Veja o que se sabe sobre o risco de coronavírus em animais

Apesar do resultado positivo, o médico veterinário Thiago Guerreiro afirma que é preciso cautela para não se chegar a conclusões precipitadas (Foto: FreePik)

A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), confirmou nesta última segunda-feira, 2, que um cachorro foi diagnosticado com Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, em Hong Kong, na China. O animal havia sido colocado em quarentena no dia 26 de fevereiro depois que o dono foi internado com a doença. Apesar do resultado positivo, o médico veterinário Thiago Guerreiro afirma que é preciso cautela para não se chegar a conclusões precipitadas.

“Como é uma doença muito nova em humanos e agora com essa descoberta também no animal nenhum pesquisador conseguiu elucidar se o cachorro contaminado virará um hospedeiro (ou reservatório) da doença”, salienta Thiago Guerreiro. O profissional explica que em um cenário como este o animal não iria se contaminar com a doença, mas poderia transmiti-las para os seres humanos. “É bom deixar claro que isso é uma hipótese, não tem nada comprovado cientificamente ainda. Estamos apenas fazendo suposições se baseando nesse resultado positivo. Tudo ainda está muito recente”, alerta.

O veterinário destaca que as circunstâncias desses estudos e análises precisam ser mais divulgados (Foto: Portal Infonet)

De acordo com a OIE, além de exames veterinários, foram colhidas amostras de secreção do animal, tanto orais quanto nasais, e elas deram positivo para o novo coronavírus, denominado oficialmente SARS-CoV-2 (Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2, nome dado pela OMS). O cachorro, no entanto, não demonstrou qualquer sinal físico da infecção. O médico veterinário explica que isso é possível. E como exemplo de um comportamento semelhante Thiago cita a raposa, que é um reservatário da leishmaniose. “Ela pega a doença, mas não demonstra que está doente”, afirma.

Além do mais, o veterinário destaca que as circunstâncias desses estudos e análises precisam ser mais divulgados. “Outro fato interessante é que não foi divulgado se o cachorro havia tomado a vacina polivalente (também conhecida como múltipla). Ela tem a cepa do coronavírus, isto é, um fragmento do vírus, que não vai causar a doença, mas faz com que o organismo produza anticorpos para ele”, destaca.

Orientações

Mesmo com esse notícia, Thiago diz que é necessário mais testes e estudos para se chegar num veredito final sobre o papel dos animais na transmissão ou não da doença. Por enquanto ele orienta que os donos de animais não devem exagerar na hora de proteger os cães. “Eu vi fotos de diversos cães com máscaras, principalmente os braquicefálicos, aqueles que têm o focinho achatado. Isso é um perigo. Os cães podem entrar em hipertermia grave e até morrer”, pontua o médico veterinário. “A maior parte da troca de temperatura ocorre no processo de respiração desses animais. Eles ficam com a boca aberta respirando para trocar a temperatura. As máscaras dificultam essa regulação da temperatura”, completa Guerreiro.

por João Paulo Schneider 

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