Ciro Gomes apresenta projeto de integração do São Francisco

O ministro Ciro Gomes acabou de se dirigir à tribuna da Ordem dos Advogados do Brasil no debate promovido pela instituição a respeito da transposição do Rio São Francisco. No primeiro momento, Ciro Gomes e João Alves Filho, governador do Estado, apresentam, cada um, seus pontos de vista.

 

De acordo com Ciro, “o projeto de  integração de bacias do rio São Francisco ao  Nordeste setentrional, é sem dúvida um tema nacional da mais grave relevância estratégica”. O ministro disse ainda que existem muitas paixões sobre o assunto e citou os milhões de brasileiros que serão beneficiados com a transposição.

 

Ciro Gomes falou também da questão da migração, que com o projeto, esta deve diminuir bastante, já que a região setentrional do Nordeste será beneficiada. “Este é um conjunto de iniciativas do presidente Lula ao Nordeste brasileiro, que é a região onde mais existem os indicadores de miséria do país”.

 

O ministro apresentou um mapa do Nordeste brasileiro e uma série de dados que demonstram que o Rio São Francisco seria a resposta para a a seca e para a miséria da região. “Na área onde se destina o projeto de integração, tem havido uma seca e mais de 80% das vezes, essa seca acontecerá nesse local (polígono das secas)”. Ainda foram apresentados outros pontos em que as secas são agravadas todos os anos.

 

Há quem diga que há água no subsolo nordestino, mas o ministro rebateu essa tese: “A afirmativa de que há água no subsolo é parcialmente verdadeira, porque a água que se encontra por lá é residual e são salinizadas”. O ministro deixou claro que esta não poderia ser utilizada, já que a água ideal para se beber deveria ser sedimentar. “A água do subsolo é pequena e irrelevante e incapaz de sustentar a vida”, esclareceu.

 

Ciro Gomes ainda disse que gostaria de chamar a atenção para os críticos do projeto: “Quando observamos os critérios das Nações Unidas, vemos que este se baseia no critério da vazão dos rios. Nós não temos nenhum rio permanente nessa área, portanto, a vazão segura que deveria se imaginar para o NE setentrional, deveria ser apenas aquela que os reservatórios permitissem garantir. Quando nós olhamos as barragens para demonstrar a segurança hídrica no NE, aí a tragédia é completa”, garantiu ele.

 

O ministro disse que no Nordeste Setentrional, as atividades existentes são meramente de subsistência. Quanto à produção de feijão, ele esclareceu que há uma perda muito grande na produção do produto durante as secas que atingem essa área do Brasil, “por causa do estresse hídrico”, explicou.

 

“Pretendo ter demonstrado a aguda necessidade de uma intervenção que garanta a segurança hídrica para garantir pelo menos 1/3 do necessário à sustentação da vida. São milhões de famílias destruídas e o Brasil inteiro conhece a miséria”.  Então, eu pergunto, o Rio são Francisco é a solução para o problema? Ora, o recurso hídrico aparentemente mais caudaloso de onde poderia se ter a óbvia resposta é o São Francisco. Antes, não havia a resposta científica sobre isso, o que existiam, eram os amantes do Rio, os apaixonados pelo rio, assim como o governador João Alves”.

 

A resposta para a pergunta, hoje, seria o Plano de Bacias, já aprovado, segundo o ministro, por unanimidade pelo comitê de Bacias depois de uma seqüência de audiências públicas em todas as unidades sede dos locais interessados pelo problema do rio.

 

“O rio chega na foz com a média de 2.850 m3/s. No caso das estiagens, a vazão mínima seria de 1850 m3/s”. Ciro disse que os valores transmitem 100% de segurança. Tudo o que se consome do Rio São Francisco não excede a 91 m3/s. tudo o que se usa no rio até hoje são 91 m3/s… Com 20% de margem de segurança, o rio tem hoje 370 m3/s disponíveis para uso construtivos no futuro”, demonstrou.

 

Esclarecendo, ainda, o ministro disse que apenas se bombeará a água que for necessária para consumo humano e animal com segurança ao Nordeste Setentrional. Ele disse, também, que o primeiro projeto pedia 63 m3/s da vazão do São Francisco, enquanto o atual, do governo Lula, pede 25 m3/s. Junto com a integração das bacias, devem ser feitos, também, o tratamento do rio e a reposição da mata ciliar.

 

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