Desde as 15h os ocupantes retiram seus pertences do Hotel Brisa-Mar, onde habitavam desde o dia 1º de maio. No entanto a Secretaria de Inclusão Social ainda não sinalizou um local para acolher os desabrigados. O Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu), que coordena a ocupação, está providenciando com os recursos dos próprios moradores os caminhões para transportar os pertences para outro lugar. Sem-teto puseram pertences na rua
“Eu estou pensando o que vai ser da gente. Nós somos trabalhadores. Se for pra ficar no meio da rua a gente fica”, disse a ocupante Jurema da Silva enquanto retirava seus últimos pertences.
Para o catador de lixo Francisco Barbosa a saída do prédio não foi uma derrota. “Estamos com certa esperança. A luta vai continuar e com certeza a gente vai alcançar o objetivo de ter uma casa própria. Isso foi um incentivo pra que a gente continue lutando”, afirmou Francisco, que há 38 anos tenta ter sua própria casa. O ocupante Francisco Barbosa (esq) com a filha de 10 meses e a esposa
A procuradora do MPF, Gicelma Santos e a promotora Berenice Andrade, do Ministério Público Estadual, acompanharam a desocupação do prédio. “Nós conversamos com o oficial de justiça para garantir que seja um processo pacífico”, disse a promotora Gicelma.
Um dos coordenadores do Motu, Marcos Simões, afirmou que há um espaço onde eles podem levar as quase 300 famílias. “Estamos quase certos de que vamos ter que armar um acampamento nesse local. A gente deve terminar de transportar tudo até umas 20h”, disse Marcos.
Por Ben-Hur Correia