CPI é rejeitada e votação gera suspeitas

“Quem perde com isso é o povo de Aracaju que vai ter que conviver com a Varca Scatena até 2020”
A não aprovação da Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta pelo vereador Fábio Henrique (PDT), parece que ainda vai render bastante pano para as mangas, como diz o dito popular. A questão, agora, é quem – dos dez vereadores que assinaram o requerimento – mudou de posição e votou em branco. Mesmo tendo a maioria dos votos, nove a favor e oito contra, a CPI não foi aprovada, pois necessitava de, no mínimo, dez votos favoráveis.

O principal fator que anda gerando dúvidas e especulações é o fato de a votação ter sido secreta. Segundo o regimento, cada vereador recebeu duas cédulas, uma com o sim a CPI e outra com não. Os parlamentares deveriam colocar uma das cédula dentro do envelope, que seria depositado na urna, e guardar a outra. Sendo que, caso a opção do voto fosse branco, o vereador deveriam ficar em posse das duas cédula.

A questão gerou tamanha polêmica que Fábio Henrique já anunciou que irá encaminhar um projeto propondo a extinção do voto secreto. Para ele, se o voto fosse declarado o procedimento teria vingado. “Tenho certeza que se o voto não fosse secreto, a CPI dos Parquímetros teria sido aprovada”, afirmou o vereador, acrescentando que a população tem o direito de saber como votam os vereadores eleitos por eles.

O autor do requerimento disse ainda que não vai descansar, nem desistir de apurar a questão dos parquímetros. “Na segunda-feira estarei apresentando uma série de requerimentos solicitando informações da Prefeitura de Aracaju sobre o contrato com a Varca Scatena”, disse Fábio Henrique, que fez questão de frisar que quem perdeu com a não aprovação da CPI foi a população de Aracaju.

Iran garante que votou a favor da CPI e diz que a história revelará a verdade

SUSPEITAS
– Alvo de especulações, o vereador o Iran Barbosa (PT) tratou logo de esclarecer qualquer dúvida sobre seu voto. Ele garantiu que votou a favor da instalação da CPI. “Eu tenho assumido na Câmara a mesma postura que assumo historicamente, que é a de ter posição clara quanto as coisas, de enfretamento e de levar a público o que penso. Desde o primeiro momento em que Fábio Henrique me apresentou o primeiro requerimento, não vi problema em assinar”, destacou o vereador.

O parlamentar fez questão ainda de dizer que antes da votação disse a Fábio Henrique que se dependesse de seu ele podia ficar tranqüilo. Além disso, ele também se declarou a favor do fim do voto secreto. “O voto secreto é muito ruim porque este tipo de votação gera especulação. As minhas posições são publicas e são explicadas. Sou favorável ao fim do voto secreto. Este sistema de votação gera a dúvida do eleitor e ele não deve gerar duvida, e sim certeza, clareza nos eleitores de como seus vereadores estão procedendo”, afirmou Barbosa.

Líder da oposição diz que confia em sua bancada e que todos garantiram ter votado a favor da CPI
Para finalizar o vereador rebateu o que ele considerou como insinuações do líder da oposição na Câmara, Vinícius Porto (PFL). O pefelista afirmou que confiava em sua bancada e que os nove vereadores da oposição haviam confirmado que tinham votado contra. “Antes de começar a sessão conversei com todos os nove integrantes da bancada de oposição e antes da votação conversei novamente. Todos garantiram que votariam a favor da CPI. Logo depois que a votação terminou, nós nos reunimos com Fábio Henrique e mais uma vez todos reafirmaram que votaram a favor”, disse Porto.

Para Iran Barbosa tal raciocínio permite o entendimento de que se o requerimento tinha dez assinaturas e os nove da bancada de oposição votaram a favor, por exclusão só poderia ter sido ele (Iran) o autor do voto em branco que derrotou a CPI. “Acho que o vereador Vinícius Porto deveria ter mais cuidado com suas insinuações e respeitar mais a história política dos outros. Disse que apoiaria o requerimento, assinei-o por duas vezes, e votei a favor da CPI”, afirmou o vereador, que disse que irá guardar com muito cuidado o voto de não, enquanto garantia que o de “sim” ficou na urna.

O petista reafirmou que foi coerente com sua posição assumida já a muito tempo e que não foi pressionado, nem pela bancada nem pelo secretário Municipal de Articulação Política, Belivaldo Chagas, que esteve ontem na Câmara durante a votação e que chegou a conversar com Barbosa. “Ele não tentou me convencer, nem me pressionar a mudar o meu voto. A bancada e a administração municipal já conheciam a minha posição e respeitaram, bem como eu respeito a deles”, disse rebatendo uma colocação de Porto, que dava conta de que Chagas não tinha outro motivo para estar na Câmara que não fosse para garantir o ‘aborto’ da CPI.

“O vereador Vinícius Porto tem é que procurar o voto que faltou na bancada dele, não do lado de cá, onde todo mundo votou direitinho. Quem disse que votaria contra votou contra. Eu disse que votaria a favor e votei a favor. Quanto ao lado de lá, eu não me responsabilizo”, concluiu o pestista, que acredita que a história é o crivo da verdade e que ela mostrará quem foi o autor do voto em brando que malogrou a tentativa de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que pretendia investigar a situação dos parquímetros na capital.

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