“Não faças da sua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo”. Mário Quintana. O que você está esperando? Já percebeu que nós esperamos demais para fazer o que tem que ser feito hoje, com urgência? Já percebeu que nesta espera o que somamos é também uma subtração? Por exemplo: quando você espera mais um mês para realizar uma coisa, é exatamente menos um mês que você terá para realizá-la. Ou seja, esperamos sempre pelo dia de amanhã, pelo mês que vem, pelo ano que vem; afirmamos categóricos: amanhã, eu faço; no mês que vem, eu cumpro; no próximo ano, eu realizo… Somamos sempre um dia, um mês ou um ano ao nosso projeto e diminuímos exatamente o mesmo período na sua execução. Pois aquele tempo vivido agora, significa exatamente, menos tempo para viver no futuro. É aí que percebemos o quanto ele voa, a vida passa e que estamos esperando demais. Às vezes acordamos deste sono letárgico e, desesperadamente, lamentamos o que se foi, o momento que passou, a oportunidade perdida. O pior é que o tempo é guloso e leva, invariavelmente, os nossos momentos, as nossas oportunidades e as nossas energias. Ficam as lembranças e as lamentações. Poxa! Bem que devia ter feito isto ou aquilo; como fui perder aquela ocasião? Naquela época eu tinha toda a condição para realizar. Agora, não mais. Que pena! Oportunidade passada, mais ocasião perdida, igual lamentação futura. De repente, sentimos urgência de viver, de fazer, de realizar mais. A verdade é que procrastinamos demais o que deve ser feito, quando dispomos de apenas um dia de cada vez, sem nenhuma garantia de um amanhã. Reclamamos que a vida é curta e, mesmo assim, agimos como se fossemos eternos. Não. Não somos. Somos finitos e temos uma existência muito curta para esperar sempre um amanhã que sequer saberemos se chegará. Esperamos demais como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo e oportunidades. Esperamos demais para pedir desculpas e perdoar. Esperamos demais para relevar os rancores e refazer as amizades. Esperamos demais para nos doar mais, expressar gratidão àqueles que nos dão, às vezes, tudo o que tinham que representa agora tudo o que temos. Esperamos demais para agradecer, elogiar, consolar e validar as pessoas. Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de doar e receber. Esperamos demais para dar carinho, amor e gratidão aos nossos pais, quem sabe, daqui a muito pouco tempo será tarde demais. Esperamos demais para irmos atrás da nossa felicidade, perseguir os nossos sonhos e realizarmos a nossa missão. Esperamos demais para dizer o quanto uma pessoa é importante na nossa vida, ou seja, esperamos demais para deixar sair, do fundo do coração, aquela expressão sincera: “eu te amo”, que tanto bem faz na só a quem diz como a quem ouve. Esperamos demais, ou temos ciúme, medo ou vergonha de verbalizar o que, às vezes, o coração pede. Esperamos muito para ser mais e parecer menos. Esperamos demais para ser bons filhos, bons namorados, bons cônjuges, bons pais, bons cidadãos… Atenção! O tempo não espera. Deus é quem está esperando. Esperando que deixemos de esperar. Esperando que façamos o nosso melhor, que sejamos o nosso melhor… PENSEMOS NISTO.
Esperamos demais para ser verdadeiramente pais de nossos filhos, curtir o seu desenvolvimento e o seu crescimento, e, aí, logo a vida os faz crescer e nos abandonar.
Esperamos demais para ser carinhosos com os nossos cônjuges, com os nossos irmãos, amigos e colaboradores.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários