Imagine uma cidade de pouco mais de 18 mil habitantes, encravada numa região onde a natureza foi generosa. O stress passa longe e a calmaria só é afetada por conta da presença de cerca de 10 mil turistas por mês. Bonito é assim e fica no interior do Mato Grosso do Sul, distante 278km da capital, Campo Grande, a 180 km do Pantanal, e cerca de 1200km de Aracaju. A cidade fica na Serra da Bodoquena, uma região de belezas naturais e culturais, como o Parque Nacional da Serra da Bodoquena e reservas indígenas com três diferentes etnias. A cidade começou a se destacar no Brasil e no mundo pelas suas características de rara beleza natural, assim como a forma profissional de conduzir um sistema turístico em harmonia com a própria natureza. Lugares como as Grutas do Lago Azul e do Mimoso, o Aquário Natural, os rios Sucuri, do Peixe, Formoso e o Recanto Ecológico Rio da Prata enchem de tranqüilidade aqueles que procuram paz, e para quem está em busca de aventura, provocam emoções inesquecíveis. São mais de 30 atividades diferentes para todos os gostos, desde os mais tranqüilos passeios até os mais radicais. Bonito também apresenta inúmeras de suas belezas no subterrâneo. Isso mesmo… Inúmeras grutas e cavernas esperam os aventureiros de plantão, com lagos profundos de águas cristalinas, em que experientes mergulhadores se arriscam para “desbravar” esse mundo desconhecido. Foi em Bonito, na Lagoa Misteriosa, que o mergulhador Gilberto Menezes de Oliveira atingiu 121m, a maior profundidade subaquática registrada em cavernas brasileiras. Para quem não é mergulhador e não quer se arriscar nos subterrâneos, há passeios para todos os gostos e bolsos. Os Balneários Municipais, o Buraco das Araras, o Projeto Jibóia, a Estância Mimosa, dentre outros, devem ser conferidos. Mas não se engane: a natureza foi caprichosa e estará presente em sua plenitude em qualquer lugar que vá nesta região. Da Estância Mimosa pode-se começar um passeio pela trilha do mesmo nome. Percorre-se um caminho entre samambaias, orquídeas, bromélias e árvores centenárias, e não se assuste se for acompanhado por macacos pregos. O caminho continua e passa por mais de oito quedas d’águas diferentes, ricas em tufas calcárias – formações resultantes da ação do calcário da água sobre algas, troncos e folhas. As águas transparentes e límpidas dos seus rios provocam êxtase ao serem contempladas. O multicolorido das piraputangas, curimbatás, pacus e dourados impressiona. Um outro atrativo que lembram bolhas de sabão são as borbulhas brotando do fundo de areia do rio, as chamadas ressurgências. Não é a toa que a visitação aos rios da região se chama “flutuação” e se o visitante não souber nadar, não tem problema, há rios, lagoas e passeios de todas as profundidades, acessos e transportes. A Gruta do Lago Azul é uma das 500 da região e possui infraestrutura para visitantes. Ela é formada pela ação das águas sobre rochas calcárias. Além destas atividades, também é imperdível visitar o Abismo Anhumas, as cachoeiras do Rio do Peixe, dentre muitas outras atrações. Para os amantes do bike, a pedida é pedalar com a equipe Lobo Guará Bike Adventure e conhecer o dia-a-dia da cidade, com seu povo hospitaleiro e contador de histórias. Não é por menos que Bonito possui apenas 18 mil habitantes, mas recebe cerca de 10 mil turistas por mês, em média. O setor do turístico gera 2.300 empregos diretos e responde por 50% da arrecadação de tributos. Focado no ecoturismo, o município desenvolve um processo de conscientização da população e dos visitantes para que a natureza seja vista do ponto de vista somente da natureza. Alguns cuidados, como a construção de passarelas sobre a nascente do Rio Formoso (para evitar a passagem a pé nos trechos rasos do rio) e licenciamento ambiental em todos os atrativos naturais são precauções tomadas pelo município para monitorar a atividade turística. Todos os turistas que querem visitar as atrações de Bonito precisam se cadastrar nas operadoras e agências locais por meio do voucher único, criado pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur), em 1995. As visitas às atrações turísticas são feitas mediante o acompanhamento de um guia especializado em atrativos naturais. A organização de Bonito tem deixado um cenário de aventura com a harmonia entre conservação ambiental o desenvolvimento sustentável. Como chegar O acesso pode ser feito de carro ou ônibus, saindo de Campo Grande pela BR 060, até Guia Lopes da Laguna, depois seguir pela MS 382, ou BR 262 sentido Aquidauana, logo após pela MS 345. Existem vôos das principais capitais brasileiras ao Aeroporto internacional de Campo Grande. A partir daí, pode-se contratar um serviço de traslado ou alugar um carro. A empresa aérea Trip faz linha Campo Grande/Bonito, às quintas e domigos. Dicas de viagem As agências de viagem fazem passeios denominados “flutuação” pelos rios de Bonito, pois não se pode “se jogar” nos rios de águas claras. O permitido é entrar bem devagar e flutuar para não deixar as águas turvas. Algumas agências oferecem mergulhos na Gruta do Mimoso de até 20m de profundidade sem riscos. Mas atenção, o espeleomergulho é só para quem tem muita experiência e equipamento adequado. A gestão municipal canalizada para o turismo sustentável em comum acordo com a comunidade tem se tornando referência em todo o país, bem como o profissionalismo dos guias de turismo. Visite o Projeto Jibóia, importante trabalho que tem como objetivo desmistificar as serpentes não peçonhentas, assim como trabalhar a educação ambiental visando a diminuição da matança indiscriminada das serpentes na natureza e a criação de exemplares em cativeiro para suprir o mercado de animais em estimação, evitando a coleta no meio ambiente. É importante deixar claro, que tudo deve está na medida certa. Há trilhas, cavalgadas, esportes radicais e diversos passeios considerados de grande esforço ou pequeno esforço. Deve-se procurar guias especializados, equipamentos de qualidade e respeitar sempre a sua natureza. Há pousadas e hotéis dos mais econômicos aos mais sofisticados. Também se pode encontrar uma diversidade de opções de alimentação e outros serviços, como internet, lojas de artesanato e de artigos de aventura. As piscinas naturais da Estância ficam com cor amarronzada nessa temporada do ano em função do excesso de chuvas mas não menos convidativas ao banho, mergulho e nado. Fotos: Conselho Municipal de Turismo e Secretaria Municipal de Turismo Na Bagagem ü O crescimento do setor hoteleiro em Aracaju tem chamado atenção da mídia especializada. Recentemente o site “Viaje Aqui”, ligado a editora Abril, publicou uma matéria sobre o crescente aporte de hotéis na capital sergipana. O Radisson Hotel, o Vitória, o Simas Praia e o Real Classic são alguns deles citados na matéria. ü Rodovias que dão acesso as cidades históricas de São João Del Rei (MG) e Tiradentes (MG) têm causado graves acidentes devido à falta de conservação. ü Orgãos competentes ligados ao turismo bem que poderiam reverter a situação de penúria em que se encontra o Hotel do Velho Chico, em Propriá (SE). O empreendimento continua aberto, mas precisa urgentemente de manutenção. Vale a pena intervir na causa. ü A Operadora Turise tem feito constantes reuniões com os jornalistas da área de turismo como forma de conhecer àqueles formadores de opinião no segmento. ü Se for pela presença de público na Vila do Forró, construída na orla da praia de Atalaia, os donos de bares estão sorrindo à toa. O espaço tem sido bastante visitado e atrai uma multidão todos as noites. ü A orla da praia de Aruana continua em reforma e tão logo esteja pronta, será mais um ponto turístico da cidade de Aracaju (SE). O Aruanã Eco Praia Hotel é uma pedida para quem quer esticar e se hospedar na localidade. ü Parada Gay de São Paulo (SP) se configura como o maior evento do gênero no mundo e o segundo maior da cidade em cifras de movimentação de dinheiro perdendo apenas para a Formula I. O evento chega a concentrar mais de 3 milhões de pessoas e movimenta R$ 189 milhões. Passaporte Ano da França no Brasil Vale a pena apreciar o momento mágico da missa de domingo na Catedral de Notre Dame, na Ilê de France, em Paris. A liturgia em francês, os cânticos e o clima de louvor provocam uma agradável sensação de leveza e agradecimento.
Foto: Silvio Oliveira