Depois de 12 dias de orações, acontece hoje, 13, o ponto alto da festa de Santo Antônio. O dia que é dedicado ao santo leva à igreja católica centenas de devotos. Com muita fé, eles vão pedir, pagar alguma promessa ou agradecer uma graça alcançada.
Os festejos começam com alvorada de fogos e sinos por volta das 5h30, mas as homenagens continuam até a noite de hoje. Às 6h acontece a celebração da primeira missa com a benção dos pães que serão entregues aos fiéis por todo o dia.
“Conhecido como pão milagroso de Santo Antônio o pãozinho é disputado pelos católicos. Aqueles que têm fome pegam para saciá-la, já aqueles que são devotos pegam para colocar no pote de farinha. O que tradicionalmente representa que não faltará comida na sua casa. Aí, eles esperam até o próximo ano para no dia 13 de junho trocar o pão novamente”, explica irmã Olga Souza Santos, freira do convento Santa Terezinha.
De acordo com a irmã, Santo Antônio é santo mais popular do Brasil, ficando atrás apenas de São Francisco de Assis. Era um dos mais simples e atendia a todos aqueles que procurassem por ele. Sempre pedia aos ricos para dar aos pobres e por isso o pãozinho também é conhecido como ‘pão dos pobres’. ”Muitas pessoas fazem promessas para dar pães durante todas as terças-feiras para os pobres como forma de agradecer uma graça alcançada”, diz.
A irmã Olga Souza Santos, da mesma congregação, conta que as crenças que envolve o santo provocam sempre fatos engraçados. Ela já trabalhou na igreja e quando abria o cofre (lugar onde os fiéis colocam o ofertório) encontrava diversos bilhetes.
“Alguns eram pedindo para arrumar um marido, outros para não perdê-lo, muitos pediam para conseguir emprego e tinha quem queria somente agradecer”, diz Olga, relatando que é verídica as histórias de mulheres que colocam o santo de cabeça para baixo ou que já tentaram roubar imagens a fim de alcançar um desejo.
Logo mais, às 19h30 os fiéis poderão participar da missa campal de encerramento que será presidida pelos cinco padres franciscanos que vêm pregando diariamente os sermões. Durante os 12 dias a missa foi do lado de fora da Igreja de Santo Antônio que fica na colina e bairro que levam também o seu nome. E mesmo com muita chuva e até vento forte, os cristãos comparecem e participam da trezena com seus guarda-chuvas e bancos. Fiéis enfrentam chuva e vento forte para assisir a missa campal.
A trezena atraiu, como todos os anos, centenas de fiéis. E apesar de alguns deles, como reza a crença popular, acreditarem que o santo seja casamenteiro, a grande maioria tem fé e sabe do poder e do bem que ele pode transmitir.
“A trezena são os treze dias que é rezado a novena. Ela é uma das formas de pedir graças, proteção, agradecer os pedidos atendidos em anos anteriores. Cada dia da trezena deve-se rezar uma das virtudes do santo que seriam, respectivamente, fé, esperança, caridade, prudência, justiça, fortaleza, obediência, humildade, castidade, abstinência, paciência e conformidade. No último dia, só agradece e pede”, explica a católica Maria de Lourdes Souza.
Fé acima de tudo
A devota Maria Abigail Rocha Santos relata que todos os anos comparece aos 13 dias de oração e que há 10 anos procura dar o pão aos pobres. “Este dar o pão não necessita que eu vá as ruas entregar pão, mas posso ir no cofre e dar um dinheiro pois os padres trabalham com diversos programas sociais”, diz. “Eu acredito que ele ajuda a quem pedir com fé”, diz.
Ela aconselha as pessoas desempregadas a pedir a Santo Antônio, pois ele é guardador da família e ilumina os caminhos. Maria Santos entregava medalhas do santo homenageado e terços às pessoas que entrava na igreja e surpreendeu ao dizer que não pagava promessa, mas sabia o valor de quem a usava e também da necessidade de oração para o mundo. “A pessoa que usa esta medalha com fé está protegida por Deus”, explica.
E é com esta mesma fé que as irmãs Hermelina de Souza e Eloina Pinheiro de Souza participam da trezena anualmente. “Todos os anos nós presenciamos e oramos na trezena de Santo Antônio para pedir proteção e agradecer por tudo e pela nossa vida”, diz Hermelina.
A irmã comenta que não acredita que Santo Antônio seja casamenteiro, mas que ele seja o santo das causas impossíveis. “Eu mesmo obtive uma graça que não acreditava que conseguiria. Atualmente, venho somente para agradecer.Temos muito que agradecer”, revela Eloina. As irmães costumam assistir à trezena juntas.
Por Raquel Almeida
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