Não basta fazer de conta que Bolsonaro não governa

O que é o que é?

A pessoa tem um comportamento caracterizado pelo padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros e pelo não conformismo com normas legais e sociais. Essa pessoa não apenas transgride as normas, mas as ignora, considerando-as obstáculos que devem ser superados na conquista de suas ambições.

É dada ao engodo e à manipulação, tem propensão para enganar, mentir repetidamente e ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer. E, quando confrontada, é irritável e agressiva, podendo demonstrar um desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia. Importante: essa pessoa não sente empatia e nem remorso.

Adivinhou o que é?

É a descrição do traço de personalidade que designa a psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade antissocial, segundo texto de cunho científico publicado pela Agência Senado. Mas se alguém pensou que falava de Jair Messias Bolsonaro não terá cometido indesculpável exagero.

Dado o histórico de atos e palavras, quem há de afirmar que o presidente do Brasil não cabe na descrição acima? E até mesmo por caber tão ajustado no figurino do psicopata ou sociopata, o capitão que um dia foi expulso do Exército por transgressões disciplinares graves tem confirmado que jamais teria condições de conduzir o destino do país.

Além dos crimes de responsabilidade cometidos às montas neste ano e pouco de mandato presidencial, a maioria deles por improbidade administrativa, Bolsonaro já é para muitos considerado um incapaz para os atos da vida civil. Por isso, grupos de políticos e advogados querem que ele seja interditado.

Outros desejam que seja afastado por impeachment e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), acaba de negar que irá arquivar pedidos que sejam protocolados. E há os mais otimistas que desejam a sua renúncia. Claro que não é tão simples e nada acontecerá sem traumas.

Na cabeça deles, uma certeza: não basta fazer de conta que Bolsonaro já não governa, é preciso efetivamente tirá-lo do governo. Não adianta achar que seu poder está limitado pelo Congresso e pelo Supremo Tribunal e quem agora dá as cartas dentro do Palácio do Planalto é um general.

Enquanto o antissocial estiver sentado na cadeira número um, ele e seu gabinete do ódio continuarão a fazer maldades contra aqueles que detestam, as minorias, a ciência, a imprensa, os que pensam diferente dele. Ou seja, a maioria que não vai ao cercadinho do palácio.

Na sua lógica insana, Bolsonaro deve debilmente imaginar que chegou a hora de realizar o antigo desejo de matar uns 30 mil inocentes, como ele mesmo declarou e a história registrou.

Ele deve maquinar que a pandemia do coronavírus caiu do céu e é tudo o que desejava para provocar o caos, desestabilizar o país e facilitar o sonho de dar o golpe de estado tão sonhado, esse absurdo também já registrado na história.

Algo semelhante deve povoar sua mente poluída quando manda seus soldadinhos abrirem guerra contra a China, maior parceiro comercial do Brasil e, mais do que nunca, aliado estratégico na luta contra o coronavírus.

O tiro tem saído pela culatra. A sociedade reagiu e as instituições nacionais resistem, confirmando que a democracia arduamente conquistada é mais forte do que suas tiranas ambições e seus impulsos psicopatas.

Resta amadurecer a consciência popular e resolver legalmente esse imbróglio fundamental: como apeá-lo do poder. Que vão embora, ele e sua turma de alopradinhos.

Mesmo que isso signifique a volta de um general ao comando do país, nesse caso o vice-presidente Hamilton Mourão. O cheiro de retrocesso é inevitável, mas ninguém pode ser pior presidente da República do que Jair Messias Bolsonaro.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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