A cidade onde quem a visita mira o olhar para cima, tamanha a quantidade de arranha-céus e monumentos; onde quase tudo é sinônimo de imponência e grandeza, também é a capital em que se pode apreciar um bom passeio histórico, com calma. Entre ruas lotadas e multidão em busca do consumo no Centrão paulistano, esconde-se prédios e locais atraentes, que documentam não somente a construção do território, mas do povo brasileiro.
São Paulo é daquelas grandes metrópoles mundiais onde à primeira vista causa uma incógnita. Para alguns, amá-la é sinônimo de abraçá-la e conhecê-la bem mais atraente, cosmopolita e diversa. Para outros, a São Paulo não tem vista para o mar, não atrai, não tem cor, é fria como um grande emaranhado de concreto.
Adjetivá-la é sempre uma arte de decifrar a maior cidade do país, principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul, com um conglomerado de mais de 12 milhões de hab (Estativa IBGE 2018); cosmopolita com mais de 196 nacionalidades diferentes em seu território. Como não a adjetivar? São Paulo em sua grandiosidade é a 11ª cidade mais globalizada do planeta, possui o 10º maior PIB do mundo, 5ª maior bolsa de valores do mundo em capitalização de mercado (dados de 2017).
Fundada em 1554 por padres jesuítas em torno de um colégio, é possível observar prédios históricos e ricos centros culturais, que insistem em documentar e reafirmar a história para a posterioridade.
Entre o Centrão e o Centro Histórico, o tour deve ser feito a pé. Chama-se Zona Central de São Paulo à região que engloba os distritos da Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Sé e Santa Cecília. Corresponde à região do Centro Histórico os distritos da Sé e República. É lá onde se concentram a maior parte dos edifícios que retratam a história da cidade. Difícil é escolher o que se conhecer nesse emaranhado de opções. A escolha deve ser uma regra para facilitar, a começar por onde convier e atrair
Vanguardista, cosmopolita, moderna. São diversos adjetivos e expressões que podem defini-la. Mas nada melhor para nomeá-la do que a cidade das várias cidades em uma só. Assim é São Paulo, cidade dos contrates, até mesmo pela máxima “amá-la ou odiá-la”. Mais paulista não existe do que as formas de Niemayer do Conjunto Nacional ou na maior comunidade nipônica fora do Japão: a Liberdade. São Paulo é exclusiva, única, inigualável pela sua cor local, vida noturna, cheiro e gente. Viver São Paulo é ter a noção de que ali se faz presente um pedacinho do mundo onde o relógio não para. 24h, 48h, 72h… Tempo é pouco para conhecê-la em sua essência, mas muito para dizer que é sempre difícil resumi-la em adjetivos.
1 – Estação Júlio Prestes (Luz) e Pinacoteca de São Paulo
O prédio da Estação Ferroviária da Luz foi inaugurado em 1901 e abrigou a principal estação do país. A construção servia para escoar o café produzido no estado. Depois da Segunda Guerra, a estação da Luz passou a receber trens urbanos. Essa é uma das estações de metrô mais movimentada de São Paulo, e, também, um dos pontos turísticos da cidade, hoje totalmente reformada. Com mais de 100 anos de história, a estação que teve a sua matéria prima para construção importada da Inglaterra.
Não deixe de fazer uma visita em prédios do seu entorno, como a Pinacoteca de São Paulo. O prédio fundado em 1905 é um dos mais antigos e importantes museus de arte da cidade. Funciona de quarta a segunda, das 10h às 18h. A estação de metrô mais próxima é a da Luz (Linha 1- Azul, Linha 4- Amarela, Linha 7- Rubi [CPTM], Linha 11- Coral [CPTM]).
2 – Basílica de Santa Efigênia e Viaduto de Santa Efigênia
Da Pinacoteca até a Basílica de Santa Efigênia é cerca de 1km pela avenida Cásper Líbero. De arquitetura romântica medieval, a igreja foi construída no local de uma das primeiras capelas de São Paulo e é recheada de histórias, além de emblemático conjunto arquitetônico composto por vitrais, torres e pinturas de 1809.
Também conheça no entorno o Viaduto Santa Ifigênia, outro cartão-postal de São Paulo. Inaugurado em 1913, foi construído para ligar o centro novo ao centro velho como fazia o Viaduto do Chá e também passa sobre o Vale do Anhangabaú. As peças que compõem o estilo art noveau do viaduto vieram da Bélgica. Em 1978, foi entregue reformado e reinaugurado como calçadão, com peças da mesma empresa que forneceu as estruturas originais e, em 1982, foi pintado com as cores do arco-íris.
3 – Largo de São Bento, Mosteiro e Basílica de São Bento
O passeio por dentro de um dos ícones no nascimento da cidade de São Paulo acontece de segunda a sexta, a partir das 7h, quando se realiza uma missa com cantos gregorianos. O mosteiro, casa dos monges da Ordem Beneditina, foi doado à igreja em 1600, mas a construção atual passou por diversas modificações, não sendo a original.
A arquitetura, a história de resistência e a tranquilidade no burburinho da cidade são uníssonos em agradar os diversos tipos de turistas. A estação mais próxima é a São Bento (Linha 1- Azul).
4 – Café Girondino
Dê uma pausa no roteiro e aproveite para conhecer o Café Girondino, bem na esquina do Largo de São Bento com a avenida Boa Vista. Fundado em 1998, não chega a ser um ícone histórico, mas revive a atmosfera da sociedade paulistana, quando os grandes barões do café chegavam de bondes às cafeterias, inspiradas em modelos europeus, especialmente franceses. O Girodino é desenhado como o primeiro café que existiu na esquina da rua XV de Novembro e a praça da Sé. Das janelas, observa-se o Mosteiro de São Bento. A estação mais próxima é a São Bento (Linha 1- Azul).
5 – Pateo do Collegio (Pátio do Colégio São Bento)
Percorra a avenida Bela Vista. Observe os postes de energia datados dos primeiros anos do início da República. Em meio aos arranha-céus do centro da capital paulista, o Pateo do Collegio, berço dessa que se tornou uma das maiores metrópoles do mundo, foi o local onde nasceu São Paulo. Escrito em português, Pátio do Colégio de São Bento, é o local da primeira missão jesuíta de São Paulo, em 1554. O complexo histórico da Companhia de Jesus abriga a capela construída em 1896, o Museu Anchieta, Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, Cripta de Padre Anchieta, biblioteca e café do Pateo.
Vale a pena entrar no pátio do colégio e tomar um café. Sinta a atmosfera dos jesuítas e conheça objetos, vestuário, documentos, utensílios e algumas preciosidades da companhia em solo brasileiro. A estação de metrô mais próxima continua sendo a Estação São Bento (Linha 1 – Azul) ou a estação da Sé (Linha 1- Azul, Linha 3- Vermelha).
6 – Solar da Marquesa
Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, famosa por ter entrado para a história como amante de Dom Pedro I, foi uma das donas dessa típica residência urbana do século XVIII e um dos últimos exemplares remanescente restaurado da arquitetura urbana deste século na cidade.
Ainda hoje é possível observar diversas partes originais da residência e até mesmo alguns móveis e utensílios que eram utilizados pela Marquesa. O solar fica na rua do fundo do complexo do pátio do colégio dos Jesuítas, na antiga rua do Carmo. A estação de metrô mais próxima é a Estação Sé (Linha 1- Azul, Linha 3- Vermelha).
7 – Viaduto do Chá, Teatro Municipal e Vale do Anhangabaú
Primeiramente é interessante observar o Vale onde se construiu os dois primeiros viadutos de São Paulo: o do Chá e o Santa Efigênia. Veja como é emblemática a vista dos arranha-céus. O Vale do Anhangabaú é um lugar de manifestações e shows populares e reúne o prédio da Prefeitura de São Paulo, do Teatro Municipal, da Escola de Dança de São Paulo, do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, um campus universitário e é rodeado por grandes edifícios. Por seu subsolo corre ainda o rio Anhangabaú, nome indígena que significa, em tupi, rio ou água do mau espírito. A região tem jardins, chafarizes e esculturas. É o Vale que divide o centro velho do centro novo.
Sobre ele, o viaduto do Chá foi o primeiro viaduto de São Paulo, construído com uma estrutura metálica vinda da Alemanha e inaugurado em 1892. Em 1938, foi reformado para uma versão mais parecida com a vista hoje. Nessa parte da cidade se tem uma vista legal de prédios importantes de São Paulo, como o edifício Martinelli e a torre do Banespa (Banespão).
Pertinho dele fica o icônico e cartão-postal Teatro Municipal inaugurado em 1911. As visitas guiadas ao teatro são gratuitas e é possível conferir os horários no site oficial. É um ícone do Centro da cidade, com fachada inspirada na Ópera de Paris. Abrigou a Semana de Arte Moderna em 1922, movimento que buscou renovar a cultura brasileira com a arte modernista. Por fora, o prédio exibe traços renascentistas barrocos do século XVII. Em seu interior, essas características são acompanhadas de vitrais, mosaicos e de um lustre com 7 mil cristais belgas. A estação de metrô mais próxima é a Estação Anhangabaú (Linha 3- Vermelha).
8 – Largo do Paysandu e Galeria do Rock
Recentemente o Largo do Paysandu submergiu a notícia negativa do desabamento de parte de um prédio na redondeza, por conta de um incêndio, mas vale uma visita ao seu entorno. Um dos prédios que deve ser visitado é a emblemática Galeria do Rock, primeira do gênero de São Paulo, símbolo do modernismo da época que foi construída. Nos anos 60, ganhou o título de Galeria do Rock depois que várias lojas de disco se instalaram ali e adeptos do estilo passaram a frequentar o local. Hoje a galeria tem cerca de 450 lojas, não só de discos, mas também de camisetas, decoração e tatuagens. Lá você encontra até sedes de alguns fã-clubes e é onde a galera cosmopolita se reúne para trocar ideias. Vizinho a ela fica a Centro de Memória do Circo e, na rua São João, esquina com a Ipiranga, o bar Brahma.
9 – Catedral Metropolitana e Praça da Sé
Na praça da Sé fica o Marco Zero de São Paulo, ou seja, é o ponto da cidade de onde se conta qualquer distância e se verifica as direções. Mas o que chama mesmo a atenção é a Catedral Metropolitana da Sé, uma construção imponente, em estilo gótico. Além de conhecer a área comum e assistir a uma missa, é possível fazer uma visita guiada pelo prédio, incluindo as criptas. Confira no site oficial.
A catedral de arquitetura neogótica que levou quase 50 anos para é a maior igreja de São Paulo, com capacidade para oito mil pessoas em seus 110m de comprimento, 46m de largura, além de torres com 92m e cúpula com 30m de altura. Em sua cripta encontram-se obras do escultor Francisco Leopoldo. A estação de metrô mais próxima: Estação Sé (Linha 1- Azul, Linha 3- Vermelha).
10 – Comércio popular da 25 de Março
A rua 25 de Março é onde se concentra o maior comércio popular a céu aberto da América Latina. Não é unanimidade entre os que visitam São Paulo, mas vale a pena uma visita para observar o corre-corre da cidade que não para. Nos finais de semana, multidões se aglomeram nas ruas e calçadas em busca de produtos a preços em conta, que variam de eletrônicos, roupas, acessórios, objetos de decoração e muito mais. A estação de metrô mais próxima é a São Bento (Linha 1- Azul).
Gastroterapia
Cidade onde o mundo se faz presente na alta gastronomia dos estrelados restaurantes do bairro Jardim e adjacências ou nas típicas comidinhas do Mercado Municipal, São Paulo é para todos os paladares e bolsos. No centro da cidade, a indicação do Tô no Mundo são duas:
11 – Mercado Municipal de São Paulo
Depois de muito passeio, o almoço no Mercado Municipal é uma boa pedida. O Mercadão foi inaugurado em 1933 e fica aberto das 5h às 16h, de segunda a sábado. Ali se encontra grandes variedades de frutas, verduras, legumes, queijos, carnes e artesanato. Vá até o segundo andar e observe as colunas, os vitrais, a grandiosidade do mercado, a praia dos paulistas, juntamente com a Avenida Paulista. Os restaurantes provocam filas de turistas que querem degustar do famoso sanduíche de mortadela, bolinho de bacalhau, baurus e pastel. Tudo em tamanho exageradamente grande.
Os preços no Mercadão não são exatamente uma pechincha, mas vale a pena conhecer um lugar tão típico de São Paulo. A estação mais próxima continua sendo a São Bento (Linha 1- Azul).
12- Bairro Liberdade
Quando você sobe a escadaria da estação de metrô Liberdade, já dá de cara com as barraquinhas da Feirinha da Liberdade e um emaranhado de gente que vai até lá nos finais de semana em busca das tradições orientais do bairro.
O aroma dos tempuras de camarão é um chamariz para que o visitante cometa de primeira o pecado da gula. Mas a dica é segurar um pouco mais e percorrer com calma as mais de 200 barraquinhas existentes na tradicional feirinha. Não vacile em esperar caso observe grandes filas nas barraquinhas que vendem os takoyaki e ebiyaki, bolinhos japoneses recheados de polvo e camarão, respectivamente.Os também protagonistas das feiras são os tradicionais yakissobas, (macarrão mais grosso típico da China), e o yakibifum (massa japonesa fininha à base de arroz). Alguns boxes vendem pratos em quentinhas, como frango xadrez e yakimeshi, risoto chinês com ovo e presunto. Os preços variam de R$ 14 a R$ 18, a depender do tamanho.
Outras unidades servem petiscos como okonomiyaki (espécie de pizza japonesa), guioza (pastelzinho recheado de carne e vegetais), tempurá (vegetais e frutos do mar empanados) e baozi (pão recheado com vegetais e carne cozido no vapor).
Considerado a maior colônia japonesa do mundo fora do Japão, as ruas do bairro também são atrativas, tornando a Liberdade indispensável para quem visita São Paulo.
Dicas de viagem
Como as grandes cidades, não leve muitos pertences, objetos de valor e tenha cuidado quanto a segurança. Leve uma menor quantidade de pertences possíveis. Não é recomendado andar sozinho após as 19h.
As atrações listadas acima não se fazem em um único dia, a não ser que queira somente observar. Deixe o Mercado de São Paulo e os centros populares para um único turno, até para garantir maior tranquilidade. Escolha o objetivo de seu roteiro e escolha se envolverá compras ou somente passeios. A rua 25 de Março exige um dia inteiro, principalmente, nesta temporada do ano.
Pense sobre a sequência por onde começar, a depender de onde estar hospedado, do transporte que chegará ao centro e dos horários das atrações. Sempre tenha em mente um atrativo para se situar, como uma estação de metrô. A ordem que foram listadas está relativamente bem distribuída com relação a proximidade de cada uma delas.
Em alguns locais citados, há outras opções de visita, inclusive com vista guiada, por exemplo: edifícios Copan, Bovespa e Itália, além de cafés e bares. O Edifício Mirante do Vale- o prédio mais alto de São Paulo fica no Vale do Anhangabaú. Como ele está localizado em um vale, outros prédios que se encontram em regiões mais altas da cidade parecem ser maiores que ele, mas na realidade não são.
Também bem perto da estação São Bento encontra-se uma das doçarias mais tradicionais de São Paulo, a Casa Mathilde. Lá você encontrará quitutes deliciosos típicos da cozinha portuguesa.
Hospedagem é São Paulo é o que não falta. Dos tradicionais hotéis executivos de bandeira internacional ao preço que iniciam em R$ 120 aos mais luxuosos. A dica do Tô no Mundo é escolher uma hospedagem onde fique perto das estações de metrô, a exemplo da avenida Paulista, Consolação e adjacência.
Referência: Site oficial São Paulo
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