Os museus, memoriais, galerias e centros culturais são espaços vivos de um tempo, de um conhecimento, de uma arte, guardiões da cultura, da história, dos costumes de um povo e dedicados a conservar, estudar e expor objetos de interesses duradouros. São várias as potencialidade e representações desses lugares, promovendo sensações aos visitantes através da arqueologia, da antropológico, da sociologia, das tecnologias ou simplesmente de um acervo sacro, religioso e artístico.
É bem verdade que os brasileiros deveriam visitar mais esses espaços. Além de ser guardiães do saber, unem-se ao lazer para se configurarem como opções didáticas e de turismo. Para se ter uma ideia, o Museu do Louvre, em Paris, mais visitado do mundo, recebe cerca de 9 milhões de visitantes ao ano, enquanto que os principais espaços do gênero do país contabilizam pouco mais de 2 milhões.
De acordo com o site TripAdvisor, o Instituto Ricardo Brennand, em Recife (PE), está entre os mais visitados do país, em conjunto com os museus de São Paulo, a exemplo do Museu da Língua Portuguesa, da Pinacoteca e o Museu do Futebol. O Museu de Inhotim, em Brumadinho (MG), além dos Centros Culturais mantidos pelo Banco do Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília também são bem visitados. O Museu da Gente Sergipana, em Aracaju (SE), figura na lista dos principais museus do gênero do país, abrigando um acervo que une tecnologia, interatividade e conhecimento popular.
Para facilitar o acesso a esses equipamentos nesta temporada do ano, aqui está uma lista dos principais museus e memorias de Sergipe.
Museu da Gente Sergipana
A concepção do Museu da Gente Sergipana, sem sombra de dúvida, foi feita para que o visitante interaja com as atrações e se encante facilmente. São mais de dez espaços permanentes, fundado em novembro de 2011 em um restaurado prédio do século XX. Com o esforço de muitas mãos, sonhos, histórias, o visitante que chega se debruça nos territórios sergipanos e seus encantos através de um vídeo de 8 min, projetado no confortável auditório. Logo após o vídeo, a visita monitorada geralmente inicia no andar superior, primeiramente, no espaço Josevende, ou seja, José vende, onde se pode interagir com um feirante numa típica venda sergipana. A atmosfera de uma feira-livre ganha vez no espaço através de objetos, utensílios, brinquedos populares e experiências.
Do outro lago, os turistas podem soltar a voz e entrar no ritmo cultural dos repentes e do cordel, gravando-os e publicando-os nas redes sociais. Os pratos locais são representados na sala “Nossos Pratos”, onde o visitante interage em uma mesa e mistura virtualmente os ingredientes dos principais pratos.
No espaço “Renda do Tempo” e “Midiateca’ ficam a história da renda irlandesa, patrimônio material nacional, além do acervo do museu através de tablets. Livros e publicações do Instituto Banese também podem ser consultados.
No “Nossa História”, um labirinto negro com iluminação especial revela a identidade cultural sergipana, como o modo de vida, os causos, as lendas através de peças de artesãos e objetos de arte. No “Nossas Praças” há uma réplica do tradicional Carrossel do Seu Tobias, que muito divertia a infância de sergipanos no centro da capital. “Nossos Cabras”, “Nossas Coisas”, “Nossas Festas” são outros espaços que garantem a interação com as personalidades, as brincadeiras, costumes e folguedos sergipanos.
O Museu da Gente Sergipana localiza-se na avenida Ivo do Prado, n 398, Centro de Aracaju. O horário de funcionamento é de terça a sexta, das 10h às 16h, e aos sábados e domingos, das 10h às 15h. Pode agendar o monitoramento através do telefone 79 3218 1551. A entrada é gratuita.
Centro Cultural de Aracaju
No prédio que hoje abriga o Centro Cultural Funcionou por muitos anos a Alfândega de Sergipe. Há uma sala de projeções, biblioteca, espaço cultural e de exposições, um pequeno teatro e um museu com peças sergipanas. Não deixe de visitar a sala destina às brincadeiras infantis, com bonecos do tradicional grupo Mamulengo de Cheiroso. Há uma biblioteca com um grande acervo de obras de autores sergipanos e também uma réplica do Carrossel do Seu Tobias, famoso na década de 80 por embalar o sonho de criança dos sergipanos em festividades na capital.
O prédio fica localizado na praça General Valadão, no Centro da cidade, e funciona aos sábados, das 9h às 14 horas. Durante a semana o centro cultural abre das 9h às 17h, com exceção das segundas-feiras.
Palácio-Museu Olímpio Campos
Fica na praça Fausto Cardoso, Centro de Aracaju, em um emblemático palácio da década de 20, em estilo neoclássico. Salões nobres, corredores, mobílias, objetos pessoais de governadores e telas de pintores da década de 20. A volta ao passado está garantida através de uma visita guiada ao Palácio-Museu Olímpio Campos, ex-sede do Governo do Estado de Sergipe restaurado no final de 2010 e reaberto com status de palácio-museu.
Construído para ser a moradia dos governadores, a arquitetura do palácio já é um convite ao clique. O palácio possui um sistema de visitas guiadas, de terça a sexta, das 10 às 17h; sábados e Domingos, das 9 às 13h.
Museu de Arqueologia de Xingó
O MAX é mais um dos atrativos da região de Canindé do São Francisco, Alto Sertão de Sergipe, e tem um acervo com vestígios dos primeiros homens da América do Sul, escavações realizadas antes da inundação da represa da Hidrelétrica de Xingó e objetos encontrados há milhares de anos.
O Museu de Arqueologia é administrado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi inaugurado em abril de 2000. Surgiu como uma estratégia para permitir a manutenção da pesquisa e a preservação do patrimônio arqueológico do Baixo São Francisco, resultante do salvamento arqueológico realizado pela UFS de 1988 a 1997. A organização estrutural do MAX é constituída pela Administração Central, pelos Laboratórios de Pesquisa Arqueológica e Reserva Técnica, pelo Sítio Escola e pela Unidade de Exposições, que dá corpo e sentido ao MAX, situada no município de Canindé do São Francisco, Sergipe. Essa unidade constitui o veículo de contato mais direto tanto com os resultados da pesquisa arqueológica quanto com a comunidade local e regional.
Partindo de Aracaju (SE) há diversos percursos para se chegar até lá, mas todos eles se originam na BR 101. Pode-se ir pela BR 235, sentido Itabaiana/ Nossa Senhora da Glória/ Canindé (Rota do Sertão). Depois de Itabaiana, segue-se pela SE 414, SE 212, e por último SE 208.
Museu de Arte Sacra de São Cristóvão
Funcionando na Praça São Francisco, Patrimônio da humanidade, em São Cristóvão (SE), o Museu de Arte Sacra é um dos mais importantes do gênero do país, abrigando um acervo de mais de 500 peças catalogadas. Inaugurado em 1974, é possível apreciar obras que vão desde i século XVII ao XX.
Atualmente o museu necessita de uma nova restauração, mas ainda assim vale a pena fazer uma visita. O ponto alto também está em percorrer o prédio histórico, além de observar os detalhes da capela de São Francisco. Não são autorizadas fotografias ou filmagens, portanto, câmeras, mochilas e afins deverão ficar guardadas no guarda-volumes. Funcionamento de terça-feira a sábado, das 10h às 16h. Domingo das 10h às 13h, a entrada custa R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada).
Museu da História de Sergipe
É a instituição museal mais antiga do Estado, fundada em 5 de março de 1960, e resguarda a memória e identidade do povo sergipano representado nos bens móveis e imóveis. Sua proposta recorta contexto e temas da sociedade provincial e republicana, numa cronologia que perpassa pela mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju, em 1855, a falência do regime monarquista e implantação de nova ordem política de 1889, com um acervo que vai desde mobílias dos séculos XIX e XX; quadros artísticos variados; bustos de personalidades sergipanas; coleções de moedas, medalhas, louças, telefones antigos; além de objetos e fotos raras de personagens do cangaço.
O prédio é tombado pelo Patrimônio do Estado e acervo remontam o século XVIII e funciona de terça a sábado, das 10h às 16h, e no domingo, das 9h às 13h.
Museu de Arte Sacra de Laranjeiras
Foi criado em 1995, antes era uma casa normal da família Lafayet Pimentel de Barros Franco, datada do início do século XX. Contendo oito salas, o museu de Arte Sacra de Laranjeiras reúne um acervo de peças das diversas igrejas e fazendas do interior de Sergipe, constituído de imagens, mobiliários, alfaias, artes plásticas, esculturas, porcelanas e documentos, destacando a história de Laranjeiras. Está localizado na praça Heráclito Diniz Gonçalves, nº 39, no centro de Laranjeiras/SE, e aberto ao público de terça a domingo, das 10h às 17h. Paga-se R$ 5,00 a inteira por pessoa e meia para estudante.
Museu Afro-brasileiro de Laranjeiras
O primeiro museu dedicado a cultura afro do país foi inaugurado em 1976. O acervo percorre a religiosidade, os açoites sofridos pelos escravos, a economia, entre outros bens materiais e imateriais.
O prédio onde está montado o museu é do século XIX, conhecido como Casa Aquiles Ribeiro, com características arquitetônicas do neoclassicismo. É uma edificação com dois pavimentos que facilita o trabalho museográfico, montado de forma simples, mas primando pela didática.
A viagem pelos traços do africanismo sergipano começa pela economia, com amostragem de peças ligadas ao cultivo da cana e a produção do açúcar, instrumentos de tortura, passando pelo mobiliário e meio de transporte utilizado pelos senhores, utensílios domésticos usados pelos escravos da casa grande. Tudo isso no pavimento térreo.
No pavimento superior, têm-se o universo da religiosidade afro-brasileira, com os Orixás, os Pégis, elementos de culto, Exus, Caboclos e o Nagô que ainda resiste em Laranjeiras. As manifestações folclóricas de origem negra.
Localiza-se na rua José do Prado Franco, 70, com horário de funcionamento da terça a sexta-feira, das 10h às 17h, sábados, domingos e feriados das 13h às 17h. o valor da vista é R$ 5.
Museu do Ex-Votos de Sergipe
O claustro do Convento da Ordem Terceira do Carmo foi transformado em santuário onde estão expostos os ex-votos, provenientes de graças alcançadas. O conjunto arquitetônico compreende o Convento e a Igreja Conventual Nossa Senhora do Carmo, tombado pelo Governo Federal em 2 de abril de 1943.
O acervo é formado por fotografias, objetos, imagens e outros. Os ex-votos são distribuídos em três pontos: na sala de milagres, onde se nota uma diversidade de objetos, com organização feita pelo santuário; no museu, ao lado da sala de milagres, possui somente nove ex-votos pictóricos que datam do século XIX ao século XX. E as placas de agradecimento, feitas em mármore, madeira e azulejo, coladas numa das entradas laterais do convento.
O Museu está situado na Praça do Carmo, na cidade de São Cristóvão, próximo à praça São Francisco, patrimônio da Humanidade. Horário de funcionamento, terça-feira a Domingo, das 10h às 16h, e a entrada é gratuita.
Museu Comunitário Filhos de Obá
O Museu Comunitário Filhos de Obá está abrigado no terreiro Filhos de Obá, entrada de Laranjeiras (SE) e conta com um acervo histórico da comunidade religiosa, os primeiros instrumentos usados nos rituais, as guias, os adornos, vestimentas e instrumentos musicais. De origem Nagó, é a comunidade Filhos de Obá é uma das mais antigas do País, fundado no século 19, por isso o terreiro é tombado pelo Governo de Sergipe, a partir da coleção particular. Funciona na rua Jackson de Figueiredo, s/n, na entrada de Laranjeiras. O telefone é (79) 99896-9652
Memorial do Judiciário de Sergipe
O prédio denominado Palácio Sílvio Romero, uma homenagem ao ilustríssimo e talentoso jurista sergipano, está situado na esquina da Praça Olímpio Campos com a Rua Itaporanga, no Centro da capital sergipana. Datado de meados de 1892, na gestão do Presidente do Estado José Calazans, foi inaugurado em 1895 pelo Presidente do Estado Oliveira Valadão, para servir de sede do Tribunal de Relação, foi para a época uma obra vultosa, pois sua imponente fachada, até hoje, é de causar admiração. Desde 2004 funciona como Memorial com um acervo que abriga uma coleção de documentos textuais, iconográficos, sonoros, bibliográficos referentes à história do Judiciário Sergipano, esta “Casa de Memória”. As salas foram nomeadas de forma a homenagear os cinco primeiros magistrados que compuseram o quadro de Desembargadores quando foi criado o Tribunal de Relação de Sergipe pelo Decreto nº 40, de 26 de dezembro de 1892.
Aberto ao público, atraindo não apenas visitas do meio estudantil, o Memorial do Poder Judiciário de Sergipe além de mostrar uma exposição permanente alusiva aos distintos períodos da história sergipana e do panorama do Judiciário de Sergipe, oferece exposições de curta duração e outros eventos culturais. Está aberto das 7h às 13h, de segunda a sexta-feira
Memorial Jenner Augusto
Não é por acaso que o roteiro de turismo cultural representado pelos murais públicos de Jenner deve começar pelo seu memorial. Localizado no anexo do Senac Bistrô Cacique Chá, situado na praça Olímpio Campos, no Parque Teófilo Dantas, no Centro de Aracaju, o espaço é um passeio por documentos, objetos, instrumentos de trabalho, recortes de jornais e revistas do artista, anotações e apontamentos.
No memorial estão também os painéis internos e externos pintados em 1949 e restaurados em 2015. Através deles, Jenner introduziu a arte painelística em Sergipe. Os painéis trazem trabalhadores com um toque dos traços das pinturas de Portinari, em cores que descendem dos tons amarronzados. Além do memorial, o local é cheio de história por lá ser o Cacique Chá, fundado na década de 50, e passando a ser reduto da boêmia sergipana nos anos 80. As obras são tombadas pelo Governo do Estado através de decreto de 1988. Aberto em conjunto com o Cacique Chá bistrô, de segunda a sábado, das 12h às 15h.
Fotos: Silvio Oliveira
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