Polícia no divã: serviço de apoio psicológico foi criado, mas não funciona efetivamente

A reversão do quadro de violência que se instala gradativamente na polícia sergipana pode ser um objetivo, ao menos parcialmente, alcançado pela Secretaria de Segurança Pública. O instrumento para concretizar este intuito seria o efetivo funcionamento do já existente Centro Integrado de Apoio Psicossocial – Ciaps. O problema é que apesar de estar instalado, desde o último mês de agosto, em um prédio alugado pela SSP e de ter uma equipe multidisciplinar – formada por psicólogos e assistentes sociais -, o serviço ainda não decolou. “O projeto hoje, em uma escala de 0 a 100%, está funcionando com apenas 25% de sua capacidade”, afirma o psicólogo Antônio Luciano Dantas, que atua no Centro. O objetivo do Centro Integrado, segundo os organizadores do projeto, é atender as instituições da Secretaria de Segurança Pública, isto é, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. “Através dele, devemos receber todo o quadro da SSP que apresente algum problema interno. Seja desvio de conduta, problema de alcoolismo, problema de agressividade, problemas de interação hierárquica. A idéia do núcleo é dar um suporte, transformar-se em um lugar onde estes profissionais possam tentar minimizar e resolver os problemas”, descreve Luciano Dantas. O corpo profissional que deve atuar inicialmente no projeto é formado por quatro psicólogos e três assistentes sociais – todos funcionários da SSP – mas em desvio de função já que o organograma da secretaria não prevê a contratação de psicólogos e assistentes sociais. E não deve faltar trabalho para os profissionais que estão atuando no Ciaps. Segundo dados da Corregedoria Geral da Polícia Civil, de janeiro a outubro de 2003 já foram instaurados 368 procedimentos criminais de investigação contra policiais civis. Na ponta do lápis isto significa que, diariamente, uma média de 1,21 casos de policiais – que cometeram algum tipo de infração – são denunciados à Corregedoria. E este número não inclui os casos que envolvem policiais militares nem bombeiros. “Com o funcionamento do Ciaps queremos mudar esse quadro. E isto pode ser feito através de um trabalho preventivo e, até, de recomendação de novas funções para os policiais que cometem equívocos. Para aqueles que têm transtornos emocionais, psicológicos ou psiquiátricos devem, também, ser encaminhados para tratamento”, revela Dantas. Com um Centro funcionando parcialmente, e com tanta gente precisando de ajuda especializada, fica a questão: por que o Ciaps não está atendendo a todo vapor? A mesma pergunta é feita pelo deputado estadual Mardoqueu Bodano, que, no final do mês passado, apresentou na Assembléia Legislativa um projeto de lei que sugere a criação do Ciaps pelo Governo do Estado. “Nós sabemos que o órgão já existe dentro da própria polícia, mas não tem funcionado efetivamente. Estamos questionando o secretário de Segurança Pública, e o próprio Governo do Estado, o motivo disso”, explica o deputado. Projeto será implementando com recursos federais Necessidade de reavaliação constante Atendimento sem restrições: do soldado ao delegado

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