Raquel Anne Lima de Assis
Graduanda em História pela UFS
Integrante do Grupo de Estudo do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
Bolsista PIBIC do projeto Clio em cliques: a internet nos livros didáticos de História
Email: raquel@getempo.org
Orientador: Dr. Dilton Cândido S. Maynard (UFS/DHI)

Entrar na sala de aula, sentar em sua cadeira e ouvir o professor falar. Esse é o que muitos pais, professores e diretores acreditam que seja o comportamento ideal de um aluno.  Celular e computador na sala de aula? Nem pensar, afirmam muitos destes. Jogos de Playstation e Xbox, Facebook e Twitter? Só tiram atenção do aluno e não o fazem estudar, diriam. Mas estas pessoas não se deram conta de um detalhe, esse universo digital formou uma nova cultura e esses alunos são frutos deste meio.

Os jovens atuais são “nativos digitais”, ou seja, são pessoas que se comportam e enxergam o mundo através de suas relações cibernéticas. Engana-se quem pensa que estes meios estão mais voltados às máquinas e que as pessoas estão perdendo suas relações sociais. Pelo contrário, os ambientes digitais estão mais ligados a humanos que a computadores. Porque o real age sobre virtual. Afinal de contas, são humanos aqueles que utilizam estes recursos e compõem trocas sociais por meio destes.

Mas essas relações são diferentes do passado. Devido aos ambientes digitais as distâncias diminuem, o virtual tenta se aproximar o máximo do real e se faz “tudo” ao mesmo tempo. Então, se há uma nova forma de comportamento porque as escolas irão tratar indivíduos do século XXI com métodos do século XIX? É o que acontece ao se pensar da maneira que iniciamos esse texto.

Claro que não iremos abandonar os livros e deixaremos de estudar para postar, compartilhar, curtir, twittar e jogar infinitamente. Mas saber que a maneira com se estuda hoje deve se adequar a esse modo de vida para que os alunos se sintam motivados a tomar um livro impresso e, através dele, abranger seus conhecimentos. Ou seja, o ensino precisa se adequar a esse universo cibernético para atrair a atenção dos jovens. Para isto pode ser boa a ideia de utilizar de ferramentas digitais e tornar o aprendizado prazeroso. O processo de ensino não precisa causar “dor” e tédio podendo ser divertido. Os professores precisam adaptar seus métodos a certas ferramentas do dia-a-dia do aluno como jogos eletrônicos, celulares, internet e Facebook. Assim, os alunos se sentirão em casa e provavelmente se motivarão a aprender. Eles estudarão, de fato, em escolas do século XXI.