Terceiro post da série “Em casa também se viaja” trouxemos um destino pouco conhecido dos brasileiros, mas de uma expressividade histórica e arquitetônica sem igual em solo uruguaio: a Fortaleza de Santa Teresa, localizada na cidade de Castillos, Departamento de Rocha, distante 295km de Montevidéu, a 185km de Punta del Este e 35 km do Chuí, já na divisa com o Brasil.
A fortaleza se confunde até mesmo com a história do Brasil por ter funcionada por três anos e três meses como domínio brasileiro (1822 – 1825 e 1827 – 1828)? Esse período se deu quando portugueses e espanhóis lutavam pelas terras uruguaia, mas o domínio brasileiro foi tão logo o Brasil deixou de ser colônia portuguesa. O passeio é para quem quer conhecer um pouco mais da história do Uruguai, passando por praias e lagoas situadas na rota turística compreendida entre Punta del Este até o Chuí.
O Forte de Santa Teresa, originalmente, foi iniciado por portugueses em 1762 com cerca de 640m² e em 1763, ainda em construção, foi dominado pelos espanhóis, comandados pelo governador D. Pedro Cevallos, o mesmo que, posteriormente, invadiria a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e a Ilha de Santa Catarina em 1777.
Sua construção original foi modificada para apagar o poderio luso. Reformado em 1927, é considerado a mais expressiva fortificação do Uruguai. Localizado no Parque Nacional de Santa Teresa criado para protegê-la e comandada pelas Forças Armadas uruguaias, a fortificação integrava a antiga linha raiana denominada como Linha de Castillos Grande (Tratado de Madrid, 1750) e tinha a função de guarnecer o desfiladeiro de Angostura, vizinho ao monte de Castillos Grande, cerca de 20km ao sul da Lagoa Mirim.
A fortificação é emoldura por uma vasta vegetação, ora campestre, ora florestal, que dá um charme à localidade. Santa Tereza parece um forte daqueles construídos de brinquedo, tamanha as muralhas graníticas em bom estado de conservação. Se o visitante for no turno da tarde, terá como aliado o espetáculo do pôr do sol ao fundo.
A entrada geral do parque é gratuita, mas paga-se uma taxa de cerca de R$ 5 para conhecer a fortaleza composta com sua planta poligonal irregular, por uma igrejinha, Casa do Comandante, Quartel dos Oficiais, Quartel das Tropas com dormitórios militares, antiga enfermaria, biblioteca, depósitos de pólvora, além das guaritas e a área amuralhada de mais de 642m de pedra granítica.
Além de conhecê-lo, os visitantes poderão fazer trilhas no parque, há um mini zoológico, um jardim de inverno e jardim de verão, e uma área para lazer e camping e cabanas.
Santa Teresa é hoje administrado pelo exército que o mantém com uma estrutura impecável, limpo, bem cuidado e seguro.
Vale a pena uma vista à construção militar, até porque o passeio pode ser feito também acompanhado de outros atrativos do Departamento de Rocha, como o Balneário de Punta del Diablo, no departamento, entre os quilômetros 302 e 306 da Ruta Nacional N° 9 (Brig. Gral. Leonardo Olivera).
O visitante também pode fazer um bate e volta na localidade partindo da cidade de Rocha ou escolher entre ficar em uma cabana, no camping com luz, água, energia elétrica e banheiros com água quente próximos ou pode até mesmo se aventurar e escolher um local mais natural e selvagem, sem muita mordomia.
Dicas de Viagem
O Forte de Santa Teresa está aberto todos os dias das 9h às 17h. Consulte a administração no período da pandemia. O Parque de Santa Teresa está localizado entre os quilômetros 302 e 306 da Ruta Nacional n° 9.
Há duas entradas para o Parque, um que leva primeiro para o Forte de Santa Teresa e outro que entra diretamente no parque. Há também diversas rotas dentro do camping que levam para diferentes praias e lugares.
No parque há um camping com valor mínimo de três diárias por pessoa que custa, em média, R$ 15 a R$ 20, o dia. Também é possível fazer compras dentro do parque nos minimercados e padarias e as refeições em um restaurante.
Entre em contato com o parque para informações sobre valores das diárias e camping, e como alugar cabanas: Km 302 Ruta Nacional N° 9, telefone: (598) 4477 2101/2103. Email: sepae@ejercito.mil.uy. Obs: Como o Parque é administrado pelo exército, o contato é feito diretamente com eles.
Todas as linhas de ônibus que vão em direção a Chuy passam pela entrada do Parque, caso queira ir de transporte público. O visitante deve pedir para o motorista deixar na entrada do Forte de Santa Teresa (não desça na do parque, que é bem antes). A caminhada até é curta e dura 5min.
É comum o parque ficar lotado de campistas brasileiros em feriados prolongados, como o de carnaval. Aos domingos é comum também lotar com a população local que vão lá para passar o dia com a família e fazer uma parrillada.
Saindo pela entrada principal do Parque de Santa Teresa, e seguindo à frente por mais 5km o visitante vai se deparar com a Laguna Negra, também conhecida como Laguna de los Difuntos, que apesar do nome, é uma reserva de água doce e pura, com uma profundidade máxima de 5 metros em sua superfície de 182km2.
Ver o pôr do sol enaltece ainda mais a beleza do lago que possui uma cor azul esverdeada. Durante o percurso é possível ver grande quantidade de pássaros coloridos e até algumas vacas na estrada das fazendas da região que você terá que desviar até chegar ao fim do trajeto.
Fonte: Ministerio de Educación y Cultura – Direción Nacional de Cultura do Uruguai
Gastroterapia
Como a maior parte do solo uruguaio é planície denominada de Pampa Gaúcho, além da temperatura se propícia para a criação de bovinos, o Uruguai possui uma vasta tradição de manter um dos bons rebanhos da América do Sul e, por consequência, uma bacia leiteira que disponibiliza derivados bem ao gosto do freguês, como o tradicional doce de leite. Não deixe de degusta-lo. É de onde vem também a tradição das carnes e das parilladas.
Os chivitos também é uma unanimidade nacional. Qualquer restaurante ou bar oferece este tipo de sanduíche composto principalmente por filé mignon, alface, tomate, ovo frito, presunto, queijo e batata frita. Eles podem variar dependendo do tipo. Claro que sempre com mais ingredientes.
Na Bagagem
Abrace o Destino
Campanha idealizada pela Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Seccional Sergipe (Abrajet-SE) para minimizar efeitos da Covid-19. A ideia é acolher um produto, destino ou ponto turístico sergipano que precisa de apoio neste período crítico. O primeiro destino é o Parque dos Falcões, localizado em Itabaiana e administrado por José Percílio e Alexandre Correia.
Mais informações pelo Whatsapp (79)9 9964-6336. Doações podem ser feitas através do Instituto Parque dos Falcões na conta do Banese, banco 047, agência 039, conta corrente: 003/100.449-6. CNPJ: 06.180.843/001-01.
Turismo pós-pandemia
Especialistas apostam na hipótese de que aquelas cidades e destinos que estiverem planejando neste momento de pandemia, sairão primeiro da crise e serão mais fortes do que já foram, ou seja, o momento é de planejamento e não de espera.
Desafio 110KM em prol dos guias de turismo
É um pedal solidário que acontecerá nesta segunda-feira, 18, idealizado por Max Tur com partida do bairro Aruana, às 6h. O percurso será mostrado via live no Instagram @maxtur.se e tem o apoio do Movimento de Guias de Sergipe. Quem desejar contribuir poderá doar alimentos não perecíveis no Sindalese/SE, situado à rua Alu Campos, próximo ao restaurante Corno Velho, em Aracaju. Os alimentos arrecadados serão distribuídos para os profissionais do turismo.