Ciro Gomes nega supostas denúncias de Marquezelli

Foto: Adalberto Marques / Integração Nacional
O Ministério da Integração Nacional não ficou nem um pouco satisfeito com a matéria divulgada pelo Jornal do Brasil na edição de ontem, dia 13. O título já dá uma prévia do restante do texto: “Transposição do Rio São Francisco, uma obra sob suspeita”.

De acordo com a reportagem, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) teria relatado que, em um almoço com vários parlamentares, Ciro foi procurado em 2004 pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), para favorecer uma empresa de consultoria, a Cnec Engenharia, com o projeto de transposição.

Em nota oficial, o assessor Especial do Ministro da Integração Nacional, Egídio Serpa, teceu alguns comentários a respeito do texto. Segundo ele, o ministro Ciro Gomes jamais foi procurado pelo deputado Roberto Jefferson, no Ministério da Integração Nacional ou fora dele, para interceder por qualquer empresa em processos licitatórios da pasta.

Na matéria, teria sido dito que Ciro Gomes afirmou que qualquer ingerência no processo de licitação do Projeto São Francisco dependeria do ministro da Casa Civil, José Dirceu, fato que foi desmentido na nota oficial. “(O ministro) jamais afirmou o absurdo citado na matéria do JB de que já existiria um acerto para que duas empresas vençam a licitação referente à execução das obras físicas do Projeto São Francisco. O que o JB publicou a respeito é absolutamente falso”, dizia o texto redigido pelo assessor.

 

Ainda esclarecendo os pontos, Egídio explicou que a licitação para a escolha das empresas ainda está em curso e que a entrega das propostas está marcada para o próximo dia 14 de julho. Além disso, todos os procedimentos licitatórios estariam sendo submetidos à análise técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), por iniciativa do próprio ministro Ciro Gomes.

 

Outros esclarecimentos diriam respeito ao parcelamento de lotes para a execução das obras do projeto de integração da Bacia do São Francisco, que segundo o assessor foi feita para propiciar a participação de um maior número de empresas; e à suposta supressão do artigo 9° da Lei 8666/93, que veda a participação direta ou indireta em contratos de construção de obras de empresas que tenham participado da fase de estudos ou projetos de engenharia.

 

CIRO – Mas não foi apenas o assessor do Ministério quem decidiu colocar a boca no trombone. O próprio ministro Ciro Gomes também divulgou uma nota se manifestando a respeito das acusações. Ele negou que tivesse recebido qualquer pedido de favorecimento pessoal de Jefferson, ou que tivesse, juntamente com José Dirceu (Casa Civil) e com a OAS e a Odebrecht, suprimido o artigo 9º da lei supracitada.

 

Gomes afirmou em nota, que a matéria seria “completamente sem fundamento, a tal ponto que levanta clara suspeita de que tenha sido providenciada com fins espúrios” e “completamente sem fundamento, a tal ponto que levanta clara suspeita de que tenha sido providenciada com fins espúrios. Eu não tenho dúvida disto”.

 

O ministro explicou que op texto jornalístico não tem uma base de sustentação coerente, que possa confirmar tudo o que foi escrito, “pelo contrário, todas dementem, categoricamente, o que inventou a diabólica mente do repórter Sérgio Pardellas. Constata-se, assim, que não se registrou qualquer um dos fatos aos quais a matéria se refere”.

 

Por fim, Gomes solicitou do Jornal do Brasil o direito à resposta, e, caso isto não aconteça, poderá procurar a Justiça para reparar “esta repugnante calúnia incrivelmente abrigada pelo Jornal do Brasil”.

 

A reportagem do Portal InfoNet tentou entrar em contato com o deputado Nelson Marquezelli. Segundo o seu assessor, Valdeci Rodrigues, o deputado estaria ‘voando’ naquele momento e a única coisa que ele (o parlamentar) poderia dizer seria “repetir a mesma coisa que disse ao Jornal do Brasil”. Outras informações dão conta de que o deputado teria negado que tivesse passado quaisquer informações do tipo para o JB.

 

DISPOSIÇÃO – Frente à repercussão negativa do texto, alguns parlamentares já estão aproveitando o momento para tentar resgatar a imagem do PT, a essa altura, mais que maculada. O senador Tião Viana (PT-SC) pediu ontem que todos os ministros do PT (com exceção de Antônio Palocci, da Fazenda) coloquem seus cargos à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo seria dar ao presidente a chance de realizar uma reforma ministerial e enfrentar as acusações de corrupção no governo.

 

Na opinião de Viana, essa iniciativa deveria ser seguida por todos os petistas que ocupem cargos de confiança de primeiro escalão. O ato poderia retirar do PT a mancha causada pelos meios de comunicação e ajudaria Lula a governar e salvar os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política), isso tudo na opinião do parlamentar.

 

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que essa possibilidade está descartada neste momento.

 

Por Wilame Amorim Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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