Ponte de Propriá fica fechada por uma hora

Protesto começou com queima de pneus/Fotos:Aldaci de Souza/Infonet

Os cerca de 800 pescadores dos Estados de Sergipe e Alagoas que fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira, 14 na ponte de Propriá, não se conformam com o atraso na liberação do seguro-defeso por conta do Ministério do Trabalho.  Eles estão sem dinheiro há mais de dois meses, o que os levou a fechar a ponte sobre o rio São Francisco, queimando pneus e gritando palavras de ordem por uma hora.  A liberação só foi possível devido à presença de policiais rodoviários federais.

A manifestação começou pacífica às 10h e os manifestantes já pensavam em liberar a ponte por volta das 10h30, quando um motorista de uma carreta vindo de Alagoas, conseguiu furar a barreira e passar em alta velocidade, quase atropelando as pessoas que estavam no local.  Foi o estopim para que o

Pescadores pedem apoio aos governantes

protesto que acontecia apenas do lado sergipano, passasse para o outro lado, já na subida da ponte. Nesse instante, os pescadores colocaram várias pedras ao lado dos pneus interditando totalmente a área.

Revoltada, a pescadora da Colônia Z-6, localizada em Nossa Senhora do Socorro, Gleide Selma Santana, usou toda a sua força para pegar blocos de cimentos e atirar nos pneus, juntamente com os colegas.  Gritando, “queremos nosso dinheiro, queremos nosso dinheiro”, ela repetia que tem duas filhas para alimentar e que a ponte deveria permanecer fechada por mais alguns minutos.

A secretária da Colônia de Pescadores de Propriá, Dilma da Silva Gama, disse que a manifestação teve por objetivo, sensibilizar o

Dilma Silva, da Colônia de Pescadores de Propriá

Ministério do Trabalho para a liberação do seguro-defeso. “Nós já entregamos toda a documentação pendente e todas as pessoas que estão aqui é porque precisam comer. Somente de Propriá, são 800 pescadores que vivem diretamente do rio São Francisco e com o período do defeso, estão sem o peixe e sem o seguro há mais de dois meses”, enfatiza pedindo apoio dos governantes para a solução do problema.

Policiais negociam

Após alguns minutos de iniciada a manifestação, policiais rodoviários federais e policiais militares, chegaram ao local para tentar negociar a liberação da ponte. “Nós recebemos um ofício dos líderes dos pescadores,

A revolta da pescadora Gleide Selma

comunicando que seria apenas uma panfletagem, mas agora estamos vendo que a ponte está fechada, causando prejuízos aos motoristas que precisam passar. Vamos negociar a liberação o mais rápido possível”, afirmou o inspetor Luiz, que contou com a ajuda de colegas de outros postos da PRF.

Engarrafamentos

Várias pessoas ficaram presas nos engarrafamentos, tanto do lado de Sergipe, como do lado de Alagoas. Pela estimativa dos policiais rodoviários, do lado de Sergipe o engarrafamento chegou a sete quilômetros e do lado de Alagoas a cinco quilômetros. Mas, quem fiou mesmo na bronca, foram os motoristas que tinham horário marcado para entregar as mercadorias em outros estados.

Vários quilômetros de engarrafamento

“Eu não sou contra o protesto, só acho que deveria ser feito na porta do Palácio, da Assembleia. Eu estou com uma carga de laranja, produto perecível, que com certeza será danificada, pois não vou conseguir chegar em Pernambuco antes das 15h”, lamenta o motorista Ival dos Santos Araújo.

Adesão de alagoanos

Vários pescadores da Colônia São Braz, localizada no município de Alagoas, participaram do protesto. Segundo Roberto Campos, é preciso lutar além da liberação do seguro, para a questão ambiental.  “Muitos proprietários avançaram na área de domínio da União, causando prejuízos ao rio São Francisco. Agora, os donos de chácaras às margens do rio estão impedindo a pesca no local. Os órgãos ambientais precisam fiscalizar as áreas que deviam estar sendo ocupadas por matas ciliares”, entende.

Por Aldaci de Souza

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