“É muito difícil para a prefeitura administrar banheiros públicos. O índice de vandalismo é bastante alto”. Assim justifica Ademar Queiroz, assessor da Empresa Municipal de Obras e Urbanismo (Emurb), a existência de poucos sanitários coletivos na capital. Ainda segundo ele não há projetos para a construção de novos banheiros. “A não ser na praça João Goulart, que já está sendo construída no Augusto Franco. Lá vai ter uma quadra, e por isso a necessidade de implantar um banheiro coletivo naquela localidade”, diz o assessor. Poucos banheiros que existem estão em condições precárias
A Emurb é a empresa responsável pela construção desses espaços, que, por sua vez, são administrados e mantidos pela Emsurb, Empresa Municipal de Serviços Urbanos. De acordo com a assessoria do órgão, existem apenas quatro banheiros públicos na capital.
“Tem um na praça Dom José Tomaz, outro na Orlinha do Bairro Industrial, um na praça Tobias Barreto, e o mais antigo em funcionamento, na Travessa Deosdete Fontes, no centro da cidade”, aponta Mayusane Matsunae, assessora da Emsurb.
Segundo ela, os banheiros públicos da cidade ficam abertos de segunda a sábado, das 7h às 18h, com exceção daquele localizado na praça Tobias Barreto, que também funciona aos domingos, em virtude da feira que acontece no lugar. “É importante que os usuários preservem esses espaços, até para que outros possam ser instalados”, diz a assessora. O taxista Sílvio Cruz tem que recorrer a algum estabelecimento
Constrangimento
A pessoa está na rua, longe de casa, e de repente, a qualquer hora do dia, a vontade de ir ao banheiro aperta. Então ela olha para um lado, para o outro, e não encontrando nenhum banheiro público por perto entra em um bar, restaurante, ou qualquer outro estabelecimento só para usar o sanitário. Quem nunca passou por situação parecida?
Esse constrangimento faz parte do cotidiano de Sílvio Cruz. Ele, que é taxista, passa o dia inteiro na rua buscando e levando passageiros em seu táxi, e quando precisa ir ao banheiro “o único jeito é entrar em um bar, restaurante, ou lanchonete”, diz o rapaz, ressaltando que sempre pede
autorização. Mas os taxistas não são os únicos que criticam a falta de banheiros públicos em Aracaju. A população de uma maneira geral sente falta de sanitários coletivos em pontos estratégicos da capital. O mais antigo fica no centro da cidade, na Travessa Deosdete Fontes
O mais antigo de Aracaju
Seu Gerivaldo trabalha há 45 anos como sapateiro na Travessa Deosdete Fontes, no centro da cidade, local que já foi conhecido como Beco do Açúcar. O sapateiro lembra que quando chegou à travessa um banheiro coletivo já funcionava naquele lugar, e desde então, percebe a falta de investimentos no espaço público. “Entra governo e sai governo, e não vejo ninguém realizar benfeitorias nesse banheiro”, reclama seu Gerivaldo. “O das mulheres parece ser melhorzinho”, completa o sapateiro.
E quem toma conta do banheiro feminino é a servente Maria Ivaneide, funcionária da Emsurb, que ocupa a função desde novembro do ano passado. Segundo ela, espaço necessita de uma reforma
imediata, o que deve acontecer em breve. “Já soube que vai ocorrer uma obra aqui para melhorar esse banheiro. Só não sei quando começa”, diz a servente. “Aqui falta muita coisa”, disse o servente que toma conta do sanitário masculino. Ele, no entanto, preferiu não se identificar. Placa de inauguração do antigo banheiro público
O sanitário em questão foi inaugurado em 1929, quando da remodelação do antigo Beco do Açúcar. O feito aconteceu durante a gestão de Teófilo Dantas. Ele também foi reconstruído na administração de Roosevelt Meneses. A reforma deu-se no ano de 1956.
Por Helmo Goes e Raquel Almeida
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