Mal cheiro, sujeira, roupas estendidas por todos os cantos e muitas reclamações dos detentos. Este foi o retrato que o presidente da OAB/SE, Henri Clay, e a Comissão de Direitos Humanos da instituição levaram da 1° Delegacia Metropolitana. Na manhã desta sexta-feira, 4, os advogados e a imprensa visitaram a unidade que é tida como uma das mais problemáticas da capital. A visita foi motivada pelos relatos feitos por delegados e policiais civis que trabalham nas carceragens das delegacias de todo o estado e que têm passado pelo mesmo problema: a superlotação. Muita sugeira toma conta conta do local
A situação da 1° DM foi definida pelo presidente da OAB/SE, Henri Clay, como desumana e caótica, “e que brutaliza o
detento e coloca em risco quem trabalha aqui dentro diariamente”. Ele afirmou que irá entrar em contato com os secretários de Segurança Pública e da Justiça e Cidadania para cobrar uma medida efetiva de assistência jurídica. “O Estado não pode continuar inerte. Não basta dizer que não há vagas nos presídios é preciso apresentar uma solução”, salientou.
Presos se amontoam dentro das celas
Durante a visita os detentos relataram que é preciso fazer revezamento para dormirem, alguns dormem sob o vaso sanitário, o ‘rango’ é ruim e dizem que já encontraram até barata dentro da comida. Além disso, alguns detentos estão doentes e precisando de atendimento médico. De acordo com o delegado adjunto, Luis Carlos Xavier, ontem, 3, três presos tiveram que ser levados para o hospital. “Não tem condições de sobrevivência aqui dentro”,
afirmou. Delegado diz que a situação é insutenstável e de risco para a população
As quatro celas da delegacia estão abrigando mais de 52 presos. Cada uma delas possui 9 m² e de acordo com o delegado daria para abrigar apenas cinco presos ‘apertados’, mas atualmente tem comportado até 14 presos cada. “A situação está insustentável, antes da última fuga nós tínhamos aqui 64 homens. Os policiais civis que trabalham aqui não são treinados para fazer o papel de carcereiro”, ressalta, acrescentando que não só os policiais, mas a população que vive nas redondezas está correndo riscos.
Por Carla Sousa