L A N Ç A M E N T O Cantor: ZECA PAGODINHO CD: “À VERA” Gravadora: UNIVERSAL É nessa condição de sambista consagrado que Zeca Pagodinho está lançando o seu novo CD intitulado “À Vera”. A faixa-título é um partido alto inspirado que guia o espírito de todo o trabalho. E como em time que está ganhando, não carece se alterar, o CD segue, sem maiores surpresas, a trilha dos trabalhos anteriores de Zeca, apresentando, no geral, bons sambas inéditos, capitaneados pela produção primorosa de Rildo Hora. Um dos melhores momentos do álbum é “Ninguém Merece”, de autoria do experiente Arlindo Cruz, ao lado de “Dizer Não Pro Adeus”, romântica parceria de Dona Ivone Lara e Luiz Carlos da Vila. Enquanto a faixa “Dona Esponja” conta a hilária história de uma mulher que consegue beber mais (Brahma, é claro!) que o próprio Zeca, a canção que abre o CD, “Pra São Jorge” faz uma homenagem ao Santo Guerreiro que, no candomblé, é conhecido como Ogum. Aliás, o autor da música é um compositor que está sendo lançado por Zeca e que promete: Pecê Ribeiro. “Coração Feliz” celebra a parceria de dois bam-bam-bãns: Monarco e Mauro Diniz, faixa que conta com o auxílio luxuoso da bateria da Portela, bem como da Velha Guarda da Escola nos vocais. “O Pai Coruja” comprova o amadurecimento vocal de Zeca, seguro numa canção de melodia intrincada, diferente dos sambas mais comuns. O artista tira de letra! Dentre as canções selecionadas para compor o repertório do disco, três delas são de autoria do próprio Zeca com parceiros: uma com Dudu Nobre (“Quem é Ela?” – mediana), outra com Nei Lopes (“Cavaco e Sapato”- boa) e a terceira com Jorge Aragão (“Zeca, Cadê Você?” – ótima). Nesta última, além da presença do parceiro, participam também da faixa Marcelo D2 e Seu Jorge. O resultado ficou muito legal. Mas deverá ser mesmo “Cadê Meu Amor?”, belo samba de Nelson Rufino, o maior sucesso do disco. A música tem cara de hit instantâneo e já toca incessantemente nas rádios de todo o Brasil. Fechando o CD, “Vida da Gente” faz uma ode à alegria e à esperança. Trata-se do Zeca Pagodinho de sempre, mas que vem com um lançamento super bem-vindo. Ah! E, com certeza, o cara vai continuar vendendo horrores… N O V I D A D E S · E os nossos sergipanos continuam na sua luta incessante para romper as fronteiras do nosso Estado! Estarão avionando nesta quinta-feira rumo à Terra da Garoa o gaitista Júlio Vasconcelos e o percussionista Pedrinho Mendonça. Lá em São Paulo, eles estarão participando, a convite do renomado Flávio Guimarães, de uma mostra nacional de harmônicas. O sucesso é garantido porque ambos são músicos de mão cheia mas nunca é demais desejar muito boa sorte! Descoberto por Beth Carvalho, em 1981, numa roda de samba do Bloco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, o cantor Zeca Pagodinho foi convidado, logo em seguida, para fazer parte de uma coletânea que reunia, à época, novos talentos do então nascente pagode. O LP “Raça Brasileira” transformou-se em um sucesso de vendas e de execução, o qual veio resultar no lançamento do primeiro disco solo, o homônimo “Zeca Pagodinho”, que saiu em 1986. De lá para cá, o artista emplacou um sucesso atrás do outro (quem não se lembra de “Verdade” e de “Deixa a Vida me Levar”, por exemplo?), conseguindo transpor barreiras geográficas ao trazer para a zona sul carioca e para todo o Brasil o samba e o pagode típicos dos subúrbios.
· Para os aficcionados por música de qualidade, uma excelente notícia! O novo CD do compositor e cantor Vander Lee já está pronto e, dentro de alguns dias, deverá estar disponível para venda. O título do terceiro trabalho do mineiro é “Naquele Verbo Agora” e vem recheado de canções inéditas…
· A música “Porque Não Eu?”, sucesso antigo do Kid Abelha, vai entrar na trilha sonora da próxima novela das sete da Rede Globo “A Lua Me Disse”, desta feita nas vozes dos seus autores, Leoni e Herbert Vianna. Também farão parte da mesma trilha: Bebel Gilberto (“O Caminho”), Simone (“Veneziana”), Jorge Vercilo (“Ciclo”) e Caetano Veloso (“Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim”).
· Já toca nas rádios a canção “Chegou o Verão”, faixa de trabalho do quarto CD solo da cantora baiana Gil, ex-vocalista da Banda Beijo, o qual receberá o título de “O Canto da Sereia”. O álbum está previsto para ser lançado ainda este mês e sairá pela EMI.
· Chico César está lançando um CD single, intitulado “Compacto e Simples”, contendo apenas duas faixas. Uma delas vem no rastro da polêmica provocada pela telenovela “América” e se chama “Odeio Rodeio”.
· Jards Macalé encontra-se em fase final de gravação do CD intitulado “Real Grandeza”, no qual registrará canções cujas letras pertencem ao seu querido parceiro, o falecido Wally Salomão. Do disco (que terá a direção musical do maestro Cristóvão Bastos), previsto para ser lançado em junho pela gravadora Biscoito Fino, constarão as participações de Maria Bethânia na faixa “Berceuse Crioulle” e de Adriana Calcanhotto em “Anjo Exterminado”. Aliás, a própria Adriana também planeja produzir, ainda este ano, um disco com a obra do chamado “poeta maldito”, o qual deverá ser lançado pelo selo de Bethânia, o “Quitanda”.
· “Brasilatinidade” é o nome do novo CD de Martinho da Vila. Tendo sido gravado entre o Brasil e a Europa, o disco tem como foco a música dos países de língua latina. Produzido por Mazzola, o CD pertence ao selo MZA, mas está sendo distribuído pela EMI. Dentre participações de cantoras da Espanha e de Angola, o destaque fica com a presença da italiana Mafalda Minozzi na faixa “Um Beijo, Adeus”. Há inéditas, como é o caso de “Suco de Maracujá” (parceria com João Donato), e regravações, como, por exemplo, “Feitiço da Vila” (de Noel Rosa e Vadico), gravada especialmente para fazer parte da trilha sonora da novela “América”.
· Enquanto a dupla gaúcha formada pelos irmãos Kleiton & Kledir finalizam os trabalhos do CD e DVD que lançam em breve, o sergipano DJ Dolores já acaba de lançar seu novo trabalho intitulado “Aparelhagem”.
· J. Velloso, que é sobrinho de Maria Bethânia e Caetano Veloso, tem algumas canções suas já registradas em discos de diversos intérpretes. Agora, com o apoio do Governo da Bahia (o que deveria servir de exemplo para o de Sergipe), ele está lançando, de forma praticamente independente, o seu primeiro CD, curiosamente intitulado de “Aboio Para Um Rinoceronte”. A voz pequena e desengonçada termina prejudicando o trabalho que peca também pelo excesso de informações. Mas há canções bem interessantes, a exemplo de “Voz da Alegria”, “Enfado” e “Peixinho Dourado”. Os melhores momentos do disco são, todavia, “O Perdão” e “Santo Antônio”, canções já gravadas anteriormente por Vânia Abreu e por Bethânia, respectivamente. Há ainda a participação da avô, a famosa Dona Canô, na faixa “Brinde”.
· Já nas lojas o novo CD da cantora Patrícia Marx que sai via gravadora Trama. Em seu nono disco, a cantora já trintona que despontou para a música ainda criança, quando integrava o grupo infantil Trem da Alegria, adere ao nu-soul que, na verdade, se traduz como um soul eletrônico que flerta discretamente com o rap. Embora bem produzido, o álbum mostra um resultado final insosso porque as músicas, no geral, são bem bobinhas, com letras rasas e melodias aquém da modernidade a que o trabalho se propõe. Algumas das faixas são cantadas em inglês, o que dificulta ainda mais a sua digestão em terras tupiniquins. As canções “Menino”, “Wheels Of Life” e “Diz” se destacam, mas os momentos mais interessantes ficam por conta de “Lotta Luck”, um soul à moda antiga, e de “Lá No Mar”, que remete ao Broken Beats, movimento musical surgido em Londres e que se caracteriza pela mistura de sons eminentemente brasileiros (como o afoxé e o baião) com ritmos eletrônicos. Tida pela revista inglesa “Time Out” como “uma menina pequena com os pulmões grandes”, Patrícia pode fazer muito mais do que o que mostra nesse recém-lançado trabalho.
Quaisquer críticas e/ou sugestões serão bem-vindas e poderão ser enviadas para o e-mail: rubens@infonet.com.br.
Comentários