O fogo é uma das forças da natureza com maior capacidade de destruição. Grandes incêndios são capazes de destruir prédios em alguns minutos, ainda mais se não forem combatidos a tempo. Na luta contra incêndios, os bombeiros se utilizam de vários equipamentos, entre eles, os hidrantes. Porém, em Aracaju, eles não são tão comuns e fáceis de serem vistos pelas ruas da cidade. O que sobrou de um hidrante em frente ao Colégio Atheneu
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os hidrantes devem estar instalados em pontos estratégicos da cidade, de forma que os caminhões de incêndio possam reabastecer seus reservatórios o mais próximo possível da área do fogo. O problema é que nem sempre a tubulação de água é adequada para tanto.
De acordo com o capitão Júnior, da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) do Corpo de Bombeiros, existem áreas da cidade que estariam desprotegidas no caso de um grande incêndio. Uma situação de fogo intenso poderia destruir uma grande área facilmente, isso porque as válvulas não estariam bem distribuídas pelos bairros metropolitanos.
O QUE É UM HIDRANTE – Existem dois tipos de hidrantes, os públicos e os prediais. Os primeiros são os mais famosos, se localizando, principalmente, em vias públicas. Os hidrantes públicos também são chamados de “barbarás” e são ligados diretamente à rede de abastecimento de água do município.
Os prediais são instalados nos andares dos edifícios e consistem em uma caixa com uma mangueira e uma válvula. Hidrantes desse tipo são ligados à caixa de abastecimento dos prédios, por isso, têm capacidade limitada. Cada construção com esse tipo de aparelho deve conter a chamada “reserva de incêndio”, ou seja, água suficiente para combater o início de fogo.
Cuidados com os hidrantes prediais
1 – Mantenha sempre abertos os registros de paragens;
2 – Verifique a vedação periodicamente para evitar vazamentos;
3 – Abra e feche os registros dos hidrantes para evitar gripagem das peças;
4 – Use as mangueiras exclusivamente para incêndios;
5 – Faça a água circular pelo interior das mangueiras uma vez por ano;
6 – Conserve-as limpas e bem secas;
7 – Mantenha os esguichos e chaves dentro dos abrigos.
No caso dos hidrantes públicos, a escolha dos locais de instalação, bem como o uso, é responsabilidade do Corpo dos Bombeiros. Segundo o capitão Júnior, existe um mapa na sede do órgão que mostra os pontos da capital onde estão instalados estes aparelhos. Observando-se as áreas vazias, o Corpo de Bombeiros prepara um relatório solicitando a implantação do hidrante.
Nessa etapa, entra a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Depois de recebida a solicitação, a Companhia efetua um estudo da área e verifica se é, ou não, possível a instalação de uma válvula no local escolhido. O problema é que nem sempre é possível colocar um hidrante em um ponto específico por questões estruturais.
DESCOMPASSO – Nessa altura, há uma espécie de descompasso entre os dois órgãos: os bombeiros dizem que possuem estudos de pontos onde deveriam ser colocados hidrantes, mas que isso não é feito porque, muitas vezes, a tubulação não permite que os aparelhos sejam implantados.
“O número de hidrantes não é adequado e se torna insuficiente para atender à demanda da cidade. O problema é que um hidrante exige uma pressão mínima de água para ser instalado e, em algumas áreas, o diâmetro da tubulação é pequeno ou a pressão é insuficiente. A gente pode indicar uma área, mas é necessária uma reestruturação da tubulação, pela Deso, para atender à demanda”, diz o capitão Júnior.
Segundo o capitão, as áreas que mais sofrem com a falta dessas torneiras são as zonas Norte e Oeste. “Estes são locais que cresceram muito rapidamente e, por se tratar de uma região afastada, é necessário que se tenha uma boa quantidade de hidrantes para a população local”, explica. Ele complementa que bairros como o Jardins, na Zona Sul, também não estão preparados para incêndios: “A região do Jardins não é adequada, mas tem áreas que tem maior distribuição”.
A DESO – De acordo com o diretor de operações civis da Deso, Marcelo Batista, se houver uma solicitação do Corpo de Bombeiros, a Companhia de Saneamento irá trabalhar para solucionar o problema. “Quando eles determinam, nós vamos lá, medimos a pressão e vemos o que é possível ser feito. Na maioria dos casos, não têm problemas” argumentou.
Quanto ao problema das zonas Norte e Oeste, Marcelo diz que em alguns lugares, a pressão da água realmente é mais baixa. Isso acontece por volta do meio-dia, diz ele. Porém, mesmo assim, esse fato não atrapalharia a instalação dos equipamentos, na opinião do técnico. “Em tese, existe esse problema, mas a gente coloca os hidrantes mesmo que tenha que haver uma mudança na tubulação”, diz Marcelo.
Segundo o capitão, já há a pretensão de se entrar em contato, novamente, com a Deso, para tentar solucionar o problema da falta de hidrantes. Para isso, a Companhia teria que aumentar as linhas de distribuição de água.
Como se portar durante um incêndio
1 – Não fique parado sem nenhuma defesa;
2 – Se ficar isolado, tente arrombar paredes com objetos resistentes;
3 – Mantenha-se vestido e molhe suas roupas.
4 – Preso dentro de uma sala, jogue pela janela tudo que puder queimar facilmente, como cortinas, tapetes, cadeiras, plásticos etc.;
5 – Com a ajuda de uma mesa deitada, volte o tampo para o fogo e proteja-se do calor irradiado, que se propaga em linha reta;
6 – Não tente salvar objetos;
7 – Toque as maçanetas das portas com a mão. Se estiverem quentes, não abra;
8 – Se as maçanetas estiverem frias, abra a porta vagarosamente e fique atrás dela, protegendo-se contra a parede. Caso contrário, o fogo pode atingi-lo diretamente no rosto;
9 – Ajude a acalmar outras pessoas;
10 – Se for descer alguns andares por meio de corda de pequeno diâmetro, faça nós de metro em metro, para que consiga segurá-la;
11 – Em caso de salvamento por helicóptero, tenha calma;
12 – Quando usar as escadas do Corpo de Bombeiros, desça com o peito voltado para a escada, olhando sempre para cima;
13 – Se um incêndio ocorrer em seu escritório ou apartamento, saia imediatamente;
14 – Só combata o incêndio, se você souber manusear, com eficiência, os equipamentos;
15 – Não use elevadores. Desça pelas escadas. Só suba se realmente for impossível descer. O fogo e o calor caminham sempre para cima.
16 – Feche todas as portas que ficarem atrás de você;
17 – Não salte do prédio. Muitas pessoas morrem sem imaginar que o socorro pode chegar em minutos
18 – Se você ficar preso em uma sala cheia de fumaça, fique junto ao piso. Se possível, fique junto à janela, de onde poderá pedir socorro;
19 – Se você não puder sair, mantenha-se atrás de uma porta fechada;
20 – Procure um lugar perto de janelas e abra-as em cima e embaixo. Calor e fumaça tendem a sair por cima. Você pode respirar pela abertura inferior;
21 – Se você puder sair, respire pelo nariz, em rápidas inalações, e sempre rastejando para evitar a inalação de fumaça.
Fonte: Bombeiros Emergência
PRÉDIOS – Em relação aos hidrantes prediais, é responsabilidade de cada edifício realizar a manutenção. “Cada prédio novo tem uma reserva de incêndio própria. Caso haja princípio de incêndio, eles usam esses hidrantes, mas acontece que eles têm uma limitação por causa do reservatório, que não é muito grande”, diz o bombeiro.
Outro problema relacionado aos equipamentos contra o fogo é o vandalismo. Segundo o capitão, ainda há pessoas que não entendem a importância dos hidrantes e que sem eles, o fogo que poderia ser controlado mais rapidamente pode tomar grandes proporções. “Perto da Unit, por exemplo, você pode ver que destruíram um hidrante. A gente orienta as pessoas a não fazê-lo, mas é complicado dizer que temos uma campanha efetiva sobre o assunto”, desabafa o capitão Júnior.
A falta de hidrantes é um problema que atinge a todos os moradores de uma área. Em bairros populosos, um incêndio pode tirar muitas vidas. Se os bombeiros não têm onde recarregar suas viaturas, a questão pode se tornar mais problemática ainda. “Cada vez que acontece um incêndio nas zonas norte e oeste, precisamos nos deslocar para outros locais para abastecer”, lembra o capitão.
Por Wilame Amorim Lima
Da Redação do Portal InfoNet