“Na minha biografia eu não estou reservando nenhum espaço para Albano”

Ao que parece, esta foi a semana escolhida para a quebra de silêncio por parte de figuras políticas de Sergipe. Depois do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, que em entrevista ao programa “Fala Sergipe”, da Rádio Atalaia AM, resolveu falar sobre as eleições 2006, das suspeitas de envolvimento com os escândalos de Brasília e a respeito de suas declarações sobre o PFL; hoje foi a vez do senador Almeida Lima.

Depois de quase dois meses de silêncio, o parlamentar resolveu conceder uma entrevista ao mesmo programa radiofônico. Há 50 dias recolhido por recomendação médica, por decisão pessoal e orientação de sua família, conforme explicou, Almeida Lima comentou longamente sobre a sua saúde e a situação envolvendo o PSDB e o ex-governador Albano Franco.

Primeiramente ele fez questão de explicar o motivo se seu afastamento, não só da imprensa, mas também do Senado e da vida pública neste último período. “Todos nós somos humanos normais e adoecemos. O político não é nenhum super-homem. O que precisa acabar é um velho e mal costume que existe entre os políticos de esconder o problema de saúde que têm. E com o hábito dos adversários do político doente de se aproveitarem do momento para fazer especulações”, disse Almeida.

Ele explicou que foi acometido de uma crise hipertensiva decorrente do estresse, do cansaço e do esgotamento físico e mental. “Tenho esse problema desde a época em que fui prefeito de Aracaju. Depois de 10 anos ela voltou. Pense no esgotamento físico e mental para um elefante: foi o que veio para mim. Mas a responsabilidade é inteiramente minha. Eu tenho um vício pelo trabalho, muitas vezes sou centralizador, acabo me preocupando com tudo a minha volta. Eu trabalho 12, 14 horas por dia. Até dia de sábado ficava trabalhando no gabinete em Brasília”, explicou Lima.

O parlamentar acrescentou ainda que além da crise hipertensiva, ele teve também uma pequena crise de pânico. “Tive um problema de pânico diante do esgotamento. Isso aconteceu no aeroporto de Brasília quando eu esperava o vôo para vir para Aracaju. O deputado federal João Fontes inclusive estava no momento. O problema começou quando eu e minha mulher ficamos presos no elevador do Constâncio Vieira, por mais de meia hora, durante uma partida da seleção brasileira de Handball com uma seleção européia. Minha esposa chegou a desmaiar, mas nem caiu no chão porque o elevador estava lotado. De lá para cá eu comecei a ter receio de espaços fechados”, comentou o parlamentar.

Contudo, depois do longo período de repouso e descanso, o senador já se diz pronto para voltar à atividade. Um exemplo disso é que na segunda-feira ele já retorna ao plenário do Senado em Brasília para um pronunciamento. “Estou totalmente recuperado e pronto. Nada melhor que um dia após o outro. Nesse período que fiquei afastado cresci muito interiormente, espiritualmente. Estou mudando meu estilo de vida, emocionalmente e politicamente estabilizado e pronto para me reencontrar com a vida política. É envelhecendo e aprendendo”, declarou Lima.

PSDB e ALBANO FRANCO – Perguntado se o ex-governador Albano Franco e o PSDB tiveram alguma parcela de contribuição nas crises de saúde que sofreu, Almeida foi muito tranqüilo ao responder que não. “Não porque política eu faço por vocação. O que se faz por prazer não provoca na gente nem aversão nem problemas. Essa questão do PSDB é o feijão com arroz, é o básico. Não me traz problema. “Sou feliz e agradecido por não ter problemas de outras ordens”, comentou Almeida.

A respeito de como ficaria a situação do partido no Estado o senador explicou que não tem não existe a menor condição de entendimento entre ele e Albano Franco. “Eu disse isso desde o início. Não é pessoal, é uma questão política, de coerência e de biografia. Eu me criei na ala jovem do MDB combatendo a ditadura e ele defendendo quem estava no poder. A minha postura é de coerência, pois a incoerência é a sepultura do político”, disse Lima.

Almeida afirmou categoricamente que espera que a direção nacional do PSDB cumpra os compromissos que assumiu, pois estaria fazendo sua parte e não pretende fazer caça às bruxas quando assumir a direção do Partido em Sergipe. “Nunca propus expulsar de ninguém. Não vamos fazer recadastramento nem botar político “A” ou “B” para fora. Não tenho nada a ver a filiação dele como não tenho a ver com as dos outros 5 mil sergipanos. Agora uma coisa é ele ser mais um filiado ao partido outra é compor com ele. Não participo de chapa política, nem de direção partidária com o ex-governador Albano Franco. Eu tenho o direito de saber e definir com o que eu quero andar”, declarou Almeida.

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