Sérgio Moro x Jair Bolsonaro

A saída bombástica do ex-juiz Sérgio Moro do Ministério da Justiça, ocorrida no meio da semana passada, ainda bomba nas redes sociais com as mais discordantes opiniões. Na maioria delas, chega-se a conclusão que Moro  pisou na bola ao criar um impasse com o Presidente da República. Ele exigia em conservar Maurício Valeijos, enquanto Bolsonaro exigia na troca de comando daquela  corporação. Ao ver o decreto publicado num número extra do Diário Oficial sobre a exoneração do seu protegido, Moro jogou a toalha e convocou uma entrevista coletiva de Imprensa  para as onze horas daquela manhã, quando então botou prá fora tudo que sentia do agora ex-chefe. Sobrou denuncias variadas – o que deu corpo às reclamações dos petistas que o julgamento de Lula por ele, Sérgio Moro, foi uma grande desfaçatez. Os petistas exigem agora a anulação dos processos  da Lava-Jato, o que livraria Lula da condenação e poderia torná-lo novamente um candidato à presidência da República em 2022. Moro precipitou-se em dar aquela entrevista coletiva – deve ter sido o único erro fatal que cometeu em toda sua vida , desde que foi magistrado por 22 anos e mais um ano em que foi Ministro da Justiça. Os petistas tomaram conta das redes sociais e expõem toda a raiva que acumularam, em um bocado de tempo, contra o ex-chefão da Lava Jato. Em toda essa querela, ficou claro: o governo Bolsonaro foi o que mais saiu perdendo, com a saída de Sérgio Moro do plantão ministerial. Até ontem, domingo, ainda não se sabia quem iria para o Ministério e o nome do indicado para a Polícia Federal. Falava-se que o Presidente iria mais vez dividir o Ministério da Justiça em dois, o da Justiça remanescente  de mais de cem anos de história, e o da Segurança Pública. O fato é que Bolsonaro vai ter que  se virar para encontrar um nome à altura da capacidade moral e intelectual de Sérgio Moro para substitui-lo.

Na entrevista que concedeu  à Imprensa, na manhã daquele dia movimentado em todo o Brasil, Moro fez acusações raves  ao Presidente Bolsonaro que não gostou muito do conteúdo dela e imediatamente convocou assessores e jornalistas para um pronunciamento em resposta a Moro. Sem saber ainda como responder a Moro, Boilsonaro desfiou uma conversa de Candinha, na  qual só não se falou da mulher do cafezinho.Mas,o que mais pesou foi acusação de prevaricação  na apuração de alguns casos repassados à Polícia Federal e que ficaram por isso mesmo.O Presidente Bolsonaro demonstrou não se conformar com o fato de que o Ministério da Justiça não moveu uma palha para apurar  a facada que recebeu durante a campanha eleitoral de 2018. “Mas, a morte da vereadora Marielle Franco ganhou os holofotes”. Se Bolsonaro e Moro algum dia chegaram a ser amigos de fato,, as duas entrevistas, de um e de outro, desmancharam essa amizade para sempre.

                ANULAÇÃO DOS PROCESSOS

Sempre foi muito claro que o PT – e os petistas de um modo em geral – tinham um inimigo público número um para combater. E este era o ex-juiz Sérgio Moro. A saída dele do Ministério da Justiça  foi o prato feito para preparar a campanha pela anulação dos processos da Lava Jato como meio de livrar a cara de Lula do seu (re)encontro com a  Justiça. Ontem, mesmo sendo domingo, quando nada funciona em Brasília, a não ser as futricas, as páginas sociais estavam cheias de críticas violentas a Sérgio Moro. Eles exigem que os processos da Lava Jato sejam, tornadas nulas. Isso ainda vai render..

                UMA CPI CONTRA AS DENUNCIAS

Como o PT adora uma CPI, não poderia ser diferente agora: o Senador Rogério Carvalho anunciou que vai propor ao Senado Federal a constituição de uma CPI para apurar as denuncias de Sérgio Moro contra o Presidente da República. O Senador sergipano acha que o discurso de Moro tem denuncias suficientes para atingir o Presidente da República.

                ALGUMAS VISITAS

O ex-Juiz Sérgio Moro, desde que deixou a pasta da Justiça, tem feito uma movimentação fora do comum. Já visitou o presidente da Câmara dos Deputados, Sr. Rodrigo Maia,e o Presidente do  Senado, Davi Alcolumbre. Como  ele não é de visitar ninguém, as duas visitas (pelo menos essas duas) causaram espécie. Não se sabe sobre o que conversaram.

                O CONVITE DE WITZEL’

Confissão do Sr. Sérgio Moro: como não enriqueci nos cargos que ocupei, vou precisar, a partir de agora, vou procurar um emprego para me sustentar. Foi o bastante para receber um convite do governador do Rio, Sr. Wilson Witzel. “Venha para o Rio de Janeiro que a pasta da Justiça o espera”.  Se Moro ouviu esse convite não se sabe, o certo é que não deu resposta alguma a essa provocação.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais