Cerca de 70 trabalhadores terceirizados da Transurh que atuam na unidade do Tecarmo da Petrobras paralisaram as atividades nesta terça-feira, 15. A greve, de acordo com o diretor do Sindipetro, Fernando Borges, é uma resposta às tentativas frustradas de negociação das pautas apresentadas pelos representantes dos trabalhadores à empresa, processo que já dura dois meses. 90% dos trabalhadores aderiram à paralisação
Uma das principais reivindicações é que a classe seja representada pelo Sindipetro. “Para nós, quem trabalha na Petrobras é petroleiro, mas a empresa quer que nossa representatividade fique com um sindicato que nada tem a ver com a categoria”, diz Borges. Ainda segundo ele, já existe uma decisão judicial favorável aos trabalhadores nesse sentido, determinação que não está sendo cumprida pelo empregador.
A classe luta também pela construção de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), pagamento de PLR e um piso salarial de acordo com a tabela do sindicato. “Todos estão ganhando como serviços gerais, mas eles desempenham várias funções diferentes e queremos que recebam salários conforme a atribuição que possuem”, completa o diretor.
Negociações
Fernando diz que um representante da empresa já esteve no local para uma tentativa de negociação, mas sob a condição de que os grevistas voltassem ao trabalho. “O dono da empresa está viajando e por isso mandou um representante, mas nós não vamos suspender a paralisação pelo menos até sexta [dia 17], quando deve haver uma negociação direta com o empresário”, avisa. Trabalhadores só negociarão com a empresa na sexta, 17
Para substituir os empregados que estão parados, Fernando diz que a Transurh colocou pessoas despreparadas para as funções que envolvem áreas de risco. “Eles estão burlando leis colocando pessoas não habilitadas para um trabalho perigoso. Todos aqui possuem anos de treinamento”, afirma.
Até o momento, ele diz que a Petrobras também não se manifestou. “Ela tem poder de intervir, afinal de contas ela é a contratante da empresa e deve fiscalizá-la. Eles não podem deixar que pessoas desqualificadas assumam essas funções e ofereçam risco à população”, completa.