFONET – Qual é a maior dificuldade para educar seus filhos, sendo uma portadora de necessidades especiais? EC – É a cultura atrasada do Brasil, principalmente em Sergipe, como a falta de acessibilidade a locais de lazer. É também o preconceito das pessoas, que acham que somos incapazes de lidar com situações adversas. INFONET – Você quer deixar uma mensagem para aqueles que sonham em ter filhos? EC – É uma realização maravilhosa. Muitas mulheres, ditas normais, esperam por essa chance. Algumas não têm a mesma sorte. Imagine para uma pessoa em uma cadeira de rodas. Fertilidade e gravidez para a mulher portadora de lesão medular

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