Belo Horizonte – Mercado Central: convite ao jeito mineiro

O Mercado Central de Belo Horizonte está para os mineiros como a praia de Atalaia está para os sergipanos. Está constatação é feita ao entrar no local, quando se observa que atravessa a história de Belo Horizonte como a melhor da soma entre a hospitalidade mineira e a alma dos antigos tropeiros, que cruzavam o sertão até as minas.

Desde 1929 que o local vem fazendo história e guardando-a também. Seus cheiros, cores, variedades de produtos e infinidades de artesanatos típicos da região são encontrados ali. Exemplares de queijos meia cura, temperados, cozidos, condimentados ou simplesmente mineiros são expostos nos mais variados tamanhos e preços. Não é coisa da cabeça do visitante se sentir o aroma da iguaria ao longe. Junto aos queijos, manteiga, creme de leite e muitos artefatos advindos do interior, mas um chama atenção: a tradicional lingüiçinha defumada e caseira vendida por metro.

Não é por menos que a culinária mineira é tipicamente tropeira, baseada em embutidos produzidos em forno à lenha. No Mercado Central também se pode apreciar o famoso pão de queijo em sua total variedade: com iogurte, com mandioca, com batata, rápido e o roceiro. Qual o mais gostoso? Fica difícil responder, mas o cheiro é um convite aos prazeres da gula.

Tão logo se caminha pelos corredores do mercado, observam-se coleções de pimentas e temperos, até chegar às famosas cachaças. São inúmeras. Tem até cachaça em rótulos de wisque, também parecida no preço. Cachaça da roça, cachaça envelhecida em barril de carvalho, com bálsamo e de alambique; Belo Horizonte ou simplesmente BH ou Belô é o paraíso das cachaças e dos botecos, por conseguinte, considerada a capital brasileira que tem mais bares por habitantes. O Mercado Central não deixa de ter um bom exemplar. Há tradicionais botecos por todos os lados e no sábado de manhã é comum os mineiros finalizarem a noitada em um deles, comendo os tradicionais quitutes. O fígado acebolado com jiló, o bife acebolado, o tutu a mineira e a couve refogada estão entre os mais pedidos.

Não se pode deixar de visitar as lojas de artesanatos. Não há bonecas de barro encontradas no Nordeste, nem cuias de chimarrão do Sul, muito menos os tradicionais artesanatos indígenas do Norte do país. O artesanato mineiro é bem focado nos produtos do interior. Diferente do que acontece em outras praças, a variedade não é tão forte assim, mas percebe-se um refinamento em suas peças. São encontrados artigos de couro para montaria, panelas de pedra, tachos de cobre, cabeças de boi empalhadas e muito objeto de decoração. As miniaturas que contam o cotidiano do interior mineiro são encontradas em todas as lojas, bem como panelas, lamparinas e minúsculas chaleiras, todas produzidas em cobre.

Se levado em conta a arquitetura, o prédio fez 80 anos em 2009 e conserva pouca coisa do traçado original, mas por si só é um daqueles locais onde se apresenta como um verdadeiro shopping cultural.

Como em todas as localidades do gênero, o Mercado Central não é unanimidade entre os belo-horizontinos. Há inúmeras espécies de animais disponíveis para compra, a exemplo de pássaros e mamíferos, que alavanca discussões acaloradas de ambientalistas sobre o modo como os animais se encontram enjaulados no mercado. Debates a parte, o Mercado Central de Belo Horizonte é considerado por seus moradores e visitantes como um convite a conhecer a alma dos mineiros. Como diz por lá: “fígado acebolado com jiló e cachaça mineira. Agora me diz: mar pra quê?”.

 

Na Bagagem                                            

ü  Aruanã Eco Praia Hotel, localizado na rodovia Sarney, concorre à inclusão do seu nome na seleta lista de roteiro de charme do país. A chancela é concedida pela Associação de Hotéis de Roteiro de Charme e atualmente possui pouco mais de 50 membros. Se for considerado, será o primeiro hotel de Sergipe a conseguir o título.

ü  Sergipe encerrou 2009 com dados animadores para o setor turístico. A movimentação de passageiros no aeroporto de Aracaju, por exemplo, teve uma variação de 8,75% a mais em relação a 2008. A movimentação de turistas pelas operadoras no Estado cresceu 19,01% no mesmo período, passando de 25.706 para 30.593 turistas.

ü  Os principais emissores de turistas para Sergipe são os baianos, representando 35,10% dos visitantes. São Paulo fica em segundo lugar com 13,46%, seguido por Pernambuco (8,8%), Rio de Janeiro (7,8%), Alagoas (7,32%), Distrito Federal (4,67%), Minas Gerais (4,02%) e demais estados (18,83%).

ü  Trinta e um lugares para se conhecer em 2010, segundo o jornal americano The New York Times, incluiu o Brasil: a Bahia, com destaque para Trancoso. O luxo de Marrakech, uma feira para 70 milhões de visitantes na China, o exotismo de Istambul e Damasco, uma rota de vinhos na Patagônia também foram citados.

ü      Quem for viajar para o litoral Sul de Sergipe na Semana Santa terá a ponte Joel Silveira como passagem. A inauguração da obra está prevista para acontecer no dia 30 de abril. Ponto positivo para o turismo.

 

Passaporte

 

Torre de Belém – Lisboa

Bem à beira do Tejo e localizada no tradicional bairro de Belém. A Torre de Belém é um exemplar da arquitetura militar portuguesa , construída no reinado de Manuel I (1514- 1520) para defender a embocadura do rio. Cúpulas mouriscas cheias de janelas, calabouços, canhões e torres de vigia são algumas das edificações do monumento em motivos manuelinos. Do terceiro salão se tem uma vista panorâmica do Tejo e de Lisboa, à frente, o Mosteiro dos Jerônimos e, do lado, o Padrão do Descobrimento. A visitação acontece de terça a domingo, das 10h às 17h, no verão.

Fotos: Silvio Oliveira

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