Colóquio Antero de Quental

Será realizado em Minas Gerais, o VII Colóquio Antero de Quental, organizado pelo Departamento das Filosofias e Métodos da Universidade Federal de São João Del-Rei, reunindo pensadores portugueses e brasileiros, que desde 1990 desenvolvem um amplo projeto de reflexão sobre o pensamento luso-brasileiro. Sob a organização do professor doutor José Maurício de Carvalho 7 pensadores português e 13 brasileiros debaterão o Pensamento, a Experiência e Formas Políticas em Portugal e no Brasil, nos séculos XIX e XX.

 

Tudo começou em Portugal, na Universidade Nova de Lisboa, quando um grupo de filósofos portugueses resolveram celebrar o Sesquicentenário de Nascimento e Centenário de Morte de Tobias Barreto. Foi feito ali, em julho de 1990, o Colóquio Tobias Barreto, dedicado ao estudo do pensador sergipano, convidando pensadores brasileiros, liderados por Miguel Reale, do Instituto Brasileiro de Filosofia. Ao final do evento ficou acertado que as entidades brasileiras promoveriam, a partir de 1991 e nos anos ímpares, um Colóquio dedicado a Antero de Quental e, em conseqüência, ao pensamento português, e manteria, nos anos pares, o Colóquio Tobias Barreto, dedicado ao pensamento brasileiro. 

 

As Actas do Colóquio Tobias Barreto foram publicadas em Lisboa, em 1992, ano da fundação do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, instalado solenemente no Palácio da Independência, onde funciona até hoje. O Colóquio Antero de Quental foi realizado, em 1991, no Centenário de sua morte. O Colóquio foi feito em duas etapas, uma no Recife e outra em Salvador, refletindo sobre o poeta e pensador nascido em Ponta Delgada, nos Açores, em 1842 e falecido em 1891.

 

Desde 1990 que o Colóquio Tobias Barreto estimulou a leitura e a discussão das obras de pensadores brasileiros como Gonçalves de Magalhães, Silvio Romero, Farias Brito, Jackson de Figueiredo, Padre Antonio Vieira, Miguel Reale, além do próprio Tobias Barreto, figura recorrente nos ambientes filosóficos portugueses. O Colóquio Tobias Barreto foi organizado em Lisboa, no Porto, nos Açores, em Évora e em Braga, enquanto desde 1991 o Colóquio Antero de Quental foi realizado no Recife, em Salvador, em Aracaju, no Rio de Janeiro, em Fortaleza, em São Luiz, em Brasília, em São Paulo, estudando as obras de Sampaio Bruno, Delfin dos Santos, Leonardo Coimbra, Teófilo Braga, dentre outros.

 

A idéia inicial do projeto dos Colóquios era o da reflexão filosófica, levantando fontes, textos, indicando a semelhança do pensamento dos dois países, mas também suas diferenças. Do lado português deve ser, da mais inteira justiça, destacado o papel do professor medievalista Francisco da Gama Caeiro (já falecido), do professor e jurista António Braz Teixeira, do professor doutor José Esteves Pereira, da Universidade Nova de Lisboa e presidente do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, enquanto no Brasil os nomes de Miguel Reale, há pouco falecido e de Antonio Paim responderam pela liderança dos pensadores brasileiros que participaram, nestes 16 anos, dos dois importantes eventos.

 

Não há, no âmbito da cultura, nem nos ambientes universitários, nem fora deles, promoção com alcance, regularidade e interesse como os dois Colóquios, que têm como Patronos Tobias Barreto e Antero de Quental. O VII Colóquio Antero de Quental, agora dedicado ao pensamento político em Portugal e no Brasil, ocorrerá de 11 a 16 de setembro de 2006.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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