Fim do táxi lotação repercute em Aracaju

Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Aracaju (Sinditaxis), Luis Cunha, o Nena, alguma coisa precisa ser feita imediatamente para que essa decisão seja revista.  “Desde já eu afirmou que, caso isso ocorra, vai criar no país inteiro uma revolta da população que utiliza os serviços de táxis-lotação”, acredita Nena.

Ele disse ainda que vai conversar com o advogado para discutir a decisão e aguardar os acontecimentos. “Não se pode permitir que uma decisão de cinco ou seis tecnocratas, possa tirar o direito de milhares de pessoas em todo o país, em escolher qual o tipo de transporte que quer usar”, ressalta.

O presidente do Sinditaxis informou que o sistema de lotação é regularizado por lei municipal, inclusive com terminais construídos pela prefeitura.  “São 179 táxis divididos em dez linhas”, destaca.

Usuários

A moradora do bairro Sanatório, Maria Luiza de Almeida, utiliza diariamente os serviços de táxis-lotação e disse estar preocupada com a decisão. “Eu não me vejo sem o lotação. Todo mundo sabe a dificuldade de transporte aqui no Sanatório. Os ônibus demoram uma eternidade e a opção para quem precisa chegar cedo ao trabalho, à escola ou ao médico, é pegar um desses táxis.  Não é possível que a SMTT permita o fim do lotação em Aracaju”, afirma Maria Luiza.

Decisão será analisada na SMTT

Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira, 15, o superintendente Antônio Samarone, afirmou que a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), vai aguardar para cumprir a decisão.  “Enquanto gestor, a minha competência única é cumprir a lei, mas antes vou consultar o meu setor jurídico, ouvir o diretor de Trânsito, major Paiva e até mesmo o Ministério Público Estadual para ver como a lei será cumprida em Aracaju, já que passam a ser clandestinos”, promete.

Samarone disse ainda que, quem prometer que o sistema de táxis-lotação é pelo resto da vida, está enganado. “Mais cedo ou mais tarde, Aracaju evoluirá para um mundo moderno”, espera.

Apelo do NTU

A revogação publicada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no Diário Oficial da União do último dia 9 de dezembro atende a um pleito anterior formulado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).  A entidade entende que esse tipo de serviço acaba fazendo concorrência desleal aos serviços de transporte público instituídos nos municípios brasileiros.

Por Aldaci de Souza