Ex-moradores de palafitas ocupam casas na Coroa do Meio

Os ex-moradores de palafitas da Coroa do Meio continuam nas casas invadidas nessa madrugada e prometem não sair do local. Nesse momento a Guarda Municipal está no conjunto de 24 casas para impedir que mais alguma seja invadida. Oito famílias ocupam os imóveis e dizem que só tomaram essa atitude por que a prefeitura não cumpriu com seu acordo.

No ano passado a prefeitura prometeu construir 600 casas para abrigar todas as famílias que iriam ser retiradas das palafitas. Enquanto todas as casas não ficavam prontas, o compromisso da PMA foi de pagar aluguel, luz e água dessas famílias. A comunidade agora alega que os valores deixaram de ser repassados, e que estavam na fila para receber as casas e não foram contemplados.

“Nós não invadimos. Só tomamos posse de uma coisa que é nossa!”, alega Alessandra Alves dos Santos, moradora do bairro há mais de 20 anos. As casas ficam prontas hoje, e os sorteios previstos pela Secretaria de Ação Social (Semasc) acontecerão nesta tarde. “A solução que a gente dá pra prefeitura é a exclusão do sorteio dessas doze casas que nós tomamos posse”, fala Alessandra.

Alessandra dos Santos, com o comprovante de cadastro nas mãos
Outra moradora comenta que várias casas já foram entregues, mas 80 famílias ainda não receberam o benefício, e não existem casas para todos. “Tem gente que não era daqui e que pegou casas. Gente que mora na Aruana e que pode até escolher casa aqui, diz Claudivânia Matos, mãe de dois filhos, que mora há 11 anos no local, e há 11 meses estava no aluguel.”

A guarda municipal, comandada pelo supervisor Gonzaga está no local desde às seis da manhã. “Nós só viemos assegurar que nenhuma casa mais seja invadida. As autoridades competentes estão a caminho”, disse o supervisor.

Cadastro

Um funcionário da prefeitura que não quis se identificar diz que os sorteios estão ocorrendo naturalmente e que todas as famílias receberão suas casas. “O sorteio das casas é o modo de garantir que não haja privilégios. O planejamento inicial era de 600 casas, mas como apareceram outros casos, o número foi aumentado para 652”, comentou.

O prefeito Edvaldo Nogueira foi seguro em afirmar, essa manhã, que foi feito um cadastramento antecipado das pessoas que residiam naquela localidade e que estas serão as contempladas. Ele comentou que como já ocorreu em outras áreas da cidade existem pessoas que se deslocam para o local em obra e afirmam que já moravam lá antes – na época do cadastramento.

“Não iremos contemplar quem não morava naquela localidade antes dos que já moravam e nem vamos entregar casas para aqueles que estão vendendo seus cadastros”, disse o prefeito, acrescentando que muito do que está sendo noticiado ainda é resquício da campanha política. 

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