Ainda sem médicos em unidades de saúde, a população aracajuana sofre sem atendimento e tendo que recorrer ao superlotado Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que teve um aumento de demanda com a paralisação dos profissionais na rede municipal.
O problema começou na terça-feira, 1º, quando mais de 100 médicos deixaram de trabalhar nas unidades Fernando Franco, no conjunto Augusto Franco, e no Nestor Piva, no bairro 18 do Forte. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) propôs mudança no regime de pagamento, passando do regime de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) para o modelo de contratação de Pessoa Jurídica (PJ). Com essa transição, os profissionais alegam uma perda no valor da hora trabalhada de 25%, passando de R$100 para R$75.
No Fernando Franco, só trabalham pediatras e cirurgiões. Foram vários os pacientes que, ao longo da manhã, buscaram atendimento, mas não encontraram e tiveram que voltar para casa. Carlos Rodrigues foi um deles. “Como um posto público não pode ter médicos? Cheguei há mais de uma hora e nada, preciso de ajuda médica”, reclamou.
Outro que foi à unidade com mal estar e precisou procurar outro lugar foi João Carlos Santiago. “Venho sentindo dor de cabeça e tontura há pelo menos três dias. Precisa melhorar essa situação, trabalho, pago impostos e quando preciso de atendimento, não tem. Parece que a procedência tem que ser essa: se automedicar e ver até quando aguenta”, ironizou.
Quem vai ao Nestor Piva encontra situação similar. Lá, apenas ortopedistas estão disponíveis. Tacielle Brito contou que mesmo antes do imbróglio dos médicos com a Secretaria já não conseguia ajuda médica. “Vim no domingo, estava lotado, horrível. Hoje vim novamente e não tem médicos. Estou com febre, garganta inflamada. Preciso de antibióticos, tomei outros remédios e não passou meu problema. Mandaram eu ir ao Huse, mas não vou”.
Huse superlotado
Em ambos os hospitais, a orientação era uma só: ir ao Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). Entretanto, chegando lá, não há garantias de atendimento, uma vez que a paralisação na rede municipal provocou superlotação.
No saguão, a cena é de várias pessoas, entre pacientes e acompanhantes, aguardando assistência médica, por horas, em pé ou até sentados no chão, diante da demanda que se elevou. O número de atendimentos diários subiu de 279 atendimentos no dia 31, para 450 no dia 1º e para 730 no último dia 2.
“Meu irmão está com dor de cabeça, febre, não está enxergando. Chegamos às 8h e até agora estamos esperando”, lamentou Jaildes Sodó Ramos. A mãe de Breno da Silva passa pela mesma situação. “Chegamos ontem a noite, ela passou somente pela triagem e até agora espera ser chamada para receber medicação. As UPAs estão fechadas e agora não tem vaga na observação. Ela está com dor, passando mal e morrendo de calor”, criticou.
Secretarias de Saúde
Visando aliviar a situação, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou que irá contratar, emergencialmente, 15 médicos para manter o atendimento. Dez irão para o Huse e cinco para o Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro, que também sofre com a alta das demandas.
O Portal Infonet tentou contato com a assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, mas sem sucesso. Estamos à disposição pelo telefone 2106-8000 e e-mail jornalismo@infonet.com.br.
Por Victor Siqueira
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