Os internos que escaparam na tarde de terça-feira, 20, do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) ainda não foram recapturados. Dos seis que fugiram, apenas um que quebrou a perna ao pular o muro foi pego pelos policiais militares no momento da fuga. As buscas continuam. Prédio do Cenam já tem mais de 30 anos
Segundo a diretora do Cenam, Antônia Silva Menezes, os cinco adolescentes que escaparam pertenciam a um grupo de jovens infratores que respondem a diversos processos, dentre eles, homicídio. “Um dos adolescentes responde por dois homicídios, outro por tentativa de homicídio, e o restante do grupo a diversos processos por roubo e furto”, conta a diretora.
Segundo ela, esses jovens não estão preparados para andar em grupo, pois dessa forma organizam fugas e rebeliões no Cenam. Ela destaca a necessidade da criação de alas individuais. “Aqui na unidade não trabalhamos com solitárias, mas constatamos a necessidade de alas individuais. Os jovens dividem as alas com outros adolescentes”, diz.
A diretora informa, ainda, que está iniciando uma sindicância para apurar fugas e rebeliões recentes no Cenam. De acordo com ela, um dos menores que fugiram na terça-feira iria responder a essa sindicância por ter participado de um desses movimentos. “Este pode ter sido o motivo da fuga”, deduz a diretora.
Conselho Nacional de Justiça
Nesta manhã, dia seguinte à fuga de seis internos, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estiveram visitando as dependências do Cenam. De acordo com a diretora Antônia Silva Menezes, um relatório será preparado pelo CNJ sobre as atuações condições daquela unidade de medida sócio-educativa.
Cenam sem grades?
Em entrevista recente ao Portal Infonet, o presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, disse que um de seus objetivos era tirar as grades do Cenam, para que o prédio não mais lembrasse uma penitenciária. A Fundação Renascer é o órgão que coordena todas as unidades de medida sócio-educativa do Estado. Polícia Militar é constantemente chamada para conter os menores
Sobre a declaração de Gicelmo, a diretora do Cenam, que ocupa o cargo há apenas dois meses, diz que concorda com a idéia e confirma que as grades serão, sim, retiradas do prédio com mais de 30 anos de construção.
“Estamos numa fase de mudança, de positivação. Com a troca de gestão, que agora é civil e não mais militar, nós temos um novo paradigma. Nosso objetivo é implantar o que determinam o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca). A visão de que se tinha antes era de que esses meninos eram presidiários comuns, mas isso já está sendo mudado”, declara a diretora.
Por Helmo Goes e Carla Sousa
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