A EGBÉ – Mostra de Cinema Negro de Sergipe acaba de divulgar a lista de filmes selecionados para a edição deste ano. Foram mais de 150 (cento e cinquenta) produções inscritas vindas de todas as partes do país, dando à nossa equipe de curadoria a oportunidade de conhecer os múltiplos olhares negres do nosso cinema. E foi a nossa equipe curadora que resumiu esse belo e desafiador trabalho.
Curadoria
Esse ano, a EGBÉ nos provocou com uma proposta: falar de afetos, dos laços que criamos com as/os nossas/os, dos nossos amores e dores, também. Segundo o dicionário, “afeto” significa ter um sentimento de carinho, afeição e ternura. E como falar dessas emoções que historicamente nos foram negadas? Foi um desafio nosso selecionar filmes que não nos mostrem somente as violências e as dores do racismo, mas sim, os afetos, o desejo de amar e ser amado/a/e, o encontro com a felicidade de Ser feliz no vão (Lucas H. Rossi dos Santos –RJ); o resgate às memórias ancestrais com Seo Geraldo – Homem de Música e Planta (Ķeila Serruya Sankofa e Sindri Mendes, AM); o reconhecimento e a valorização da nossa identidade negra O Abebé Ancestral (Paulo Ferreira, BA).
Além do afeto, a EGBÉ também trouxe a proposta da Memória. Foram inscritas inúmeras produções sobre a memória, sobre rememorar. Encontramos algumas, narrando uma história e um caminhar. Este rememorar de quem somos, parece sintomático desse período de isolamento social. Será? Um momento em que nos voltamos para dentro e revivemos os nós na ausência dos nossos. Filmes como O Retratista (Gean Almeida e Jaitan Almeida, BA) apresenta uma beleza do fotógrafo que narra sua história por detrás das lentes do lambe-lambe até os curtas Vander (Bárbara Carmo, BA); Suellen e a Diáspora Periférica (Renata Dorea-MG); Te guardo no bolso da saudade (Rosy Nascimento, RN) e Memórias de Isolamento (Weslley Oliveira, CE), que são alguns dos exemplos dos curtas que ativam a memória a partir do registro fotográfico, de uma forma inteligente, criativa e dinâmica.
Nessa seleção mostramos que é possível sim ao povo preto sentir todas essas emoções; queremos ver e viver na tela o sorriso negro, o abraço negro, o negro e o sossego, queremos cantar a liberdade junto da nossa eterna inspiração Ivone Lara, A dona da melodia (Katia Santos e Tuanny Medeiros-RJ).
Corremos livres na molecagem e inocência das crianças pretas nos filmes 5 fitas (Heraldo de Deus e Vilma Martins, Ba), Sobre Olga (Thayná Almeida, PR/PE) e em Corre (Carolen Meneses e Sidjonatas, SE), também é enriquecedor apreciar jovens produzindo no ambiente escolar, Inspirações (Ariany de Souza e sua equipe). Ah, nosso tempo de escola!
Nesta edição também nos apaixonamos, Eu te amo, Bressan (Gabriel Borges, PR) e à beira do planeta mainha soprou a gente (Bruna Barros e Bruna Castro, BA).
São tantas as narrativas trazidas nessa mostra, tantas belezas, que A beleza de Rose (Natal Portela, CE) não poderia ficar de fora. Nós já até imaginamos Os dias com você (Letícia Cristina e Luan Santos, SP), por isso já vamos avisando: não deixem de conferir, viu!? Logo logo vocês poderão sentir todas essas emoções, paixões, amores e dores que sentimos.
MOSTRA
A EGBÉ acontece de 10 a 16 de abril, de forma virtual. Confira lista de filmes selecionados e programação através do site: https://egbecinemanegro.wixsite.com/egbe
Fonte: Ascom/Mostra de Cinema Negro de Sergipe
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