Polícia prende empresários e médicos suspeitos de aliciamento de menores

Oito suspeitos de integrar a rede de prostituição e exploração sexual infanto-juvenil que vinha atuando na região centro/sul de Sergipe e que foi desmontada pela equipe de investigações do Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis, foram presos, na manhã desta quarta-feira, em Lagarto e Estância. As prisões foram decretadas pela juíza da Comarca de Lagarto, Gilmara Porto Pinheiro, atendendo solicitação do promotor de Justiça do município. A operação foi coordenada pela delegada Daniela Lima, e dentre os presos estão pecuaristas, comerciantes e um médico. A polícia deveria cumprir ainda dois mandados de prisão.

Os suspeitos, de acordo com a delegada, figuram no processo que investiga a rede de prostituição e exploração sexual, como usuários dos serviços prestados pelos aliciadores e exploradores sexuais de adolescentes identificados como sendo Ivan Dias de Souza, 39 anos, e Cícero João Dias de Santana, o “Sissi”, 21, que foram presos no final de junho. Advogados dos suspeitos acompanharam a chegada deles na sede do Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis, na avenida Augusto Maynard, no São José, em Aracaju. Eles estavam com os rostos encobertos para não serem filmados ou fotografados.

“No processo e na investigação existem indícios que indicam o envolvimento deles como usuários”, disse a delegada, acrescentando que em depoimento prestado alguns suspeitos confirmam suas participações, enquanto outros negam, acrescentando que caberá ao Ministério Público, que ofereceu denúncia, avaliar o que de fato é verdade. Daniela Lima lembrou que 23 pessoas chegaram a ser denunciadas pela promotoria pública de Lagarto e dez delas tiveram as prisões decretadas.

APURAÇÃO – A investigação que resultou no desmonte da rede de aliciamento e exploração sexual infanto-juvenil começou de uma solicitação do Ministério Público de Lagarto e de informações passadas através do Disk Denúncia Federal da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que é ligada a Presidência da República. Desde abril que a equipe do Atendimento a Grupos Vulneráveis estava fazendo levantamentos sobre vinha fazendo levantamentos sobre Ivan e Sissi, que figuram no processo como aliciadores e agenciadores das adolescentes.

Consta na investigação, que os suspeitos agenciavam tanto maiores de idade, quanto adolescentes e os valores dos ‘programas’ variavam de acordo com a avaliação feita da “qualidade” e beleza das garotas. Os valores cobrados ficavam entre R$ 20 e R$ 120. A delegada Daniela Lima revelou, que os suspeitos davam todo o suporte de transporte e vestuário. Além de parte do dinheiro, eles também definiam o ‘presente’ que o usuário iria lhes dar. Os programas aconteciam em pousadas, motéis, sítios, chácaras e fazendas, sendo que a residência dos suspeitos, em Lagarto, funcionava como base para as ações a serem praticadas.

Em alguns casos, grupos de adolescentes eram levadas para festas, realizadas em propriedades rurais, nas quais eram oferecidas como ‘presentes’ para os convidados. A partir das prisões de Ivan e Sissi, ocorridas em junho, a equipe de Atendimento a Grupos Vulneráveis chegou até os usuários e a identificação das garotas que eram aliciadas. Os suspeitos foram indiciados com base no artigo 244-A do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que prevê uma pena que varia de quatro a dez anos de prisão, combinado com outros crimes como facilitação e casa de prostituição.

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