Tratamento de efluentes de matadouro frigorífico foi discutido com municípios

Grande público na palestra (Foto: Eduardo Almeida/ Seplan)
O abate de bovinos é uma das atividades econômicas mais importantes no mercado brasileiro, mas ainda hoje acarreta um grande problema para o meio ambiente com o despejo de efluentes oriundos das diversas etapas do processamento industrial. Em Sergipe existem apenas dois matadouros com licença ambiental, sendo um municipal, localizado no Alto Sertão, e outro particular que está no território do Baixo São Francisco.

Para encontrar uma solução sustentável para o problema no Estado, a Secretaria de Estado do Planejamento, Habitação e do Desenvolvimento Urbano (Seplan), através da Subsecretaria de Habitação e Programas Especiais (Subseha) promoveu, a palestra ‘Alternativa Sustentável para Tratamento de Efluentes de Matadouro Frigorífico’. Prefeitos, secretários municipais de agricultura e técnicos da área, dos oito territórios sergipanos, lotaram o auditório da Empresa de Desenvolvimento Sustentável de Sergipe (Pronese). 

O palestrante Adoniel Amparo, consultor em agricultura orgânica em 21 estados brasileiros, explicou como aproveitar os efluentes dos matadouros na agricultura orgânica, aumentando a capacidade de geração de renda e a preservação do meio ambiente. “Os efluentes tratados podem ser aproveitados como terra vegetal, como pulverizador, condicionando o solo para a agricultura, o que dispensa o uso de agrotóxicos”, destacou Adoniel informando que todo o tratamento é feito com microorganismos que bioestabilizam os efluentes que podem servir como lagoas para criar peixes ou como insumos para a agricultura. 

Adoniel ressaltou que as águas residuárias dos matadouros contêm sangue, gordura, excrementos, substâncias contidas no trato digestivo dos animais, fragmentos de tecidos, entre outros, caracterizando um efluente com elevada concentração de matéria orgânica. Quando disposto ao meio ambiente sem tratamento, o acúmulo dessas substâncias representa focos de proliferação de insetos e de agentes infecciosos.

O subsecretário de Habitação e Projetos Especiais da Seplan, Sérgio Ferrari, afirmou que matadouros e frigoríficos são uma demanda de todos os municípios sergipanos. “A solução desse problema esbarra na questão ambiental porque todos os derivados de frigorífico são altamente poluentes. Então, hoje em dia, a maioria dos frigoríficos do Estado não consegue operar porque não tem a licença ambiental. E o que nós estamos tentando buscar são experiências bem sucedidas, como é o caso da Bahia, que conseguiu resolver a questão ambiental através da criação de microorganismos”, argumenta.

Objetivos

Ferrari revela que com a palestra a Seplan pretende difundir a tecnologia e destaca que a participação da Administração Estadual de Meio Ambiente (Adema) foi fundamental. “A presença de Genival aqui foi muito importante para que a Adema se intere também sobre o assunto e nos auxilie em busca de uma solução, que a partir de agora possa viabilizar a implantação e a solução, de matadouros frigoríficos no Estado de Sergipe”, disse.

Para o presidente da Adema, Genival Nunes, os efluentes do abate sempre foram problemáticos, principalmente o sangue. “Você pode aproveitar osso, a graxaria, mas sangue, não. Então, sangue é um dos principais problemas do tratamento de efluentes de matadouros. Nós aprovamos essa iniciativa da Seplan, e estamos aqui pegando mais um viés de discussão que é o tratamento através do inóculo do professor Adoniel como alternativa de tratamento. É algo novo, o próximo passo  é avaliarmos todo esse processo e eu espero que seja o começo de uma solução”, diz Genival. 

Fonte: Seplan

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