José PASSOS PORTO, nascido em Itabaiana em 28 de dezembro de 1923, era filho de Eliezer Porto e de Ana Passos Porto. Estudou em sua terra natal, com a professora Maria da Glória Ferreira, a quem mais tarde consideraria “uma das melhores professoras do mundo.” Trocou Itabaiana por Aracaju, matriculando-se no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, em 1936, onde foi Orador do Centro Cultural São Luiz Gonzaga. Transferido para o Ateneu, para fazer o curso Científico, preparando-se para o vestibular do Curso de Engenharia da Escola Politécnica da Bahia, da qual mudou para a Escola de Agronomia, em Cruz das Almas, também na Bahia. Fez, em Campinas, São Paulo, o Curso de Tecnologia do Algodão, no Instituto Agronômico Campinense.
Formado, PASSOS PORTO permaneceu na Bahia, trabalhando como agrônomo do Instituto Baiano do Fumo, e da Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia. Foi técnico das Missões Rurais do Ministério da Educação, também no Estado da Bahia, Chefe das Patrulhas Mecanizadas (ou Rodoviárias) da Comissão do Vale do São Francisco, no baixo São Francisco, de onde saiu para ocupar a che3fia do Fomento Agrícola do Ministério da Agricultura, em Sergipe, ligando-se, politicamente, ao Estado onde nasceu. Iniciou sua carreira política, filiando-se a União Democrática Nacional – UDN, liderada no Estado por Leandro Maciel. E já em 1959 candidatava-se a Deputado Federal, iniciando uma série de mandatos à Câmara Federal: 1959-1963, 1963-1967 (apesar de não ser eleito, ocupou uma vaga com a morte dos deputados Euclides Paes Mendonça e Francisco de Araújo Macedo, 1967-1971, 1971-1975, 1975-1979. Na eleição de 1978 foi candidato ao Senado, assumindo o mandato em 1º de fevereiro de 1979, cumprindo-o integralmente até 31 de janeiro de 1987, quando então retirou-se das disputas. PASSOS PORTO cumpriu seus mandatos pela UDN, pela ARENA, pelo PDS e pelo PMDB. Isto, considerando a sua participação, ainda, na chapa de José Carlos Teixeria a governador do Estado. O eleito na chapa de Antônio Carlos Valadares foi Dr. Benedito Figueiredo.
Em todos os mandatos PASSOS PORTO foi um parlamentar que representou a transição, das franquias democráticas pós 1945, até o movimento militar de 1964 e deste até a abertura política, a criação dos partidos políticos, a construção democrática dos anos 80. O processo de redemocratização da década de 1940 marcou, profundamente, a vida política sergipana. Dois blocos radicais, um liderado pela UDN, algumas vezes apoiado por pequenos partidos, como o PTB, o PST, outro formado pela coligação PSD-PR. Violência, perseguição, confrontos marcaram os quatro períodos de Governo estadual, dois do PSD-PR, dois da UDN. O último Governo dessa fase, liderado por Seixas Dória,oriundo da UDN, e Celso de Carvalho, do PSD, acabou com a deposição, a prisão, a cassação do mandado e a suspensão dos direitos políticos do Governador, abrindo vaga para o Vice- governador assumir a administração do Estado. Com o movimento militar de 1964 toda a representação política afunilou-se na ARENA, partido de apoio aos generais, com apenas uma exceção, a do deputado federal José Carlos Teixseira, que preferiu organizar a oposição em Sergipe, fundando o MDB.
Sério e digno, estudioso dos problemas do País e do Estado, fiel aos seus compromissos, PASSOS PORTO foi um tipo de político que soube honrar os mandatos que conquistou e mereceu a confiança e o respeito do eleitorado sergipano. Poucos tiveram, como PASSOS PORTO, a visão crítica da realidade, poucos souberam, como ele, entrar e sair da vida pública, deixando nos Anais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal um legado de sua inteligência,preparo e compromisso político. Integrou o bloco governista, mas teve comportamento exemplar, reconhecido por todos.
PASSOS PORTO foi Primeiro Vice-presidente do Senado, entre 1981-1982, Segundo Vice-presidente do Senado, entre 1985-1986, Diretor Geral do Senado, por 5 anos, Presidente do IPC, em 2 mandatos, presidiu e integrou as mais importantes Comissões Técnicas na Câmara Federal e no Senado, bem como cumpriu diversas Missões no exterior, elevando a imagem político do Brasil. Foi, também, Diretor-Financeiro da NOVACAP e, ainda, Membro do Conselho Administrativo da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, onde continuou vivendo após seu último mandato.
PASSOS PORTO continuou, no entanto, com casa em Aracaju, onde passava alguns meses do ano, revendo os amigos, atualizando as suas informações sobre o Estado, recebendo as justas homenagens dos sergipanos, pelo seu exemplo de dignidade e de competência política, e influindo, didaticamente, com sua experiência, no ambiente político-partidário de Sergipe. Casado desde 1951, com Maria Terezinha Santos Porto, sua conterrânea de Itabaiana, pai de três filhos: Manoel Santos Porto, José Passos Porto Filho, que como o pai também ficou conhecido como Passito e tentou a carreira política, e Ricardo Luiz Santos Porto.
Vindo de Brasília participar das eleições, PASSOS PORTO morreu em Aracaju, no dia 19 de outubro de 2010, sendo sepultado sob os aplausos dos seus admiradores e amigos que acorreram ao Cemitério Santa Isabel.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários