O trabalho inicial será apenas cadastrar essas famílias e saber se já estão inseridas em algum programa. A Semasc está trabalhando em parceria com a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), a secretária responsável pela pasta, Ana Lúcia Menezes, esteve no local na manhã desta quinta para acompanhar de perto o cadastramento. Enquanto isso, os pertences dos ocupantes do prédio continuam na rua. Os movéis foram levados para fora da construção inacabada por conta da decisão judicial de reintegração que deveria ser cumprida ontem, mas foi adiada “Ainda não tem muito o que comemorar, porque não estou com minha casinha na mão”, afirma Maria do Socorro, 69 anos. Ela firma que não gostaria de ficar mais no prédio, “preferia ir para outro lugar com melhores condições, aqui é arriscado até pegar uma doença”. Confusão Durante o cadastramento muitas pessoas chegaram na porta da ocupação com suas mudanças carregadas em carroças ou mesmo na mão na tentativa de serem inseridos no cadastramento e conseguir uma moradia própria. “Eu cheguei aqui seis horas da manhã e não querem me deixar entrar. Tô vendo um monte de gente entrando aí, eu também tenho direito”, afirmou. Uma das preocupações da organização do movimento que coordena a ocupação é não deixar que pessoas como Josenaide, que não estavam morando no prédio, se aproveitem da situação.
Aconteceu na manhã desta quinta-feira, 5, o cadastramento das famílias que ocupam o prédio de um hotel em construção no bairro Atalaia. Uma equipe formada por 26 profissionais da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) recolheram documentos das pessoas e preencheram o formulário do cadastro único do Governo Federal, para levantar o número de famílias que estão em situação de risco. As 300 famílias que viviam no prédio foram cadastradas
A preocupação da secretária de agora em diante é para onde levar essas famílias. “Essas questões sociais não são fáceis de serem resolvidas. A solução deve ser buscada através de parcerias com outras secretarias como a do Planejamento”, afirmou. Ela disse ainda que está tentando junto com o Ministério Público Federal e Estadual o prolongamento de retirada das famílias para que permaneçam no prédio até que seja encontrado um local adequado para alojá-las. Secretária Ana Lúcia
de última hora. Apesar do cadastramento, a apreensão das pessoas não terminou já que não há a garantia de uma moradia. Carroças chegavam com pessoas interessadas em participar do cadastro
A dona de casa Josenaide da Silva, mãe de três e grávida de mais um filho, disse que será despejada essa semana da casa onde mora e quer um lugar para ficar. Josenaide da Silva também quer uma moradia
Por Carla Sousa
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