Uns dizem que ele fala demais. Querem-no calado, para melhor criticá-lo como medroso.
Outros dizem que é um poldro xucro a se contradizer a todo instante, fruto de uma personalidade claudicante.
Beletristas formadores de opinião se esbaldam em seus assuntos sempre nutridos no falar do Capitão.
Em verdade, sem cansaço, sem disfarce, e sem baixar o cachaço, o Presidente Bolsonaro os carrega na tarrafa como peixes embebedados em sua vinhaça.
Enquanto todos o satisfazem no desejo de estar à frente do noticiário e até do bestiário nele refletido, o Presidente continua sem dar bola para a grande imprensa que persiste em nele destilar o seu desamor.
Chegam até a utilizar, por falta de importância e valor, um deslize de um microfone captando uma conversa particular de modo a articular uma monumental crise, como esta em que os Governadores do Nordeste se ouriçaram por saber que ainda são havidos e tidos, e assim chamados; de “paraíba”.
E o pior é que isso suscitou um abaixo-assinado mal ajambrado em protesto, afinal eles não são “paraíbas”, são nordestinos, o que não parece a mesma coisa.
Interessante é que essa raça não se vê medíocre, tendo que se reunir em pastoril, para reivindicar um quartil ou percentil das verbas do Brasil.
Houve tempo, tempos melhores, em que o Nordeste tinha até cabras-da-peste em destaque na nação.
Agora os líderes nordestinos se comportam como colegiais, falando grosso via assembleísmo, sem agradar nem mesmo suas hostes partidárias, tão rotas, quão estropiadas.
A própria Reforma da Previdência, por sua impertinência, não atingiu os Estados e Municípios que vivem nadando em dívidas.
Por acaso quem muito deve pode falar grosso?
Não agiu mal o Presidente ao chama-los de “paraíba”, se bem melhor seria ferreteá-los enquanto bugres e descerebrados, gerindo Estados falidos, mas teimando a entrar em contenda contra o poder central, a União?
Eu os vejo assim nesta briga estúpida e sem fim, pregando uma secessão nacional, sem tropas e apoios.
Por acaso estes Governadores estão tão bem munidos de acostamentos em amplo aplauso, nos seus terreiros, para lançar os seus exércitos no combate ao Governo Federal?
Enquanto isso o Presidente Bolsonaro indiferente às bizarrices e a pieguice de seus críticos, prossegue vitorioso em sua caminhada, sem que lhe deem o crédito e o louvor dos seus feitos.
Vejamos alguns tentando uma versão menos destorcida:
- O acordo Euro-Mercosul em marca-passo por vinte anos aconteceu por causa de sua política externa independente. Pelo menos é assim que a imprensa externa o credencia; um feito do novo Governo brasileiro.
- A Reforma da Previdência está bem encaminhada, mesmo que se diga que é fruto da liderança de Rodrigo Maia, o novo bonsai da imprensa nacional.
- A multa de 40% ou 50% sobre o FGTS, todos sabemos ser um óbice ao empregador e um engodo para o trabalhador, afinal raríssimos são aqueles demitidos com justa causa. O comum é o trabalhador, no afã de receber seu FGTS, preferir ser dispensado sem justa causa, a ponto de negociar com o patrão as indenizações de férias, décimo-terceiro e outras vantagens que possa receber.
- Se há muitos que se chocaram com a referência ao filme “Bruna Surfistinha”, bem maior é o universo dos que não o assistiram e não aceitam que se use verbas públicas para investimentos deste naipe.
- Por acaso não é uma estupidez taxar diferenciadamente um turista estrangeiro daquele nacional nas visitas aos parques nacionais e em Fernando de Noronha, no particular? Não é isso uma política contrária ao turismo?
- Se o decreto das armas, um desejo da Nação, claudica no Congresso, está o Presidente descumprindo o que prometeu no palanque como plano de Governo?
- Se o pacote anticrime do Ex-Juiz Sérgio Moro também não anda no Congresso é também por culpa do Presidente Bolsonaro?
- Se os diálogos criminosos do Intercept só conseguem revelar futricas de pouca monta, a imprensa que o alardeia como escândalo à exaustão, acredita que assim desmontará a operação Lava-Jato, libertando os criminosos por ela condenados?
- Angra dos Reis, se é tão bonita como dizem, mais bonita que Cancun, tem que ser mal preservada, e jamais ensejar o lucro e a geração de emprego bem explorada?
- Um Presidente, independente do valor individual de cada um, só pode nomear o filho dos outros para a sua assessoria?
Nesse contexto, laudas e laudas estão sendo escritas a todo momento; uma comprovação de que o Presidente Bolsonaro, com lives e entrevistas inusitadas junto ao cidadão comum, continua pautando e peitando a nossa imprensa.