Sexo em lugares públicos

Mesa de bar, bebida solta e a língua também. Conversando num grupo misto, numa sondagem rápida, percebi que fazer sexo em lugares públicos é de longe uma fantasia desejada pela maioria das pessoas. No trilho das redes sociais, onde “postar” é existir ao olho do outro, parece que nem assim, com o risco de se ver divulgada tamanha intimidade, as pessoas se privam de realizar suas necessidades sexuais. Resultado: inúmeros vídeos caseiros, publicados na Internet, com flagras de casais fazendo aquilo que todo mundo careta faz em casa, na cama, no silêncio do seu quarto, mas que jamais vai querer que o outro ache que é feito – transando.

Na Aracaju do sexo fácil, não é problema algum encontrar uma transa factual. Entre as belezas da Cidade, temos pontos quentes, onde segredos são mantidos atrás de cenários naturais do nosso cotidiano. Bastante frequentada por pescadores, a famosa "Praia do Amendoim", que fica na região mais valorizada da Capital (logo após a ponte que vai para o bairro Coroa do Meio, mais precisamente em frente ao Riomar) é um dos mais antigos redutos de pegação livre. Quem diria que logo ali, tão perto de centenas de olhos atentos, é possível conseguir encontros sexuais quentes?

Conta a lenda que os vendedores de amendoim, meados da década de 80, estendiam suas lonas para secagem do produto, e ali mesmo já praticavam o tal sexo livre. Mudou o comércio do amendoim, mas a sacanagem continua até hoje. O local, que mais parece um bosque, é cheio de árvores folhudas, que formam verdadeiros paredões. Muitas vezes passamos por ali sem nem perceber que naquele matagal se escondem amores fugazes. A polícia faz ronda, mas nada impede as aventuras no local, porém, é preciso ter cuidado!

Há alguns anos, um aventureiro acabou de cueca no porta-malas de seu próprio carro. O cara, que conheceu o bandido ali mesmo na “Praia do Amendoim” foi vítima do parceiro ocasional, que acabou roubando-lhe os pertences, deixando apenas um pouco de dignidade e medo. O local não é seguro, justamente por misturar um público diversificado: curiosos, michês, maridos e mulheres que adoram uma terceira pessoa ou simplesmente pais de famílias, que usando da velha desculpa do cooper matinal, aproveitam que as esposas ainda dormem (em suas mansões na 13 de Julho) pra buscar um sexo sem grandes consequências bem pertinho de casa.

Só quando pensamos em sexo é que nos aproximamos bastante de nossa essência bicho. Nesse quesito estamos sucintos à base de toda a humanidade (todo mundo meio que se iguala nessa hora). O problema é quando não avaliamos o entorno do nosso desejo, colocando nossas vidas em risco.

Na Orla, tão bonita e atrativa, os mais ousados já descolaram o “point perfeito”: atrás da pista do kartódromo (apelidado de praia do Vício – vício em sexo), por sinal, outro lugar arriscado. Há uns dez anos, um conhecido foi sondar a região, caçou companhia, ficou sem roupa e quase morreu. Teve que procurar ajuda da delegacia da área pra pedir socorro. A tentativa de homicídio ocorreu enquanto ele praticava o ato e foi surpreendido por um meliante portando um facão, dizendo ameaças. Nesta hora, acho que a única saída é salvar a própria vida, mesmo que pra isso tenhamos que correr pelados pela praia. Uma loucura, até certo ponto engraçada, mas verídica (e triste).

Antes que sua cabeça comece a desenhar um perfil preconceituoso de que isso só acontece com pessoas tais e tais, saiba que muitos homens e mulheres são agredidos enquanto colocam suas fantasias in natura em prática. O problema é que ninguém sai contando nada. A própria Orla já foi conhecida por relatos de casais que, transando na praia, passaram por apuros. Coisas que ninguém quer lembrar, muito menos comentar.

Se as escadarias do Edifício Futuro, Centro de Aracaju, falassem centenas de casamentos e amores eternos chegariam ao fim. Como se trata de um lugar praticamente sem movimento e bem localizado, já foi cenário para tórridos casos, obviamente, em sua maioria, não praticados pelos moradores que lá residem, mas, por caçadores de aventuras. Outros locais de “pecado” ao céu aberto que posso lembrar rapidamente são: as escadarias do edifício Jangada (também no Centro), laterais da Catedral Metropolitana (período noturno), Universidade Federal de Sergipe (banheiros e áreas mais afastadas) e embaixo da Ponte do Imperador. Óbvio que existem outras dezenas, mas estes são mais folclóricos e concorridos.

Aracaju está cheia de pessoas que mapeiam seus desejos sexuais de acordo com as possibilidades. Enquanto escrevo isso, penso no quanto excitante deverá ser transar no topo do Maria Feliciana, prédio do Banese Central. Eu adoraria saber de algum relato envolvendo o local ou quem sabe um dia subir todos os seus andares pra explorar essa fantasia. Imagine só fazer algo assim, mas com a certeza de que não terá ninguém pra bisbilhotar, visto que o prédio, é o mais alto do local!? Loucuraaaaa… mas tenhamos calma!

É de bom tom citar que no Brasil, transar em lugares (ditos) públicos é crime (por ato obsceno) previsto no artigo 233 do Código Penal Brasileiro. Se a transa for flagrada pela polícia, os envolvidos (homem com homem, mulher com homem, mulher com mulher, etc e tal) serão levados à delegacia, podendo render até um ano de cadeia. Então, antes de arriscar, pondere sempre!

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