Segrase ou Degrase? O Governo do Estado já deveria imaginar que iria enfrentar certa resistência dos funcionários públicos estaduais quando pensou em modificar a estrutura administrativa do Estado. Ao tentar transformar a empresa de Serviços Gráficos de Sergipe – Segrase – em Degrase, o governador João Alves Filho ganhou uma série de inimigos e deve enfrentar uma árdua batalha com os servidores públicos. Após um contato com a Fundação Dom Cabral, João Alves Filho decidiu que estava na hora de fazer o Estado economizar. Enviou um projeto para a Assembléia e obteve o apoio da bancada governista. A famosa Reforma Administrativa do Estado promete trazer mais dinheiro aos cofres do Estado, porém, há quem ache que a economia não seja tanta quanto o esperado ou mesmo que haja outros interesses por trás do processo. Um artigo publicado pelo jornalista Cláudio Nunes, na Central de Notícias (www.cnoticias.com.br), levanta uma possibilidade para a transformação da Segrase em Degrase: o favorecimento de gráficas particulares. A Segrase é a gráfica oficial do Governo, mas segundo seus funcionários, ultimamente vinha tendo pouca utilidade, uma vez que a maioria das Secretarias utilizava empresas particulares para a impressão de material gráfico. “A decisão para tirar da Segrase a função de prestar serviços gráficos está muito bem amadurecida nos gabinetes palacianos e, segundo informações de um diretor do órgão, ela faz parte de um acordo existente com alguns empresários da área gráfica, coordenados pelo proprietário de uma grande gráfica que tem um hobby muito caro e que contribuiu significativamente com a campanha de 2002, quando da eleição do atual governador”, escreve Nunes. Mais abaixo, o jornalista também esclarece que esse pode ter sido o discurso utilizado pelos empresários do setor gráfico particular para convencer ao governador a transformação da empresa: “mostraram ao governador que não existe lógica que recomende ao governo gastar uma fábula para manter uma empresa de serviços gráficos que, tendo os seus funcionários remunerados pelo poder público, passa a correr em busca dos serviços particulares. Promovendo dessa forma uma concorrência desleal com as empresas do setor privado que assumem integralmente as suas despesas tributárias, operacionais e funcionais”. E o que pensa o governo sobre isso tudo? “Eu não tenho nenhum comentário a fazer sobre o assunto, apenas dizer que o que foi escrito não corresponde à verdade dos fatos”, diz o secretário de Governo Nicodemos Falcão, alheio às manifestações e pedidos de ajuda dos servidores da empresa. Ontem, os funcionários da Segrase realizaram manifestações na Assembléia Legislativa de Sergipe e a muito custo, conseguiram uma reunião com Nicodemos. Porém, a perspectiva é de que não ocorra nenhuma grande alteração na situação: “só quem pode retirar o projeto da Assembléia é o governador, que foi quem mandou (o projeto). É importante esclarecer que o texto foi encaminhado para a Assembléia após um estudo feito pela Fundação Dom Cabral. O objetivo do Estado é economizar, mas economizar sem causar danos a ninguém. Todo mundo sabe que ninguém terá prejuízo”, deixa bem claro o secretário.
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