10 Varões Centenariantes

Todos os anos Sergipe oferece uma lista de seus mais importantes vultos, na celebração de datas magnas. São centenários, geralmente, celebrados em grandes e pequenos gestos, avivando no espírito local o compromisso com a cultura e com a história, dando oportunidades a que as novas gerações, desde as escolares, tenham contato com biografias ilustres, com as quais a pequena terra sergipana compareceu ao País, contribuindo com a versatilidade dos seus filhos. A evocação dos nomes sergipanos deveria ser permanente, mas não tem sido tal generosidade desejada, ação comum que preserve o talento, o preparo, a responsabilidade, a contribuição de homens e mulheres ao processo civilizatório e cultural de Sergipe e do Brasil.

No rol das efemérides de 2011 avultam 10 varões, sendo 9 nascidos, criados e vitoriosos na própria terra berço, e apenas 1 de fora, estrangeiro que adaptou-se ao viver sergipano e tornou-se, no cotidiano de suas atividades, um igual aos demais. Dos 10 varões 1 foi político, 2 foram sacerdotes, 1 engenheiro, 1 médico, 1 notário, 2 desembargadores, 1 poeta e 1 artista plástico. A lista não esgota a pesquisa de outros nomes,nas fontes mais acreditadas, que são como Anais, cuidando do registro daqueles que fizeram da vida um exercício de sergipanidade inquestionável. São eles: Arnaldo Rollemberg Garcez, Padre Edgar Stanikowski, Desembargador Antonio Xavier de Assis Júnior, Monsenhor Olívio Teixeira, Engenheiro Fernando Porto, Pintor José Inácio, Poeta Freire Ribeiro, Médico Walter Cardoso, Notário João Alves Bezerra, Desembargador Raimundo Rosa Santos.

Arnaldo Rollemberg Garcez, nascido no Engenho Camaçari, no município de Itaporanga da Ajuda, em 19 de janeiro de 1911. Exerceu atividades produtivas no campo e foi político, a começar pela conquista do mandato de Deputado Estadual Constituinte, em 1935. Em 1950, com o Brasil redemocratizado, foi candidato a Governador, pelo Partido Social Democrático. No Governo cresceu seu prestígio graças a obras modernizantes e sociais. Exerceu quatro mandatos de Deputado Federal, dois pelo PSD, dois pela ARENA. Foi, também duas vezes, Prefeito de Itaporanga. Arnaldo Rollemberg Garcez morreu em 2010, aos 99 anos.

Padre Edgar Stanikowski nasceu na Alemanha, em 26 de janeiro de 1911. Integrante da Órdem dos Franciscanos, chegou ao Brasil ainda muito jovem, aos 23 ans, fazendo os cursos de Teologia e Filosofia em Olinda (PE) e Salvador (BA), regressando a Europa, fixando-se em Bruxelas, onde pós graduou-se, vivendo também na França e na Alemanha. De novo no Brasil, viveu em Salvador (BA), no Amazonas e em Sergipe. Participou, em Aracaju, do esforço educacional da Diocese, foi professor da Faculdade Católica de Filosofia e se tornou uma figura referencial do clero e da nova Universidade Federal de Sergipe. Morreu na Alemanha.

O Desembargador Antonio Xavier de Assis Júnior nasceu em Aracaju em 16 de fevereiro de 1911, de pai alagoano, proprietário da Livraria Brasileira, em Aracaju. Bacharelou-se em Direito, em 1945, no Rio de Janeiro. Começou a atuar na carreira jurídica desde os tempos de estudante. De volta a Sergipe foi nomeado Juiz de Direito de São Cristóvão, depois foi Juiz em Aracaju e, desde 1959, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. Seu Presidente no biênio 1977-1979.  Foi, também, professor da Faculdade de ciências Econômicas do Estado de Sergipe. Morreu em Aracaju, no dia 2 de novembro de 2003.

Monsenhor Olívio Teixeira, nascido em Itabaiana, em 28 de maio de 1911, no seio de uma família de camponeses e comerciantes. Era irmão de Oviêdo Teixeira. Estudou no Seminário da Bahia, sendo ordenado como um dos padres de Dom José, no Seminário Sagrado Coração de Jesus. Foi sacerdote de destaque em Sergipe e no Rio de Janeiro. Morreu em 11 de dezembro de 2002, no Rio de Janeiro. 

O Engenheiro Fernando Figueiredo Porto, nascido em Nossa Senhora das Dores, em 30 de maio de 1911,  formado em Ouro Preto (MG), foi um técnico reconhecido. Trabalhou na Prefeitura de Aracaju, foi Prefeito de Propriá, antes de tornar-se professor e intelectual dos mais brilhantes, dedicando-se aos estudos de Aracaju. Envelhecido, viúvo e doente, foi viver no interior de São Paulo, com um dos seus filhos, onde morreu.

O artista plástico J. Inácio, (nome de batismo José Inácio de Oliveira) e que também se assinou IGO, nasceu em Arauá, nasceu em 11 de junho de 1911. Estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, fazendo carreira em Aracaju, onde viveu. Aplaudido pela crítica e pelo público, J. Inácio colocou as cores locais nas suas telas, estabelecendo uma identidade que marca a sua contribuição às artes em Sergipe. Morreu idoso, em Aracaju.

O Poeta João Freire Ribeiro, nascido em Aracaju, em 4 de setembro de 1911, além do exercício literário, foi, também,  funcionário público, deixando  uma obra nas páginas dos jornais, em versos e prosa, além de livros com os quais estabeleceu no seu tempo o diálogo artístico. Morreu em Aracaju, como membro da Academia Sergipana de letras, em 24 de janeiro de 1975.

O Médico Walter Cardoso, que nasceu em Aracaju em 4 de setembro de 1911, fez sua formação científica no Rio de Janeiro, onde também estabeleceu relações sociais e culturais com pensadores católicos, que remanesceram de Jackson de Figueiredo. Médico atuante, Professor de Medicina, Secretário de Estado da Saúde, Walter Cardoso ingressou na Academia Sergipana de Letras. Morreu, em Aracaju, em 1971.

Homem de Cartório, de redação de jornais e de política, João Alves Bezerra nasceu em Aracaju, em 30 de novembro de 1911. Exerceu vários mandatos de Vereador à Câmara Municipal de Aracaju, integrando os quadros da UDN – União Democrática Nacional. Foi, também, Presidente do Poder Legislativo Municipal. Morreu em Aracaju.

O desembargador Raimundo Rosa Santos, nascido em Campos, atual Tobias Barreto, estudou Direito na Bahia, bacharelando-se em 1937. Foi Promotor e Juiz de Direito, destacando-se como Juiz Eleitoral. Entrou para a magistratura superior em 1967, sendo, por algum tempo, Presidente do Poder Judiciário do Estado. Morreu em Aracaju, em 27 de setembro de 2000.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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