Rodoviários cruzam os braços a partir de segunda-feira

Categoria votou pela greve/Fotos: Aldaci de Souza (Infonet)
A assembléia dos rodoviários, realizada na manhã desta quinta-feira, 19, foi uma das mais tumultuadas dos últimos tempos.  O clima começou a esquentar do lado de fora do Sest/Senat.  Isso porque grande parte de cobradores e motoristas não pôde entrar no prédio, sob a alegação de que “não cabia mais ninguém”. 

Dois sindicatos na briga: O Sintra, representado por João Batista e o Simco, representado por Adriano Oliveira. No meio, centenas de trabalhadores em busca de melhores salários.  A proposta do sindicato patronal, o Setransp, é de aumento em torno de 6,5%, o Sintra estava propondo 6,24% e o Simco, em torno de 14%.  Resultado: greve de motoristas e cobradores a
Policiais tiveram que escoltar João Batista até o carro
partir da próxima segunda-feira, 23.

Na assembléia, João Batista colocou as propostas em votação e disse que se a categoria não as aceitasse, iria para o dissídio coletivo.  Quando os rodoviários afirmaram que decidiriam pela greve, ele se retirou do auditório do Sest/Senat.  Foi o estopim. Gritando palavras de ordem como: “fora, fora, crocodilo, crocodilo”, a categoria seguiu o presidente do Sintra, que teve de ser escoltado até o carro, por policiais. “Eu não tenho o que falar num tumulto desses, apresentei as propostas. Agora a greve fica por conta deles e cada um fala o que quiser”, limitou-se João Batista.

Do lado de fora, uma multidão uniu-se ao pessoal que estava na parte interna, clamando a presença de Adriano Oliveira e afirmando que este sim,

Adriano ficou do lado de fora e comandou a passeata até o DIA
era o representante da categoria. “A categoria não aceitou as propostas e deflagrou a greve em assembléia. Precisamos manter a calma para levar as reivindicações adiante”, afirma Adriano, acrescentando que a situação é delicada.

Antes da assembléia, o presidente do Setransp, Carlos Amâncio afirmou esperar que tudo fosse resolvido nesta quinta-feira.  “Essa é a quarta assembléia, esperamos que o reajuste seja definido”, disse.

Insatisfação

Motoristas e cobradores afirmam que a situação está cada vez pior.  “Antes a gente ganhava cinco salários mínimos e agora a

Fátima está revoltada com a situação
gente recebe apenas dois. Não dá para sobreviver. É de se lamentar a categoria ter como representante, um sindicalista que faz tudo que os patrões querem. Ele poderia pelo menos ter negociado 10%, que a gente aceitava, mas 6,24% não dá”, entende o motorista Francisco Luis.

Fátima Teles da Silva estava visivelmente irritada.  “Eu trabalho há 13 anos como cobradora de ônibus. Se tem um assalto, a gente é obrigado a pagar do bolso e quando recorremos a João Batista, a resposta é de que é assim mesmo, que tem que ter paciência e que ajuda a categoria.  Como ele ajuda a categoria, fazendo tudo que os patrões querem?”, indaga.

Passeata pela av. Tancredo Neves
Passeata

Após algumas horas de tumulto, os rodoviários decidiram fazer uma passeata até o Terminal de Integração do Distrito Industrial de Aracaju (DIA), para comunicar aos motoristas e cobradores a decisão da greve na segunda-feira, 23, a partir das 12h.  O trânsito na Avenida Tancredo Neves ficou muito lento. De lá eles seguiram para a Câmara de Vereadores e definiram que no domingo, 22, realizam nova manifestação na Praça da Bandeira.

Por Aldaci de Souza

 

 

 

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais