Entre todos os sentimentos, a inveja é a pior sensação que alguém pode sentir. O ódio, por exemplo, é até agradável, muito embora nocivo à saúde, mas, a inveja, não! Ela é traiçoeira e permeia as relações como pregos afiados, pois um invejoso nada mais é que um fraco diante o desejo (vazio), que o outro lhe despertou. Prefiro conviver com falsos, a ter que me relacionar com alguém invejoso. É claro que já senti inveja de amigos e familiares, pelas conquistas conseguidas. Mas nada extremista e que dure muitos segundos. O ser invejoso não tem noção do que é capaz de fazer ao outro para conseguir o seu status. Ele age de forma vil. Quando me vi invejando, a palavra é até feia, me vi triste comigo mesmo, por reparar minha incapacidade de lutar e isso se converteu em força para também tentar sobreviver. A inveja nos mostra o quanto cegos podemos ficar perante o amor, outro exemplo. Trabalhar as relações de convivência nem sempre é algo fácil de praticar, daí o campo minado para que a inveja floresça de baixo pra cima, feito uma erva daninha. Estava analisando algumas pessoas e como elas se manifestam focadas pela inveja. Percebi que o silêncio se mostra primeiro, na hora em que a inveja se instala. Em seguida vem o olhar fixo e seco, no que é dito ou visto (objetos da inveja). Não faz muito tempo, que conversando com um amigo, fiquei reflexivo diante do que me foi dito. Ele me contou que em seu trabalho, uma sala grande com onze pessoas convivendo diariamente, chegou para mostrar as chaves de seu carro nosso – um utilitário comum, inclusive – e percebeu que entre um de seus colegas o silêncio da inveja se fez presente. Meio sem saber como agir, meu amigo recolheu toda sua euforia pela nova aquisição e esmoreceu por alguns minutos. Mesmo diante do anunciado, ele já não tinha mais intenção alguma continuar festejando o carro novo ou dividir qualquer outra informação com os demais (que por sinal fizeram a maior farra quando souberam da compra). É isso, a inveja consegue acabar com a alegria e por isto já é o bastante para evitarmos contar certos detalhes de nossas vidas a quem se mostre assim. Meu amigo se viu preocupado pelos dias seguintes, já que apesar de ser besteira o lance do carro, a energia negativa emanada pelo outro foi tão intensa que ele teve vergonha até de convidar o pessoal para dar uma voltinha, no final do expediente. Acabou adoecendo por não saber o que fazer a força daquele olhar ruim. Confesso que apesar da história parecer boba, a inveja ficou martelando em minha cabeça por vários dias. Acho que quando estamos dispostos a algo assim, temos a noção de que nossa inveja pode proporcionar no outro um desconforto ímpar. Comecei a reavaliar meu nível de inveja, perante os ganhos materiais de amigos e constatei que sempre fiquei mais feliz pelas conquistas do que ínvido. Percebi que quando estou diante do progresso alheio me disponibilizo a querer também o melhor, mas não sem celebrar a conquista do outro. Não sou de confessar mesquinharias, nem de chutar o ar reclamando de azares, muito pelo contrário. Querer o mesmo não é pecado, o problema é quando isso atrapalha as relações e queremos àquilo que não nos pertence. A felicidade, é um outro exemplo. Tenho inveja das pessoas felizes, porém não rogo pragas, nem quero a tristeza do outro para que o mesmo se equipare a mim. Ser pernóstico ao conseguido (a felicidade do outro) é horrível, do ponto de vista humano e não me permito sentir isso. Entre tantos pensamentos que tive após esse rápido episodio, consegui formular um método para evitar ser atingido também pela inveja: Filtrar as informações, simples assim! De maneira rápida, indolor e sem criar grandes causos, não divido mais tantas informações sobre meus sentimentos, sonhos conquistados e afins, pois evito o olhar parado de quem percebi inveja e, principalmente não constato que às vezes, pessoas próximas a mim, podem naturalmente possuir esse gene defeituoso. É claro que existem pessoas confiáveis, que vibram com nossa bonança, e para estas minha vida se mostra aberta, mas, na vida tudo tem dois lados.
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