Tireóide: uma linda borboleta no pescoço

É uma glândula em formato de borboleta, localizada na região anterior do pescoço, que produz os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3),e através das ações desses hormônios, ela tem um importante papel em manter o metabolismo, isto é, o funcionamento normal do nosso organismo.

As doenças mais comuns decorrentes do desequilíbrio de seu funcionamento normal, são o hipertireoidismo (produção em excesso de hormônios tireoidianos),e o hipotireoidismo (produção diminuída de hormônios tireoidianos) e o bócio (aumento da tireoide),no entanto não podemos esquecer que além disso, podem ocorrer com menos frequência inflamações e infecções na tireóide.

Hipertireoidismo significa um desequilíbrio extremamente importante no organismo do indivíduo, pois logo todo o corpo funciona de forma acelerada, devido ao excesso de hormônio tireoidiano no organismo, desencadeando rapidamente alterações significativas e desagradáveis, cujos principais sintomas são: palpitações, nervosismo, insônia, pele quente e suores intensos, tremores das mãos, perda de peso e aumento das evacuações diárias, entre outras, e em alguns casos podem ocorrer também alterações oculares importantes (exoftalmia – “olhos saltados para fora da órbita”).

Hipotireoidismo é quando o organismo sofre a desaceleração de suas funções pela escassez de produção dos hormônios tireoidianos, nesse caso os principais sintomas ( que em geral evoluem de forma lenta e insidiosa ) são: desânimo, sonolência, diminuição da memória, câimbras, aumento de peso, edema (inchaço), voz rouca, queda de cabelo e/ou cabelo fino e fraco, pele seca, unhas frágeis e constipação intestinal, entre outras.

Convém no entanto salientar de que os sintomas observados tanto no hipertireoidismo como no hipotireoidismo, podem ocorrer também em outras doenças, além disso é muito importante salientar de que em outras ocasiões, pode existir alteração da função da tireóide, sem sintomas e sinais evidentes, por esse motivo o Endocrinologista é o médico mais indicado para fazer uma avaliação adequada de cada indivíduo e, se necessário, indicar uma adequada e minuciosa avaliação da tireoide.

Bócio-aumento significativo do tamanho da Tireoide. Ele pode ocorrer como parte das doenças que levam ao hipertireoidismo e ao hipotireoidismo ou pode ocorrer mesmo em uma glândula que funcione normalmente, ou seja pode ocorrer o aumento de toda a glândula (aumento difuso) ou a formação de um ou mais nódulos, desde quase imperceptíveis até grandes nódulos, bem aparentes (bócio nodular) sem modificação da função do órgão em questão. Devemos tranquilizar os nossos leitores de que geralmente esses nódulos são benignos, mas nódulos malignos também podem ocorrer na tireoide, por se faz necessário sempre fazer uma biópsia por agulha para identificar de forma correta a origem tumoral do nódulo(s) encontrado(s).

As doenças da tireoide podem acometer qualquer pessoa, no entanto, elas são de cinco a dez vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens, também podendo ocorrer em várias faixas etárias. Nos recém-nascidos o hipotireoidismo congênito ocorre em cerca de 1 caso para cada 3.000 nascidos vivos.

Na infância, é mais frequente encontrar o bócio difuso, enquanto que na adolescência pode ocorrer o bócio puberal, associado às mudanças hormonais próprias dessa idade, sem características patológicas preocupantes.

Nos adultos jovens, além do hiper e do hipotireoidismo, podem-se encontrar nódulos em cerca de 4% da população.

Nas grávidas, as tireoidopatias são as doenças endócrinas mais frequentes, e após o parto cerca de 10% delas podem apresentar a tireoidite pós-parto, acompanhada de hiper ou de hipotireoidismo.

Os pacientes idosos também merecem atenção especial, pois os sinais de hipotireoidismo podem ser confundidos com os “sinais da idade”, e a incidência de hipertireoidismo pode ser até sete vezes maior do que nos jovens, e geralmente sem sinais ou sintomas aparentes para um diagnóstico precoce, além disso também nessa idade, a tireóide é propensa a apresentar mais nódulos.

As doenças da tireóide geralmente podem ser diagnosticadas através da dosagem dos chamados hormônios tireoidianos no exame de sangue, bem como das dosagens de anticorpos tireoidianos ( já que em sua grande maioria são patologias auto-imunes!)

O melhor indicador do seu funcionamento é o hormônio que controla adequadamente a sua função, denominado TSH, em decorrência disso é feita a sua dosagem no teste do pezinho dos recém-nascidos, logo nos primeiros dias após o nascimento, a fim de se detectar o hipotireoidismo congênito.

A dosagem do TSH no sangue também é recomendada nas mulheres acima de 50 anos e nos homens acima de 60 anos.

Alguns já têm recomendado a dosagem do TSH nas mulheres acima de 35 anos, já em situações específicas em que o Endocrinologista suspeite de uma doença da tireóide, também poderá solicitar uma avaliação, tendo disponíveis, além da dosagem do TSH, outros hormônios: T4, T3,RT3 e IT4,e como referimos anteriormente em alguns pacientes, poderá considerar necessária a dosagem de anticorpos.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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