Construído em estilo rococó no final do século XX, mais precisamente entregue à população em 1936, o prédio do Arquivo Público de Sergipe chama atenção por sua beleza clássica e retilínea, no entorno da praça Fausto Cardoso. Vale a pena uma visita não só por resguardar um vasto acervo de documentos públicos do estado, mas por ser a memória documental dos primeiros anos de solidificação da administração sergipana.
O Arquivo Público de Sergipe disponibiliza aos cidadãos e entusiastas das pesquisas de campo um acervo de documentos históricos, coleções de pesquisadores sergipanos totalmente digitalizados, tudo isso resguardado em um prédio construído em 1936, recém-reformado e modernizado pelo Governo de Sergipe em parceria com a Celse – Centrais Elétricas.
Funcionando em horário das 7h às 13h, de segunda a sexta-feira, o arquivo está localizado na Travessa Benjamin Constant, 348 – Centro de Aracaju e pode ser agendada a visita e pesquisa, pessoalmente, ou por meio do telefone (79) 3179-1907.
Considerado uma das mais antigas edificações do estado, o Arquivo Público Estadual de Sergipe Palácio Carvalho Neto (Apes) abriga documentos históricos do Poder Executivo, jornais de época, uma escritura de compra e venda de uma propriedade rural do ano de 1673, a coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada na íntegra, do jurista Gumercindo Bessa, de documentos do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epifânio Dória, entre outros.
Desde que foi entregue à população, seu acervo está aberto ao público para visitação e pesquisa acadêmica, além de uma visita ao terraço que se tem uma bela vista do rio Sergipe e da praça Fausto Cardoso.
Conta a diretora do arquivo e professora Lícia Cristina Souza Santana, que o papel do Apes é promover a organização, preservação e o acesso a documentação arquivista produzida no Estado. “O arquivo é uma parte integrante do processo evolutivo da sociedade, um espaço que detém muita história que precisa ser preservada. Nessa perspectiva, a gente começa a enaltecer e pensar às funções sociais e culturais que espaços como esses podem oferecer a sociedade. Além da pesquisa e o acesso a informações, nosso objetivo é abrir uma agenda cultural para que a comunidade sergipana esteja inserida nesse contexto histórico tão importante para nosso estado”, relata a gestora.
Projetos e visitações
Direcionado aos estudantes da educação básica e o público em geral, o Arquivo Público prepara uma série de projetos culturais e educativos. “Temos em mente vários projetos a serem desenvolvidos, um deles é o ‘Arquivo Vivo’. Dentro desse macro-projeto vamos desenvolver outras atividades como o ‘Café com História’ e o ‘Café com Cultura’, com aulas e palestras, tanto para os alunos da educação básica quanto para acadêmicos do ensino superior”, informa Lícia, destacando que as escolas que mostrarem interesse em participar dessas atividades deverão agendar previamente.
Ainda de acordo com diretora do Apes “pretende-se fomentar também a implantação dos Arquivos Públicos Municipais e o Sistema Estadual de Arquivo Público. São metas bastante audaciosas e que são importantes nesse contexto da documentação pública”
Para celebrar a semana de emancipação política do Estado de Sergipe que acontece entre os dias 8 a 15 de julho, o Apes realizará uma programação especial em parcerias com as escolas da Rede Estadual de Ensino. “Nessa ação os alunos poderão conhecer as instalações do prédio, qual a função do Arquivo Público, a sua importância. Além disso, teremos uma exposição das documentações históricas da emancipação política de Sergipe, entre outras atividades”, informa Lícia Cristina Santana.
Reforma e modernização
As obras do prédio em estilo rococó iniciaram-se em 2 de abril de 2018 e finalizaram em 20 de dezembro. Os trabalhos foram acompanhados, por parte da contratante, pelo engenheiro Fábio Barros Pimentel, e contemplou a implementação de um sistema moderno de combate a incêndio, recuperação de toda a rede elétrica e hidráulica, bem como recuperação das áreas abertas e de terraço, com uma impermeabilização mecânica.
O auditório com capacidade para 96 pessoas foi totalmente recuperado e implantada uma plataforma de elevação para cadeirantes. A acessibilidade foi contemplada com a colocação de um elevador com acessos ao ambiente de pesquisa, bem como a reforma de banheiros para adequação às pessoas com necessidades especiais.
*Com informações do jornalista Leonardo Tomaz, fotos de Eugênio Barreto e Rayane Faria