“Força do Banese aos 40 Anos”, por Petrônio de Melo Barros

Nosso banco chega aos 40 anos, idade considerada por aqueles que já venceram-na, como da verdadeira maturidade, demonstrando em qualquer um dos itens em que for analisado, liquidez, rentabilidade, índices do acordo de Basiléia (índice de imobilização, riscos de crédito, de mercado e operacional, etc) – uma condição econômico-financeira-administrativa das mais saudáveis. No exercício de 2003, o Banco alcançou o seu maior lucro líquido em valores absolutos (R$ 27 milhões), registrando também, o maior retorno sobre o patrimônio líquido (27%), sendo considerado um dos bancos mais rentáveis e líquidos do país. Regularmente, após a publicação dos Balanços semestrais e anuais, as empresas de análise de performance das companhias abertas, onde se incluem as Instituições Financeiras, apresentam seus relatórios sobre o desempenho das organizações, por setor. Fruto do trabalho desenvolvido ao longo da última década, por dirigentes e empregados, o Banese vem participando da lista dos melhores bancos do país em termos de performance geral, liquidez e rentabilidade. Isto pode ser evidenciado mais uma vez na recente publicação (junho/04), da Revista Balanço Financeiro que tem como responsabilidade editorial a Gazeta Mercantil e como responsável técnico à consultoria Austin Asis (Rating), das mais respeitadas do País, sobretudo, no tocante à análise de desempenho de instituições financeiras. Lá, o nosso Banco aparece como o 13o (décimo terceiro) melhor banco de varejo e 16o (décimo sexto) maior banco por rentabilidade do patrimônio líquido do País, melhor performance dos últimos anos. Observe-se que essas análises são baseadas nas Demonstrações Financeiras publicadas de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76) e suas atualizações e comparadas com base nas informações de todos os bancos que operam no setor . Em função dessa melhoria de performance, concebida principalmente a partir de 1998, quando se implementou o Programa de Saneamento e Recuperação com base no PROES do Governo Federal, que saneou todos os ativos podres da instituição (Passivos Trabalhistas e Patrimoniais, Créditos das Carteiras Imobiliária, Desenvolvimento (Industrial e Rural), Comercial, Créditos do FCVS junto ao Governo Federal e de Títulos da Mesa de Operações) e do qual fui o Diretor Técnico responsável pela engenharia financeira que adaptou o banco às exigências do Banco Central, foi possível iniciar e manter um programa de devolução de vários direitos dos empregados suspensos à época da crise (94/95/96), destacando-se as gratificações semestrais e os ajustes no nosso fundo de pensão (SERGUS), que têm reflexos importantes no futuro das pessoas e da organização. Uma questão especial posta em prática e que envolve diretamente os proprietários da empresa, foi a retomada após mais de 12 anos, da distribuição de lucros aos acionistas, desta feita, com o pagamento de juros sobre o capital próprio, figura jurídica que despontou no direito tributário após a implantação do Plano Real (1.995). Essa forma de pagamento já vinha sendo praticada por vários bancos do país, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Nossa Caixa de São Paulo, dentre outros, empresas estatais não financeiras, como a Petrobrás, e outras empresas públicas e privadas, em função da sua vantagem fiscal em relação aos dividendos, pois os citados juros são registrados como despesas e abatidos da base de impostos com alíquota de 34% (trinta e quatro porcento), o que termina refletindo em uma despesa líquida de 66% do valor total. Essa decisão teve reflexos bastante positivos no incremento dos preços das ações do Banese no mercado de capitais (Bolsa de Valores de São Paulo), sobretudo, pela percepção dos acionistas minoritários no incremento de seus ganhos, contribuindo para o aumento da riqueza dos proprietários, principal objetivo das empresas no mundo moderno. É bom saber que os juros sobre capital próprio distribuídos pelas empresas do Governo Federal somam montantes fabulosos, vejam somente os da Petrobrás e Banco do Brasil, cujos números ajudam sobremaneira ao País alcançar o superávit primário previsto de 4,25% do PIB brasileiro, tão importante meta da nossa Política Econômica. Nos casos dos Governos Estaduais, esses recursos terminam ajudando no programa de investimentos dos mesmos, em função da limitação encontrada na arrecadação de recursos fiscais (tributos e outros). Como o principal acionista tem maior participação no bolo da distribuição dos juros sobre capital próprio, por ser o detentor de cerca de 90% das ações ordinárias e preferenciais, termina a nossa sociedade recebendo em benefícios, via investimentos como da Orla de Atalaia, Citricultura de Boquim e municípios vizinhos, e da área Industrial em outras localidades, grande parte do lucro do Banese, o que gratifica sobremaneira os seus dirigentes e empregados, pela consecução de nosso objetivo social disposto no Estatuto e Planejamento Estratégico. Aproveito a oportunidade para esclarecer aos leitores, que no ambiente bancário, sobretudo do Brasil, cuja volatilidade em função das crises econômicas e pela forte competição entre organismos públicos e privados nacionais e internacionais, as áreas de crédito, tesouraria e de serviços vivem sobre pressão contínua. Somem-se a isso, o aumento de custos trabalhistas, tributários e jurídicos, que em conjunto favorecem fortemente às mudanças no nível de receitas e despesas, contribuindo para alteração dos resultados financeiros. Só para lembrar, no ano de 2.003, os juros médios do mercado interbancário, conhecidos como CDI, alcançaram patamar de 23% aa contra 16%aa do atual exercício, com redução de 7 pontos percentuais, situação essa que refletiu diretamente na queda de receitas de crédito (pela redução dos juros nas linhas de empréstimos e financiamentos) e nas rendas de tesouraria (pela redução dos spreads no mercado de títulos) de todos os Bancos. Além disso, em setembro passado, a categoria bancária recebeu o maior reajuste salarial dos últimos anos aumentando os custos laboriais nas organizações bancárias, e, os contratos de fornecedores que normalmente são atualizados na última metade do período, pegaram a inflação em queda, mas, em patamar muito superior a meta atual de 6% aa. Assim, no presente ano, tudo leva a crer que os resultados do sistema serão menores que dos anos anteriores já que o incremento nos negócios, sobretudo de crédito, para compensar a queda dos juros, é muito mais lento que os das situações comentadas anteriormente. Mesmo assim, o Banese no primeiro semestre de 2.004 deverá apresentar um lucro compatível com os recursos por ele administrados, cerca de R$ 1 bilhão de recursos totais, sendo R$ 105 milhões de recursos próprios e o restante de recursos de terceiros, mantendo o mesmo padrão de performance, ou seja, retorno sobre o patrimônio líquido superior ao da média do Sistema Bancário Nacional. Dessa maneira, finalizo parabenizando a todos que fazem o Banese, por ser a marca sergipana mais conhecida e de maior valor atualmente, traduzindo-se numa enorme força justamente ao completar 40 anos. * Petrônio de Melo Barros é diretor de Finanças, Controle e de Relações com Investidores.

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