Em todas as delegacias da capital, 22 presos esperam o andamento de seus processos desde 2007. Um dos casos é o de um homem, preso por furto que está na 2ª Delegacia Metropolitana (DM) desde em março de 2007, enquanto seu processo não é julgado. O secretário de Segurança Pública, Kércio Pinto, afirma que já contactou a defensoria pública para solucionar esses casos.
Dentro da 2ª DM, quatro homens estão presos desde 2007, por furto, roubo e lesões corporais. Na 7ª DM um preso pela Lei Maria da Penha está alojado desde novembro de 2007. “É inconcebível muitos desses presos estarem em delegacias. Há pessoas que estão há um ano e que já cumpriram a pena, mas ainda estão presos e sem as mínimas condições”, diz o secretário.
Na terça-feira, 15, a Defensoria Pública se reuniu com a SSP, que se comprometeu a repassar os nomes de todos os presos em delegacias de Sergipe para os defensores. Kércio diz que os processos de todos os presos serão analisados pelos defensores para que sejam tomadas as providências.
Delegacias Secretário Kércio Pinto
Nessa quarta-feira, 16, o promotor estadual Eduardo Matos se reuniu com o secretário Kércio para esclarecimentos sobre a transferência de delegacias. Nos últimos dias a população da Barra dos Coqueiros e os moradores da Rua do Carmo protestaram pela construção ou alojamento de delegacias nos locais. Os moradores estão receosos com as fugas nas delegacias.
No caso da 3ª Delegacia Metropolitana, o secretário alega que ela estará na Rua do Carmo somente durante o período de construção do novo prédio. A previsão de construção da nova delegacia é de 180 dias. O novo prédio da Visconde Maracaju abrigará a 3ª DM a Delegacia Plantonista Norte e uma companhia da Polícia Militar.
“A 3ª DM já funciona com a custódia interditada. Indo para rua do Carmo não será transformada. Os presos ali só passam o momento da lavratura do flagrante e imediatamente são transferidos para outras unidades. Por isso a população deve ficar tranqüilizada, porque não há risco de fugas”, explicou Kércio.
A delegacia da Barra dos Coqueiros está sendo construída com os novos moldes de delegacia integrada da SSP, com as chamadas ‘celas de passagem’. Os presos permanecem nas delegacias por no máximo 72h, já que não dá condições físicas para que os presos continuem no ambiente. As celas não tem espaço para banho de sol, nem para visitas íntimas.
O secretário afirmou que tanto as duas delegacias, quanto o chamado ‘Cadeião’ não vão oferecer risco à população. No Antigo Hospital Adauto Botelho, será construída uma Unidade de Custódia Provisória, onde serão colocados presos de baixa periculosidade.Na próxima terça-feira, 22, o MPE e representantes da SSP farão uma visita às obras no antigo Hospital Adauto Botelho para conferir as instalações.
Por Ben-Hur Correia