A Gran Via não para um só segundo durante toda a madrugada, com seus cinemas, cafés e restaurantes. A Calle de Alcalá também. A Plaza Mayor é onde os turistas bebem um bom vinho, acompanhado de “tapas” – tradicionais petiscos espanhóis. E assim à noite madrilenha caminha para o multifacetária bairro Chueca, onde todas as tribos se reúnem até o sol raiar. Madrid, capital da Espanha, é hoje considerada uma das mais efervescentes capital da Europa e mais atraente em números de turistas: quase que um milhão por ano. O que a faz receber tantos visitantes? A união entre prédios históricos conservados, ruas bem sinalizadas, um eficiente sistema de transporte público e, para turistas que gostam de desbravar a cidade a pé, uma vasta quantidade de placas indicativas e postos de informação. A cidade também alia boa gastronomia com uma rede hoteleira com exímio custo/benefício e uma das noites mais agitada da Europa. A dica é desbravar a cidade a pé e pontuar o centro histórico da capital como forma de localização. As duas avenidas principais – Calle de Alcalá e Gran Via – levam o turista aos principais pontos turísticos da cidade. O roteiro pode começar na famosa e não tão atraente Plaza de España, onde se encontra um conjunto de esculturas homenageando Miguel de Cervantes. Percorra a Gran Via e aprecie o conjunto de prédios, principalmente os que ficam nas esquinas. A poucos metros da Plaza del Callão fica o Mosteiro das Descalças, com imponente igreja (€ 8 – visita guiada). Caminhe pelas ruelas e chegue até a Plaza Izabel II, bem ao fundo do Teatro Real, já na Plaza del Oriente. A fachada do prédio histórico chama atenção, mas é o imponente Palácio Real, a sua frente, que atrai o olhar mais curioso. Considerado um dos maiores palácios da Europa, a suntuosidade do interior chama atenção, ao mesmo tempo em que os dois jardins e a ala externa são atrações para uma boa foto. Mais adiante está a Catedral de la Almudena ou Catedral de Madrid. O templo foi inaugurado por João Paulo II, em 1993, bastante novo se comparado com outras catedrais da Europa, porém, suas cores claras contrastando com vitrais coloridos, além de pinturas modernas, a faz diferente de todas as outras. Vale a pena também visitar a Basílica de São Francisco El Grande, um grande monumento coordenador pelos franciscanos, mas que tem o Ministério da Presidência como gestor e que por entraves políticos/religiosos tem causado a falta de manutenção de seu acervo. Uma pena, pois a igreja é a mais suntuosa da Madrid, com um acervo de quadros famosos e mantendo a terceira maior cúpula em diâmetro das igrejas cristãs. Mapa em punho, vá pela Calle Mayor, bem pertinho da igreja e antes de chegar à Plaza Mayor, não deixe de conhecer o tradicional e luxuoso Mercado de San Miguel. Surpresa é o termo mais adequado ao entrar na estrutura metálica datada de 1916. Nada tem a ver com os “mercadões”: gente bonita tomando vinhos nos balcões, flores naturais por todos os lados, bancas de chocolates em meio a queijos e muitos frutos do mar. Lá você encolhe e degusta “gambas a la placha”, “tapas com peixe, cebolinha e oliva” acompanhados de um bom vinho. O clima pré-noite toma conta do local, mas é na Plaza Mayor onde a Madrid dos guias de turismo se revela. Percorra a Calle Mayor até o encontro entre a Gran Via e a Calle de Alcalá, com a sua Porta de Alcalá, a Fontana de las Cibeles, o Palácio das Comunicações, o Metrópole, dentre vários outros prédios históricos e conservados da cidade. Una o roteiro contemplativo de monumentos ao cultural visitando os museus del Prado e o Thyssen-Bornemisza e se tiver um tempinho ainda conheça o Palácio de Cristal, no Parque del Retiro. Ainda há fôlego? É hora de descansar porque à noite lhe espera. Se quiser fazer umas comprinhas, o comércio fica aberto até às 22h. Com a crise assolando os paises da Europa, a tradicional siesta madrilenha (parada do comércio para o descanso das 14h às 17h e abertura de lojas até às 21h) não está tão em prática assim. Os madrilenos estão abrindo o comércio até às 22h. Afinal, a cidade ferve até o novo dia começar. Por que não aproveitar? Fotos: Silvio Oliveira Registros