O enforcado

Fantasma igual aquele eu nunca vi, disse Nicanor, morador de Siriri. Os homens o olhavam com admiração, ouvindo-o. Ele tinha os olhos esbugalhados. E repetia: fantasma igual aquele eu nunca vi! Contou: foi quando eu vinha de Capela, montado, já perto da fazenda do compadre Aldon.

Já era noite, mas eu não tenho medo de viajar de noite ou de dia. Nem de fantasmas ou bichos. Para esses tenho um rifle carregado. Mas temos que tratar bem essas almas penadas. Mas esse foi diferente. Já me contara a sua história e, de repente, resolvi o atender. Morrera enforcado, mas a corda não aguentara e quebrara no ato.

Tanto que ele ficou assim meio-vivo. Carecia morrer de novo e de enforcamento. Peguei uma corda, amarrei-a em um galho de árvore e ele pôs o pescoço no laço. Puxei a corda com força. Ele subiu, morrendo de vez.                    

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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