A marcha anual dos Sem Terra de todo Estado para a capital no dia 8 de março é um movimento nacional em favor das mulheres e famílias do campo. O movimento é uma organização da Via Campesina, unidade de articulação dos movimentos do campo que abrange o país e intercambia com outros paises, e que este ano desenvolve nacionalmente o tema ‘Mulheres na luta pela soberania alimentar e contra o agro-negócio’. Um acampamento das mulheres está montado desde a última segunda-feira, 6, na praça Ranufo Prata, com a realização de discussões temáticas, palestras e debates . Hoje, 8, Dia Internacional da Mulher, o grupo sairá às 8h em caminhada com destino à praça Fausto Cardoso onde realizarão uma assembléia popular. Representantes das ‘companheiras urbanas’ e secretários são esperados para reforçar as reivindicações. Este ano representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) iniciaram suas atividades dia 6 com o fechamento da BR 101 em dois pontos, Estância e Pedra Branca, com o objetivo de convidar a população e de explicar toda a ação do MST durante esta semana. Ainda na segunda-feira os representantes receberam a visita da secretária de Estado de Planejamento Lúcia Fálcon. No momento foi entregue reivindicações na pasta de projetos produtivos que englobam capacitação das mulheres na produção, gestão e comercialização do artesanato, infra-estrutura e material, além de cirandas infantis, as creches e programas de saúde para a mulher. Na mesma noite a caravana Arco –Íris pela paz esteve presente no acampamento. Na terça-feira houve uma audiência pública com a apresentação da pauta geral e a participação de secretários de órgãos do Estado ligados as causas rurais. Novamente foi apresentado reivindicações contando com apoio às mulheres do campo e suas necessidades. Segundo Gislene dos Santos Reis, integrante da diretoria do Movimento dos Sem Terra, reuniões serão pautadas a partir da próxima semana com cada secretário para discutir projetos viabilizando as solicitações. A pauta de reivindicações não é abordada por acaso no dia 8 de março. A intenção é trazer à tona toda a discussão em torno das mulheres, de sua força e importância dentro da sociedade inclusive a sociedade rural. “Queremos desmistificar o 8 de março que é visto como o dia da mulher frágil sem participação na sociedade, mas reafirmar a mulher como sujeita na construção da sociedade”, explica Gislene dos Santos Reis. Ainda em apoio às reivindicações a juventude do MST esteve fazendo planfletagem contra a vinda do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush para assinar acordos com o governo do Brasil nesta semana e o que está em pauta é a cana-de-açúcar, agricultura comum no Nordeste brasileiro. A cana que é uma monocultura em alta poderá exportar toda sua produção para os Estados Unidos como combustível. Deixando então de ser comercializado como produto agrícola.
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