Frequentadores da Aruana são contra derrubada de bares

Manifesto da comunidade na praia de Aruana
É apenas uma singela manifestação de trinta e poucas pessoas. Três dúzias de cidadãos, admiradores da Praia de Aruana, turistas, adultos, adolescentes, crianças, apreciadores de uma cerveja com petiscos ao entardecer, jogadores de frescobol, pais de famílias, surfistas. Estes, acostumados a compartilhar as boas marolas, os bons momentos com os “broder”, dentro ou fora d”água, simplesmente alinharam suas pranchas, dispondo-as no melhor arranjo que pudesse expressar o desconforto de não ser visto por quem deveria enxergar muito bem. SOS. Um pedido de socorro, um pedido de atenção.

A comunidade não foi consultada. A voz destas trinta e poucas pessoas, talvez seja uma leve reverberação da vontade de milhares, que ainda tomam susto ao perceber o sumiço dado a vários bares/barracas que lhe serviam semanalmente. E quem haveria de negar tratar-se de interesse comum? De uma comunidade? A comunidade de – avaliamos – cerca de três mil pessoas que semanalmente se dirige à Aruana em busca do bem público mais querido de todos os bens públicos, a praia.

O Ministério Público tem razão. A lei tem razão. Aquilo tudo é bem da União, não de particulares. Isto é de uma clareza solar. O meu, o seu, o interesse deste ou daquele não pode sobrepujar a lei, que nasce para regular e garantir o interesse comum. Mas, esses milhares de frequentadores não denotariam um interesse comum?

Pois bem, às vésperas de se decidir o futuro dos últimos bares de pé naquele pequeno e acolhedor pedaço da princesa da qualidade de vida, nós, trinta e poucos, ousamos falar por três mil, ou, quem sabe, bem mais que isso, na esperança de que a comunidade, o interesse comum, seja visto nesta e noutras tantas oportunidades, como um algo que está acima de qualquer interpretação estanque das normas; ou decisão solitária de um magistrado ou colegiado; acima da vontade pessoal de uma autoridade; acima dos medeixes das relações entres os poderes em qualquer âmbito, municipal, estadual ou da União.

Sustentamos que a comunidade não falou porque não foi perguntada. Sustentamos que a ponderação, o bom-senso e o respeito a ela foi esquecido. Sustentamos que nenhum bar deveria ser destruído, sem que houvesse um projeto elaborado e executado, dando-nos a todos – usuários e trabalhadores da praia de Aruana – novas opções de acomodação.
Pedimos, enfim, para sermos vistos, antes que se veja argueiros nas vistas dos outros.

Por Henrique Teles, músico da banda sergipana Maria Scombona

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