Num restaurante aí da vida:
Parabéns pra você, U-huh!
Nesta data querida, U-huh!
Muitas felicidades, U-huh!
Muitos anos de vida, U-huh!
Daí, os funcionários (que antes aplaudiam), finalizaram a saíram para atender os demais clientes (alguns destes clientes também aplaudiram a festa do outro, sem serem convidados para tal, mas faz parte).
Ele, sentado e sozinho, fez questão de aplaudir e observar a alegria alheia. Nada mais genuíno do que olhar a tal “alegria alheia”, principalmente quando não se está feliz.
Mas a vida é assim mesmo: muitas vezes a felicidade alheia não incomoda, apenas nos faz pensar sobre no que estamos vivendo naquele momento X da nossa história. Quando estamos passando por uma big questão pessoa, normalmente, ficamos restritos àquilo em si – como se a vida fosse resumida a apenas um problema só. O que não procede.
É preciso desfocar. Rir dos problemas, das dívidas, do nome sujo no Serasa, do amor que acabou. Mas quem consegue fazer isso tudo facilmente? Algumas coisas só o tempo ajuda, em outras, um bom psicólogo para amenizar o baque sofrido. As opções existem, basta percebê-las. Antes de qualquer tratamento holístico, ou remédio, é preciso se querer melhorar, ver o outro lado do muro e agir em prol disso. Escalar a realidade por mais dura que esta se apresente.
Ali, sentado na “festa alheia”, ele se sentiu incrivelmente em paz (o que não significa estar feliz) com tudo o que presenciava. O aniversariante da noite estava acompanhado de mais três amigos, num grupo pequeno, mas coeso. Mas como ele (o solitário) viu a felicidade do outro e percebeu se tratar de algo verdadeiro, genuíno?
Através dos olhares entre o aniversariante e os seus amigos!
Quando estamos felizes de verdade, isto também aparece no nosso olhar e culmina em mais sorrisos constantes, numa amostragem dos dentes de tal maneira que se alguém olhar a quilômetros de distancia, dirá: aquele sorriso é verdadeiro.
Enquanto as pessoas no restaurante aplaudiam, ele (o aniversariante) não se envaidecia da cena ao redor, nem tampouco de quem não aplaudira sua festa. Ali (entre seus três amigos), ele se bastava e sorria…
… já o solitário dos dois chopps, o da mesa posta próxima ao balcão, imaginava a vida daquele homem simples: será mesmo que ele era um cara feliz? será que o seu nome não estava estampado no Serasa? e no departamento amor, ele estava ok?… mas, independente das respostas, o que importava ali era o momento de celebração por mais um ano ultrapassado. Isto e nada mais! O AGORA pode ser bem melhor se refletido e analisado no instante em que acontece.
O AGORA do não-aniversariante-dos-dois-chopps era em si solitário, mas desde o momento em que ele passou a cultuar a alegria do aniversariante-semi-aplaudido passou a se tornar mais leve. Ele ainda estava sombrio, mas tranquilo. Sua realidade era sofrida, mas deliciosa pelos dois chopps maravilhosamente gelados.
Ali, no meio da festa de um Estranho, ele (o solitário) se viu vivo e pensando sobre tal, por alguns instantes, também se descobriu feliz.
E quem disse que a vida não pode ser mais simples?
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