Vítimas do granizo em Poço Verde podem receber ajuda

140 casas estão assim
O pasto está seco e o gado, cada vez mais magro. Há mais de quatro meses não caía uma gota de água na cidade de Poço Verde. Na última terça, 25, choveu, mas não foi o que esperava as comunidades sertanejas de Cedro e Lagoa do Junco. “Foi meia hora de pedra de gelo na cabeça, sem parar. Foi terrível. Eu ficava olhando a chuva derrubar meu telhadinho, tão novinho, que acabei dia desse”, fala a moradora Rosalva de Jesus.

 

Nos dois povoados rurais, a Defesa Civil contabilizou 140 prédios danificados, entre eles, uma igreja, um cemitério e uma escola. Por causa do destelhamento, dezenas de famílias estão se amontoando em um único cômodo de suas casas à noite, ou

Granizo na região que é retrato da seca em Sergipe
simplesmente, dormem a céu aberto. “Dou um cochilo ou outro, porque toda hora acho que vai cair granizo de novo na cabeça da gente”, diz dona Antônia, lavradora que teve todo o telhado da casa destruído por conta do fato.

 

O estrago na residência de Silvana de Jesus foi tão grande que ela precisou ir pra a casa da sogra. Mas o coração não foi junto. “Foi tanta luta pra erguer minha casa, ter o canto só pra mim. Voltei a depender dos outros”, queixa-se. Ainda abalada, ela descreve o momento de desespero que foi a tarde do dia 25. “Começou aquele barulho, ninguém sabia o que era. Corri pro banheirinho da minha casa com os meninos e ficamos ali esperando passar”, relembra.

 

Dona Rosalva em sua casa
Cenário incomum

 

A estrada que liga a sede do município aos povoados ganhou elementos contraditórios na paisagem. A vegetação seca beira grandes poças de água, ocasionadas após o derretimento do granizo. No povoado Cedro, a equipe do Portal Infonet encontrou o agricultor Ozano Correia reconstruindo o que havia feito na manhã do mesmo dia da chuva.

 

“Juntei um dinheirinho e tava dando uns reparos nela por conta do fim de ano. Daí a tarde foi tudo pro chão”, conta. Sem dinheiro, aproveitava as telhas e pedaços de madeira que permaneciam utilizáveis. Assim como Ozano, a maioria da

Silvana mostra o banheiro que serviu de abrigo
comunidade vive da lavoura, e a estiagem que tem feito na região tem deixado boa parte do povo sem dinheiro até para comer, quanto mais para pagar R$ 320 em uma nova cobertura para as casas.

 

Ação Social diz que vai agir

 

A secretária de Ação e Desenvolvimento Social de Poço Verde, Josefa Dória, afirma que o órgão vai lutar junto ao Estado para que as famílias não precisem arcar com os prejuízos, causados pelo fenômeno natural. “Foi uma situação constrangedora, são comunidades muito pobres e por isso vamos tentar viabilizar a ajuda financeira que essas famílias precisam”, fala.

 

Vento forte derruba árvore

Na tarde dessa quinta, 27, Josefa irá à Secretaria de Estado de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento (Seides), em Aracaju, entregar o relatório do caso e solicitar a verba. A população dos povoados Lagoa do Junco e Cedro ficaram algumas horas sem energia após o ocorrido. Felizmente, ninguém ficou gravemente ferido.

 

O meteorologista Overland Amaral informou que existe a possibilidade de chuvas convectivas com granizo que devem acontecer no verão, a exemplo da que aconteceu na última terça-feira, 25, na cidade de Poço Verde. Ele alerta que essas chuvas de granizo ocorrerão em áreas isoladas.

Por Glauco Vinícius e Raquel Almeida

 

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